Britânicos deixam Bassorá
As tropas da Grã-Bretanha abandonaram Bassorá pondo fim a quatro anos e meio de ocupação militar na cidade. A medida não agrada aos EUA que se vêm cada vez mais isolados no Iraque.
Bush visitou o Iraque sem pedir autorização a Bagdad
Os últimos 500 soldados britânicos estacionados no palácio presidencial da cidade portuária do Sul do Iraque partiram segunda-feira deixando a segurança entregue às forças de Bagdad.
A retirada já estava prevista pelo governo de Gordon Brown e os militares de Londres ficam agora concentrados numa base aérea situada a 25 quilómetros de Bassorá.
O primeiro-ministro inglês rejeitou a operação como o reconhecimento da derrota, mas certo é que o número de baixas sofridas – desde o início da invasão do território, em Março de 2003, 159 militares britânicos perderam a vida, segundo dados oficiais – e os crimes da ocupação desvendados durante o período de permanência deixaram pouca margem de manobra ao executivo de Downing Street, pressionado pelo povo que sempre se manifestou contra a guerra.
Nos últimos dois anos, a violência crescente no Sul do Iraque e a incapacidade dos militares britânicos em combaterem os grupos de resistência à ocupação nas quatro regiões que controlavam obrigaram a uma alteração da estratégia, a qual, pelo vistos, terminou em retirada.
Coligação azeda
Entretanto, diversas altas patentes militares britânicas vieram a terreiro criticar duramente o plano de Washington para o Iraque pós-invasão, qualificando-o de pouco preciso ou revelador de «decadência intelectual».
O ex-secretário da Defesa norte-americano, Donald Rumsfeld, foi o principal visado pelas palavras dos generais ingleses, motivo pelo qual o ex-embaixador americano nas Nações Unidas e figura igualmente notável nos círculos neoconservadores, John Bolton, veio defender o antigo responsável apelidando-as de «versões sem fundamento».
Sinal de que as boas relações entre os EUA e a Grã-bretanha estão a azedar é que foi precisamente no dia em que os britânicos dão mostras de querer partir o mais depressa possível que Bush aterrou de surpresa no Iraque.
Sem pedir autorização nem dar conhecimento ao governo de Bagdad – o primeiro-ministro Nuri al-Maliki e alguns dos seus ministros não só não sabiam da visita como foram ainda obrigados a deslocarem-se à pressa para aparecerem reunidos com Bush perante as câmaras de televisão – o presidente norte-americano deslocou a sua equipa até à base aérea de al-Asad, na insurrecta província de Anbar, iniciativa entendida como de propaganda na véspera da apresentação no Congresso do relatório de avaliação do «novo plano de segurança para o Iraque», elaborado pelo general David Petraeus e pelo embaixador americano em Bagdad, Ryan Crocker.
A retirada já estava prevista pelo governo de Gordon Brown e os militares de Londres ficam agora concentrados numa base aérea situada a 25 quilómetros de Bassorá.
O primeiro-ministro inglês rejeitou a operação como o reconhecimento da derrota, mas certo é que o número de baixas sofridas – desde o início da invasão do território, em Março de 2003, 159 militares britânicos perderam a vida, segundo dados oficiais – e os crimes da ocupação desvendados durante o período de permanência deixaram pouca margem de manobra ao executivo de Downing Street, pressionado pelo povo que sempre se manifestou contra a guerra.
Nos últimos dois anos, a violência crescente no Sul do Iraque e a incapacidade dos militares britânicos em combaterem os grupos de resistência à ocupação nas quatro regiões que controlavam obrigaram a uma alteração da estratégia, a qual, pelo vistos, terminou em retirada.
Coligação azeda
Entretanto, diversas altas patentes militares britânicas vieram a terreiro criticar duramente o plano de Washington para o Iraque pós-invasão, qualificando-o de pouco preciso ou revelador de «decadência intelectual».
O ex-secretário da Defesa norte-americano, Donald Rumsfeld, foi o principal visado pelas palavras dos generais ingleses, motivo pelo qual o ex-embaixador americano nas Nações Unidas e figura igualmente notável nos círculos neoconservadores, John Bolton, veio defender o antigo responsável apelidando-as de «versões sem fundamento».
Sinal de que as boas relações entre os EUA e a Grã-bretanha estão a azedar é que foi precisamente no dia em que os britânicos dão mostras de querer partir o mais depressa possível que Bush aterrou de surpresa no Iraque.
Sem pedir autorização nem dar conhecimento ao governo de Bagdad – o primeiro-ministro Nuri al-Maliki e alguns dos seus ministros não só não sabiam da visita como foram ainda obrigados a deslocarem-se à pressa para aparecerem reunidos com Bush perante as câmaras de televisão – o presidente norte-americano deslocou a sua equipa até à base aérea de al-Asad, na insurrecta província de Anbar, iniciativa entendida como de propaganda na véspera da apresentação no Congresso do relatório de avaliação do «novo plano de segurança para o Iraque», elaborado pelo general David Petraeus e pelo embaixador americano em Bagdad, Ryan Crocker.