Mais um SAP para encerrar

Marinha Grande repudia decisão do Governo

O presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande manifestou-se contra o fim do Serviço de Atendimento Permamente (SAP) de 24 horas.

Os cuidados de saúde devem dar prioridade à rentabilidade social

«A proposta apresentada [pela Sub-região de Saúde de Leiria] não é a que a Câmara defende», afirmou, na passada semana, João Barros Duarte, que contesta a suspenção do atendimento durante a noite, situação que a autarquia CDU já suspeitava e que agora se confirma no quadro das remodelações dos serviços.
O novo horário de funcionamento que prevê a «reconfiguração e reconversão do Centro de Saúde da Marinha Grande» já não prevê o atendimento nocturno, de acordo com um ofício enviado pela Sub-Região de Saúde de Leiria.
«Não nos parece que as alterações no modo de funcionamento do Centro de Saúde evocadas pelo Governo venham melhorar ou até assegurar a continuidade do serviço de atendimento de urgências nocturno, que vinha sendo praticado», defende o autarca, recordando que a cidade tem várias indústrias que laboram de forma contínua em «áreas de actividade de alto risco».
No ofício, o coordenador da Sub-Região de Saúde de Leiria, Jorge Silva Pereira, justificou a suspensão do serviço nocturno devido à «evolução do sistema de saúde» que tende para a «redução progressiva dos tempos de atendimento em SAP», privilegiando os horários de consulta diurna de modo a «recentrar o atendimento em ambiente da medicina familiar».
Por outro lado, «as situações de verdadeira urgência devem ficar reservadas a equipes treinadas, com acesso a meios de transporte rápidos» para o hospital de Leiria.
No entanto, para João Barros Duarte, esta solução não corresponde às reivindicações da população e por isso a autarquia irá manter-se contra essa decisão da tutela.
«É uma regressão dos cuidados de saúde prestados» e «essas promessas não merecem credibilidade» como são exemplos outros problemas verificados noutros concelhos do país onde os SAP fecharam e «não existiram melhorias nenhumas».
«Os cuidados de saúde devem dar prioridade à rentabilidade social» e não apenas aos custos de funcionamento, considerou o autarca, eleito pela CDU.
No final de Maio, centenas de populares já se haviam manifestado nas ruas da cidade em protesto contra o fecho do SAP.
Num abaixo-assinado, que já foi subscrito por mais de cinco mil pessoas, os utentes demonstram o «seu repúdio perante a decisão do Governo de vir a encerrar o SAP», prometendo utilizar todas as vias para impedir a concretização dessa medida.
No concelho, existem cerca de três mil pessoas que não têm médico de família, um sinal de como os serviços existentes são insuficientes para as necessidades da população, afirma o movimento de utentes que defende a manutenção do SAP na Marinha Grande.

PS de costas voltadas para Peniche

Na mesma semana, o presidente da Câmara de Peniche reuniu-se com o ministro da Saúde, Correia de Campos, para falar sobre o processo de encerramento da urgência do hospital da cidade. Esta decisão é contestada pela autarquia e pela população local.
Na reunião, António José Correia sensibilizou Correia de Campos para a necessidade de manter o serviço aberto, dando conta dos argumentos apresentados no estudo encomendado pela autarquia CDU para rebater o parecer da comissão técnica de apoio ao processo de requalificação das urgências.
O estudo, que envolveu a participação de técnicos de saúde, da área económica, do turismo e da pesca, aponta para o aumento de embarcações marítimo-turísticas e chama a atenção para as actividades ligadas à pesca que «em caso de urgência necessitam de urgência próxima».
Segundo o autarca, «o estudo dos peritos foi feito de costas voltadas para o mar». Recorde-se que o primeiro relatório da comissão técnica, em discussão em Outubro e Novembro de 2006, apontava para a necessidade de manter o serviço de urgências básicas de Peniche em funcionamento 24 horas por dia.
Mas, um segundo relatório apresentado em Fevereiro passou a incluir Peniche no mapa dos serviços a encerrar e apontava como alternativa os hospitais de Caldas da Rainha e de Torres Vedras.
Em Junho, a autarquia recusou assinar o protocolo proposto em Março por Correia de Campos, após três meses de avaliação do documento.


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