Kosovo

Estatuto sem acordo

Representantes dos EUA, da UE e da Rússia deslocaram-se, durante o fim-de-semana, a Belgrado e Pristina, capitais da Sérvia e da província sérvia do Kosovo, respectivamente, com o objectivo de discutirem com os responsáveis políticos locais o futuro da região. O alemão Wolfgang Ischinger (UE), o russo Aleksander Bocan-Harchenko, e o norte-americano Frank Vizner reuniram-se ainda com os funcionários da ONU destacados no Kosovo, cuja missão é administrar aquela parcela do território desde o fim dos bombardeamentos contra a ex-Jugoslávia, há oito anos.
Dos contactos estabelecidos não resultou qualquer avanço quanto às diferentes posições assumidas a respeito do chamado Plano Ahtissari, o qual propõe o reconhecimento da independência do Kosovo.
Em Belgrado, quer o presidente, Boris Tadic, quer o primeiro-ministro, Vojislac Kostunica, reiteraram junto da troika negocial a sua proposta de autonomia alargada para a região, mas reafirmaram a firme oposição à alienação de cerca de 15 por cento do território do seu país.
Pelo contrário, os albano-kosovares, representados por Fatmir Sejdiu, Agim Ceku e Oliver Ivanovic, insistiram na independência da província, mesmo sabendo que tal projecto não terá o apoio da Rússia no Conselho de Segurança das Nações Unidas, onde deverá voltar a ser discutido findo o período de 120 dias de contactos em curso.

Sérvios e russos unidos

Paralelamente às auscultações do grupo de mediadores internacional, russos e sérvios continuam unidos nas críticas ao papel de europeus e norte-americanos na discussão do estatuto do Kosovo.
Depois de Konstantín Kosachov, presidente da Comissão de Assuntos Exteriores do parlamento russo, ter revelado, sexta-feira, que os mediadores dos EUA e da UE continuam a pressionar os sérvios para que aceitem a independência albano-kosovar, sábado foi a vez do Ministro do Interior sérvio, Dragan Jocic, disparar críticas contra a NATO.
Para Jocic, a Aliança Atlântica pretende, através do Kosovo, criar uma espécie de Estado Militar no centro da Europa, no qual não caberia qualquer hipótese de expressão de vontade popular ou possibilidade de influência política.


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