Villepin acusado
O anterior primeiro-ministro francês, Dominique Villepin, foi formalmente acusado de envolvimento no caso «Clearstream» com a intenção de desacreditar várias personalidades francesas, entre elas o actual presidente, Nicolas Sarkozy.
«Clearstream» aponta ligações entre os meios políticos e o branqueamento de capitais
«Cumplicidade em denúncia caluniosa» são os termos da acusação apresentada na sexta-feira, 27, pela justiça francesa contra Dominique Villepin, que ocupou o cargo de primeiro-ministro da França entre 2005 e o primeiro semestre deste ano.
Villepin, que se recusou a responder a qualquer pergunta dos juízes sem antes se inteirar do conteúdo do processo, declarou que os actos de que é acusado, praticou-os no âmbito das suas funções como primeiro-ministro.
«Clearstream» é o nome de uma instituição bancária sediada no Luxemburgo, sobre a qual pairam suspeitas de ser uma das maiores sociedades de branqueamento de capitais do mundo.
O escândalo político rebentou em França com a divulgação entre 2003 e 2004 de listas, que se descobriu serem falsas, de beneficiários de comissões ocultas provenientes de transacções financeiras internacionais.
Nessas listas, entre várias figuras públicas francesas, sobressaía o nome do actual presidente, Nicolas Sarkozy, então apenas ministro do Interior mas já um sério rival de Villepin na luta pela liderança do partido União por um Movimento Popular (UMP), com vista às presidenciais deste ano.
A formalização da acusação é uma vitória para Sarkozy, que um dia terá avisado o primeiro-ministro: «Eu quando disparo é para matar, não para ferir».
Recentemente, em 19 de Julho, o chefe de Estado gaulês comentou: «À medida que a investigação avança, torna-se evidente que Clearstream era uma armadilha destinada a destruir-me, que Jacques Chirac não é alheio a essa manipulação, que Villepin estava totalmente dentro da sua dinâmica e que Alliot-Marie [actual ministra do Interior], no mínimo, estava ao corrente do que se passava».
Certo é que Villepin está hoje a contas com a justiça, obrigado a pagar uma fiança de 200 mil euros e sujeito a todo o tipo de humilhações. No início de Julho, quando se encontrava de férias, os investigadores aproveitaram a sua ausência para penetrar no seu apartamento e revistar o seu automóvel em busca de provas.
Sarkozy pode agora regozijar-se: o caso «Clearstream» é «uma bala que se transforma em bumerangue». Ou um feitiço que se virou contra o feiticeiro, esfumando-se nesse passe de malabarismo a possibilidade de se averiguarem as eventuais relações entre a classe política francesa e o secreto mundo do branqueamento de capitais.
Villepin, que se recusou a responder a qualquer pergunta dos juízes sem antes se inteirar do conteúdo do processo, declarou que os actos de que é acusado, praticou-os no âmbito das suas funções como primeiro-ministro.
«Clearstream» é o nome de uma instituição bancária sediada no Luxemburgo, sobre a qual pairam suspeitas de ser uma das maiores sociedades de branqueamento de capitais do mundo.
O escândalo político rebentou em França com a divulgação entre 2003 e 2004 de listas, que se descobriu serem falsas, de beneficiários de comissões ocultas provenientes de transacções financeiras internacionais.
Nessas listas, entre várias figuras públicas francesas, sobressaía o nome do actual presidente, Nicolas Sarkozy, então apenas ministro do Interior mas já um sério rival de Villepin na luta pela liderança do partido União por um Movimento Popular (UMP), com vista às presidenciais deste ano.
A formalização da acusação é uma vitória para Sarkozy, que um dia terá avisado o primeiro-ministro: «Eu quando disparo é para matar, não para ferir».
Recentemente, em 19 de Julho, o chefe de Estado gaulês comentou: «À medida que a investigação avança, torna-se evidente que Clearstream era uma armadilha destinada a destruir-me, que Jacques Chirac não é alheio a essa manipulação, que Villepin estava totalmente dentro da sua dinâmica e que Alliot-Marie [actual ministra do Interior], no mínimo, estava ao corrente do que se passava».
Certo é que Villepin está hoje a contas com a justiça, obrigado a pagar uma fiança de 200 mil euros e sujeito a todo o tipo de humilhações. No início de Julho, quando se encontrava de férias, os investigadores aproveitaram a sua ausência para penetrar no seu apartamento e revistar o seu automóvel em busca de provas.
Sarkozy pode agora regozijar-se: o caso «Clearstream» é «uma bala que se transforma em bumerangue». Ou um feitiço que se virou contra o feiticeiro, esfumando-se nesse passe de malabarismo a possibilidade de se averiguarem as eventuais relações entre a classe política francesa e o secreto mundo do branqueamento de capitais.