Curdos no parlamento
Pela primeira vez a minoria curda irá formar um grupo parlamentar com 24 deputados na Grande Assembleia Nacional, em resultado das eleições realizadas no domingo, 22, que renovaram a vitória do AKP de Recep Erdogan.
A participação nas eleições de domingo ultrapassou os 80 por cento
Os 24 deputados curdos foram eleitos na sua região, no sudeste da Turquia, onde os candidatos do DTP (Partido da Sociedade Democrática), que concorreram como independentes, conseguiram recolher quase tantos votos como o partido vencedor do sufrágio, o AKP (Partido da Justiça e do Desenvolvimento), do actual primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdogan.
A formação de um grupo parlamentar curdos é um facto inédito que pode constituir o início de uma nova etapa para o povo curdo.
O dirigente curdo do DTP, Ahmet Türk, congratulou-se com o resultado histórico, afirmando que o grupo parlamentar bater-se-á pela abertura de um novo processo «numa Turquia democrática em que os curdos possam expressar-se em liberdade». «Tentaremos alcançar estes objectivos através da reconciliação e do diálogo», declarou Ahmet Türk perante as câmaras da televisão.
O próprio vencedor do sufrágio, Recep Erdogan (cujo partido alcançou uma expressiva maioria de 46,4 por cento e 341 deputados num total de 550), garantiu na noite eleitoral que a delicada questão curda será uma das primeiras a ser abordada pelo novo parlamento.
Nas eleições de 2002, o movimento nacional não logrou ultrapassar a barreira dos dez por cento, ficando assim privado de representação parlamentar. Para trás, está ainda a dura experiência dos quatro representantes eleitos em 1991, entre eles a conhecida advogada Leyla Zana, os quais acabaram os respectivos mandatos na prisão.
A sua expulsão da assembleia foi motivada pelo discurso de Leyla Zana, na cerimónia de tomada de posse, apelando, em língua curda, ao estabelecimento de relações de fraternidade entre os povos turco e curdo.
Desde que o ilegalizado Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) iniciou a sua luta armada, em 1984, mais de 35 mil pessoas padeceram no conflito, entre membros da guerrilha, militares turcos e população civil.
Forte participação
Após as gigantescas manifestações de Abril contra o alegado programa de Erdogan para a islamização do país, os eleitores turcos acorreram em massa às urnas (a abstenção ficou abaixo dos 20 por cento) para renovarem a maioria do AKP, que registou uma subida da votação de 13 por cento, em relação às eleições de 2002.
Para além deste partido de islâmicos moderados, que coloca a adesão à União Europeia entre as suas prioridades, a segunda formação com representação no hemiciclo é o CHP (Partido Republicano do Povo), de orientação laica, que obteve 20,8 por cento dos votos, mantendo o resultado das legislativas anteriores.
Por fim, a terceira força parlamentar será formada pelo Partido de Acção Nacionalista (MNP), com 14,2 por cento dos votos e 70 deputados, que superou o resultado de 2002 (8,3%), ano em que ficou de fora da assembleia. Esta formação de extrema-direita defende o restabelecimento da pena de morte e o abandono das negociações de adesão à União Europeia, afirmando-se como um inimigo declarado da causa curda.
A formação de um grupo parlamentar curdos é um facto inédito que pode constituir o início de uma nova etapa para o povo curdo.
O dirigente curdo do DTP, Ahmet Türk, congratulou-se com o resultado histórico, afirmando que o grupo parlamentar bater-se-á pela abertura de um novo processo «numa Turquia democrática em que os curdos possam expressar-se em liberdade». «Tentaremos alcançar estes objectivos através da reconciliação e do diálogo», declarou Ahmet Türk perante as câmaras da televisão.
O próprio vencedor do sufrágio, Recep Erdogan (cujo partido alcançou uma expressiva maioria de 46,4 por cento e 341 deputados num total de 550), garantiu na noite eleitoral que a delicada questão curda será uma das primeiras a ser abordada pelo novo parlamento.
Nas eleições de 2002, o movimento nacional não logrou ultrapassar a barreira dos dez por cento, ficando assim privado de representação parlamentar. Para trás, está ainda a dura experiência dos quatro representantes eleitos em 1991, entre eles a conhecida advogada Leyla Zana, os quais acabaram os respectivos mandatos na prisão.
A sua expulsão da assembleia foi motivada pelo discurso de Leyla Zana, na cerimónia de tomada de posse, apelando, em língua curda, ao estabelecimento de relações de fraternidade entre os povos turco e curdo.
Desde que o ilegalizado Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) iniciou a sua luta armada, em 1984, mais de 35 mil pessoas padeceram no conflito, entre membros da guerrilha, militares turcos e população civil.
Forte participação
Após as gigantescas manifestações de Abril contra o alegado programa de Erdogan para a islamização do país, os eleitores turcos acorreram em massa às urnas (a abstenção ficou abaixo dos 20 por cento) para renovarem a maioria do AKP, que registou uma subida da votação de 13 por cento, em relação às eleições de 2002.
Para além deste partido de islâmicos moderados, que coloca a adesão à União Europeia entre as suas prioridades, a segunda formação com representação no hemiciclo é o CHP (Partido Republicano do Povo), de orientação laica, que obteve 20,8 por cento dos votos, mantendo o resultado das legislativas anteriores.
Por fim, a terceira força parlamentar será formada pelo Partido de Acção Nacionalista (MNP), com 14,2 por cento dos votos e 70 deputados, que superou o resultado de 2002 (8,3%), ano em que ficou de fora da assembleia. Esta formação de extrema-direita defende o restabelecimento da pena de morte e o abandono das negociações de adesão à União Europeia, afirmando-se como um inimigo declarado da causa curda.