Greve na Alemanha

Maquinistas em luta

Os maquinistas alemães voltaram à greve, terça-feira, exigindo aumentos salariais. Apesar de uma sentença judicial ter considerado a paralisação ilegal, os trabalhadores aderiram em força interrompendo a circulação de comboios no país.

Nem o tribunal impediu a adesão dos maquinista ao protesto

Um dia depois dos principais sindicatos dos ferroviários, o Transnet e GDBA, terem chegado a acordo com a empresa de caminhos de ferro alemães, os maquinistas voltaram a parar a circulação das composições em todo o território alemão em desacordo com a proposta da empresa.
Transnet e GDBA obrigaram a administração a aumentar mais de 130 mil trabalhadores em 4,5 por cento (o maior aumento desde a 2.ª Guerra Mundial), conseguindo, ainda, impor o pagamento de um prémio suplementar de 600 euros, o qual terá de ser saldado até ao final do corrente ano.
O consenso, subscrito segunda-feira, é válido para os próximos 19 meses, período após o qual os ferroviários querem voltar a dialogar tendo como objectivo a melhoria das suas condições remuneratórias, até porque, dizem, depois disso deverá ser necessário rever os salários para que não continuem a perder poder de compra.
Sentido inverso tiveram, no entanto, as negociações com os representantes dos cerca de 30 mil maquinistas. Para os gestores da DB, a exigência do sindicato independente dos maquinistas, o GdL, é inaceitável, mas os trabalhadores mostram-se irredutíveis na reivindicação de aumentos na ordem dos 31 por cento e, na manhã de anteontem, aderiram em força à greve parcial decretada pelo sindicato.

Tribunal em lado dos patrões

O protesto do Gdl deixou os patrões da DB de tal forma irritados que estes decidiram pedir às autoridades judiciais que decretassem a ilegalidade da greve.
Segunda-feira à noite, o Tribunal de Trabalho de Mainz fez a vontade à empresa, mas nem sob coacção os maquinistas cederam.
Terça-feira, raros foram os comboios de longo curso, regionais, ou suburbanos que entraram nos carris. Milhões de pessoas em Berlim, Munique, Frankfurt, Estugarda e noutras grandes cidades da Alemanha tiveram que encontrar meios suplementares para se deslocarem até ao trabalho. A demonstração de unidade dos maquinistas fez a DB repensar a posição autoritária e, amanhã, administração e maquinistas voltam à mesa das negociações procurando desbloquear o impasse.


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