Mais desemprego registado pelo INE

Os números divulgados na semana passada pelo Instituto Nacional de Estatística, reflectindo um agravamento do desemprego no primeiro trimestre de 2007, «reforçam as razões que levaram a CGTP-IN a marcar a greve geral de 30 de Maio e justificam a exigência de uma mudança de rumo nas políticas que têm vindo a ser seguidas», comentou a central.
Numa nota de imprensa divulgada dia 17, a Inter salienta algumas conclusões dos dados do INE.
Este foi o segundo trimestre consecutivo de crescimento do desemprego em termos homólogos e o segundo em que a taxa de desemprego é superior à verificada em termos médios na UE (27 países).
A taxa de desemprego é agora de 8,4 por cento, mas é mais grave entre os jovens (18,1 por cento) e entre as mulheres (9,9 por cento).
Há oficialmente 469 900 desempregados, mais 40 mil do que no mesmo trimestre de 2006, o que corresponde a um agravamento de 9,4 por cento, que é maior nas mulheres (mais 10 por cento), nos jovens dos 25 aos 34 anos (15,1 por cento) e nos habilitados com ensino superior (mais 32,2 por cento, atingindo já 55 900).
O desemprego de longa duração continua elevado (49,2 por cento dos desempregados).
A precariedade aumentou 12,6 por cento, atingindo mais de 835 mil trabalhadores e elevando a percentagem de contratos não permanentes para 21,5 por cento. Houve uma quebra no emprego a tempo inteiro e o emprego a tempo parcial aumentou 9,2 por cento.
Nota a CGTP-IN que «estes dados contrastam com o aumento do crescimento económico divulgado esta semana pelo INE», pois este, «além de não ser suficiente para aumentar o emprego e estancar o desemprego, é inferior ao observado na UE27 (2,1 por cento face a 3,2 por cento)».
Os indicadores do INE, comentou ainda a central, contradizem os números do Instituto do Emprego e Formação Profissional, referentes aos desempregados inscritos nos centros de emprego.

Nú­meros que falam

No dia 18, face a declarações públicas do ministro do Trabalho e de representantes patronais, a CGTP-IN revelou que decidiu solicitar ao IEFP «a divulgação regular dos motivos de anulação dos desempregados do ficheiro de inscritos nos centros de emprego, por concelho». O pedido foi recusado pelo IEFP, «porque o conhecimento de tal informação pode pôr em causa o seu papel no branqueamento da dimensão real do desemprego, cumprindo diligentemente as orientações do Ministério do Trabalho», acusou a CGTP-IN.
A contradição entre a tendência revelada pela estatística do INE e o que é afirmado pelo IEFP «não é explicável pela diferente natureza das fontes». «Desde Março de 2006 que os dados do IEFP, designadamente quando se afere a evolução face ao ano anterior, suscitam muitas dúvidas» à Inter. No comunicado de dia 18, recorda-se que «em 2006, o cruzamento dos dados do desemprego com os da Segurança Social levou a que houvesse uma redução administrativa do desemprego registado» e que «esta situação continua a verificar-se em 2007».
Em Abril, o número de inscritos nos centros de emprego que estavam classificados como empregados cresceu 21,7 por cento, face ao ano anterior, e 16,8 por cento, em termos trimestrais. Agora, regista-se «um aumento anormal do número de inscritos classificados como indisponíveis temporariamente, que de Abril de 2006 a Abril de 2007 aumentaram 67,5 por cento ».
A CGTP-IN frisa que várias questões têm que ser esclarecidas, e indica duas:
– os aumentos anormais dos inscritos classificados pelo IEFP como empregados ou indisponíveis temporariamente;
– o impacto do aumento das medidas activas de emprego (abrangendo mais de 350 mil pessoas em 2006, embora nem todas desempregadas) no número de desempregados inscritos, já que o número de colocações efectuadas pelos centros de emprego não chegou às 57 mil.


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