Final nacional do torneio Agit de Futsal

A política que se faz a jogar à bola

O futebol não é uma brincadeira, a política muito menos. Mas a soma dos dois dá um resultado divertido e prometedor, como se pôde comprovar no fim-de-semana na final nacional do Torneio Agit

«Conseguimos pôr a malta a pensar sobre os seus direitos»

Durante mais de 24 horas, as equipas finalistas do Torneio Agit de Futsal disputaram a final nacional, organizada pela JCP. Foi no sábado e no domingo, no Pavilhão da Torre da Marinha, no Seixal, juntando as equipas seleccionadas nas finais concelhias e regionais, durante os meses de Abril e Maio, em todo o País.
O lema «Não te deixes fintar, luta pelos teus direitos» deu o mote a um torneio que juntou futebol e política e que conseguiu levar 50 pessoas a aderir à JCP. «Há sempre uma intervenção política, debates sobre o desporto ou outro assunto... Conseguimos envolver estes jovens nas questões sobre a prática desportiva, o direito ao trabalho, os salários, o Processo de Bolonha, as propinas, os exames nacionais», afirma Ana Sofia Correia, da Direcção da JCP. «Nem que seja com uma faixa que coloquemos no campo, conseguimos discutir os problemas e aproximar de nós os jogadores. Há uma série de equipas que participaram no primeiro ano e quiseram participar nos seguintes.»
Na manhã de domingo, dentro do pavilhão, há gente a dormir um pouco por todo o lado. Os atletas tinham colchões à sua disposição num ginásio, mas muitos optaram por descansar mais perto do campo. A equipa de Aveiro passa música, com canções para todos os gostos, mas sempre ritmadas, para animar os jogadores, já cansados dos jogos e da noite.
«Os jogadores acabam por não dormir muito. Nem sempre é fácil com a galhofa...O pessoal da JCP foram-se revezando, uns dormiram mais do que outros, mas todos muito pouco», conta a dirigente.
O piso colorido do campo é pisado com ferver pelos jogadores em movimento. No público, alguns grupos torcem pelas equipas. Se não conhecem nenhuma delas, gritam por aquela que está a perder. E cantam, cantam muito, com energia. De mão em mão rodam jornais desportivos e o Avante!.
A região do Porto foi a que teve mais eliminatórias concelhias, juntando 500 jovens. No total, a nível nacional, participaram directamente cerca de 2000 pessoas. Os melhores estão ali reunidos, a disputar a final. «As equipas têm gostado muito de participar, acham que o torneio está bem organizado. As que já participaram noutras edições acham que estamos a melhorar de ano para ano», conta Ana Sofia. «É pelos valores do torneio, pela amizade e pela solidariedade. Apesar de isto ser uma competição, as equipas dão-se bem. E conseguimos pôr a malta a pensar sobre os seus direitos.»

Contactar mais gente

O jogo entre as equipas femininas da Guarda e de Lisboa está a avançar, com as raparigas do Sul a tentar resistir aos golos do Norte. O cansaço é visível em todas, talvez resultado da maratona de jogos. Mesmo assim, o contentamento é geral.
«Organizar um torneio de futebol é uma óptima maneira de irmos ao encontro do que as pessoas gostam. Há milhares e milhares de pessoas a jogar à bola, entre elas cada vez mais raparigas», declara Ana Sofia Correia. «Temos de saber chegar aos jovens. Podem não aceitar um panfleto que a JCP esteja a distribuir à porta da escola ou da empresa, mas, se os envolvermos no torneio, a abordagem torna-se muito mais fácil, porque eles já nos conhecem. Somos os que organizaram um torneio muito louco, durante 48 horas. Quando os convidarmos para outras coisas, a recepção vai ser completamente diferente.»
A dirigente conta que «toda a gente tem comentado as belíssimas condições deste pavilhão. Temos de ligar isto ao trabalho das câmaras municipais presididas pela CDU e são os próprios atletas que comparam com a falta de estruturas na sua terra. Até assim conseguimos pôr a malta a pensar.»
A edição de 2007 do Torneio Agit está a terminar, com suor, cansaço e novos amigos. Para o ano há mais, com certeza.

Carlos Veloso, árbitro
Acaba tudo em abraços...


Uma equipa de quatro árbitros de Braga dirigiu os jogos durante as 24 horas, dividindo as partidas. Depois do jogo entre as equipas masculinas da Guarda e do Algarve, Carlos Veloso descansa na bancada, preparando-se para a próxima partida, com os olhos no campo.
«É a minha forma de contribuir para que o torneio se realize», refere o árbitro amador, valorizando o envolvimento fraterno, «que não existe no futebol amador devido à forte competição. Aqui, o pessoal até se pode chatear um bocado, mas passados 10 minutos já está tudo aos abraços, mesmo as pessoas que não se conheciam.»
Carlos Veloso afirma que os jogares levam boas impressões do torneio e do trabalho da JCP. Pelos comentários, vê-se que o pessoal está a gostar. A equipa de Braga, por exemplo, mesmo não tendo a mesma capacidade que as outras equipas, chegavam aos jogos a rir.»



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