Parque empresarial

Governo trava desenvolvimento de Barrancos

O presidente da Câmara de Barrancos acusou, na passada semana, o Governo de «travar» o desenvolvimento económico do concelho, por ainda não ter homologado o Plano de Pormenor do futuro Parque Empresarial, aprovado há mais de um ano.

Estão em causa vários projectos de investidores locais e exteriores

«Barrancos não pode estar refém destas demoras», lamentou António Tereno, acusando o Governo de estar a «travar, com burocracias incompreensíveis, um projecto vital para o desenvolvimento económico do concelho».
O autarca falava a propósito da primeira Feira do Presunto e Enchidos de Barrancos, que se realizou no passado fim-de-semana, no novo parque de feiras e exposições daquela vila raiana.
Segundo António Tereno, o Plano de Pormenor do futuro Parque Empresarial, aprovado pela autarquia, em 2003, e pelo Conselho de Ministros, no final de 2005, «aguarda, há mais de um ano, a homologação do Governo e a necessária publicação em Diário da República».
Para tentar «desbloquear» a situação, o autarca, eleito pelo PCP, disse, à Lusa, já ter pedido uma reunião com o director-geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano, Vítor Campos, mas, até ao momento, ainda não obteve qualquer resposta.
Por outro lado, frisou, o primeiro-ministro, José Sócrates, no final de Janeiro, quando visitou o distrito de Beja, durante a iniciativa «Governo presente», «tomou conhecimento da situação e disse que iria resolvê-la o mais rápido possível, mas, até agora, também, nada».
Sem a homologação do Plano de Pormenor, que delimita a zona destinada à infra-estrutura empresarial, segundo António Tereno, «a autarquia não pode avançar com a construção do parque, apesar de as obras já estarem adjudicadas desde 2005».
«Estão em causa vários projectos de investidores locais e exteriores, que precisam de um local onde se fixar em Barrancos para desenvolver as suas actividades económicas, criando emprego e dinamizando o concelho», afirmou.
Por outro lado, acrescentou, o parque também é «necessário para retirar do núcleo urbano de Barrancos algumas micro empresas» ali instaladas.

Projectos bloqueados

«Barrancos é o único concelho que detém a Denominação de Origem Protegida (DOP) do presunto de porco de raça alentejana, o que tem atraído empresários interessados em instalarem-se no concelho e investir no sector», lembrou António Tereno.
Neste sentido, disse haver três investidores, dois espanhóis e um português, interessados em instalar fábricas de transformação de presunto e enchidos no concelho.
Além destas fábricas, acrescentou António Tereno, existem outras intenções de investimento, referindo os casos de empresas do sector agro-alimentar, como uma fábrica de conservas de vegetais, assim como de materiais de construção civil «Com a construção do parque bloqueada, todos estes projectos e outras intenções de investimento estão também bloqueados», lamentou.
A futura infra-estrutura empresarial, orçada em cerca de 1,2 milhões de euros, deverá ter uma área total de 70 mil metros quadrados, dividida em 28 lotes com diferentes dimensões.
O processo de construção do parque implicou ainda alterações no Plano Director Municipal de Barrancos, aprovadas, em 2005, pelo Conselho de Ministros, e na delimitação da Reserva Ecológica Nacional (REN) do concelho.


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