A guerra não existiu
Mesmo sabendo-se que a memória é curta e que há quem se esforce para que a tornemos ainda mais pequena, não faltará quem se lembre de ter ouvido Durão Barroso afirmar, com o ar mais convicto do mundo, que viu com os próprios olhos as provas irrefutáveis da existência de armas terríveis no Iraque. Também não é necessário grande esforço para nos lembrarmos que o primeiro-ministro apresentou a cimeira da Lajes, onde se realizou o conselho de guerra entre Bush, Blair e Aznar, como a «última oportunidade» para a paz.
Quatro meses passados o Iraque foi reduzido a escombros, milhares de pessoas morreram e muitas mais estão condenadas à morte devido aos efeitos secundários da guerra, os iraquianos livraram-se de Saddam e ficaram sob a pata de Bush, as riquezas do país estão a saque e as forças de ocupação anglo-norte-americanas ditam a lei num Estado que de soberano passou a colónia dos EUA. A recente formação de um designado Conselho de Governo Provisório não chega sequer a dar uma ilusão de paulatino regresso à normalidade, tutelado como está pelo poder de veto do todo poderoso administrador norte-americano, Paul Bremer.
Tudo isto foi feito, supostamente, em nome da democracia e por causa das armas de destruição maciça do regime de Saddam. Acontece, porém, que sucessivos relatórios vindos a público demonstram o que muitos disseram desde a primeira hora desta história mal contada, ou seja, que tudo não passou de uma imensa fraude para justificar a invasão e ocupação do Iraque. As provas não só eram falsas como foram deliberadamente forjadas para enganar a opinião pública mundial e as instituições que ainda é suposto terem um papel na regulação das relações entre as nações.
Em Washington e Londres a questão domina as atenções e a agenda política, e já ninguém duvida que vão rolar cabeças de bodes expiatórios, mesmo que isso não altere a situação imposta aos iraquianos. Ao contrário, em Portugal, impera o silêncio, quebrado aqui e ali pelas cada vez mais delirantes opiniões do director do Público, que chega ao cúmulo de apontar como «boa notícia» a descoberta de valas comuns das vítimas do regime iraquiano... que por acaso datam do tempo em que Saddam era um aliado extremoso de Washington. Quanto a Durão Barroso e ao governo português, silêncio. A guerra contra o Iraque não existiu. O que há são umas oportunidades de negócios e umas centenas de GNRs ansiosos por um vencimento melhorado, com ou sem blindados. E como nos tempos da «outra senhora», lá vamos cantando e rindo.
Quatro meses passados o Iraque foi reduzido a escombros, milhares de pessoas morreram e muitas mais estão condenadas à morte devido aos efeitos secundários da guerra, os iraquianos livraram-se de Saddam e ficaram sob a pata de Bush, as riquezas do país estão a saque e as forças de ocupação anglo-norte-americanas ditam a lei num Estado que de soberano passou a colónia dos EUA. A recente formação de um designado Conselho de Governo Provisório não chega sequer a dar uma ilusão de paulatino regresso à normalidade, tutelado como está pelo poder de veto do todo poderoso administrador norte-americano, Paul Bremer.
Tudo isto foi feito, supostamente, em nome da democracia e por causa das armas de destruição maciça do regime de Saddam. Acontece, porém, que sucessivos relatórios vindos a público demonstram o que muitos disseram desde a primeira hora desta história mal contada, ou seja, que tudo não passou de uma imensa fraude para justificar a invasão e ocupação do Iraque. As provas não só eram falsas como foram deliberadamente forjadas para enganar a opinião pública mundial e as instituições que ainda é suposto terem um papel na regulação das relações entre as nações.
Em Washington e Londres a questão domina as atenções e a agenda política, e já ninguém duvida que vão rolar cabeças de bodes expiatórios, mesmo que isso não altere a situação imposta aos iraquianos. Ao contrário, em Portugal, impera o silêncio, quebrado aqui e ali pelas cada vez mais delirantes opiniões do director do Público, que chega ao cúmulo de apontar como «boa notícia» a descoberta de valas comuns das vítimas do regime iraquiano... que por acaso datam do tempo em que Saddam era um aliado extremoso de Washington. Quanto a Durão Barroso e ao governo português, silêncio. A guerra contra o Iraque não existiu. O que há são umas oportunidades de negócios e umas centenas de GNRs ansiosos por um vencimento melhorado, com ou sem blindados. E como nos tempos da «outra senhora», lá vamos cantando e rindo.