O «lado bom»...
Escreve o inefável J.A.Saraiva, no «Sol», do alto do seu anticomunismo diligente, que o tal «concurso» da RTP deu no que deu por um «voto de protesto» e porque «os portugueses gostam» do «lado bom de Salazar»,das estafadas balelas sobre a segunda guerra e as finanças, e da «seriedade e autoridade», que são «também de Cunhal» - uma versão adocicada da tese dos «ícones simétricos» de Eduardo Lourenço.
Mas talvez o «lado bom» de tudo isto seja antes o de tornar mais claro que «anda tudo ligado» na conjuntura desta crise económico-social, em que branqueamento do fascismo e promoção dos seus sequazes de hoje – o PNR e não só – cumprem o mesmo desígnio de confundir as massas e servir de instrumento à perpetuação no poder dos círculos mais reaccionários dos grandes interesses, por todos os meios.
O «lado bom» é clarificar que 64290 telefonemas não traduzem qualquer protesto para além da acção dos 9320 votantes do PNR em 2005 e pouco mais - por hipótese, a ordem informática aos telefones duma empresa do PSI 20.
O «lado bom» é tornar evidente, para além da RTP, o papel do sistema empresarial-mediático e dos opinadores do «centrão», de banalização do fascismo que hoje abre caminho a mais exploração e opressão, ao serviço dos mesmos interesses - agora votados democraticamente. É Pacheco Pereira a desculpabilizar o «fascismo difuso», J.M.Fernandes «liberal» com o PNR mas contra a Constituição, que «desgraçadamente proíbe os partidos fascistas», e apoiando a tese de que «o PCP restaura “objectivamente” a figura de Salazar». É R.Ramos zurzindo a «intolerância» de «gente de esquerda» com a «mania de chamar “fascista”» e o sempre reaccionário Saldanha Sanches que escreve o «pensamento político de Álvaro Cunhal era muito mais intensamente totalitário do que o de Salazar»(sic).
O «lado bom» é que assim se percebe melhor porque é que para alguns o cartaz do PNR sobre a imigração não tipifica o crime de apelo à xenofobia, ou porque é que João Soares falou sete minutos na AR sobre a resistência ao fascismo e nem sequer referiu o PCP, ou qualquer dos seus militantes.
O «lado bom» de tudo isto é que ficam claras as cumplicidades dos grandes interesses e das suas políticas de direita (agora com este Governo PS), de assalto aos direitos dos trabalhadores e do povo e degenerescência da democracia, de ataque sem escrúpulos nem quartel ao PCP, partido fundador do regime democrático e força determinante na luta pela democracia avançada e um «mundo novo a sério».
Mas talvez o «lado bom» de tudo isto seja antes o de tornar mais claro que «anda tudo ligado» na conjuntura desta crise económico-social, em que branqueamento do fascismo e promoção dos seus sequazes de hoje – o PNR e não só – cumprem o mesmo desígnio de confundir as massas e servir de instrumento à perpetuação no poder dos círculos mais reaccionários dos grandes interesses, por todos os meios.
O «lado bom» é clarificar que 64290 telefonemas não traduzem qualquer protesto para além da acção dos 9320 votantes do PNR em 2005 e pouco mais - por hipótese, a ordem informática aos telefones duma empresa do PSI 20.
O «lado bom» é tornar evidente, para além da RTP, o papel do sistema empresarial-mediático e dos opinadores do «centrão», de banalização do fascismo que hoje abre caminho a mais exploração e opressão, ao serviço dos mesmos interesses - agora votados democraticamente. É Pacheco Pereira a desculpabilizar o «fascismo difuso», J.M.Fernandes «liberal» com o PNR mas contra a Constituição, que «desgraçadamente proíbe os partidos fascistas», e apoiando a tese de que «o PCP restaura “objectivamente” a figura de Salazar». É R.Ramos zurzindo a «intolerância» de «gente de esquerda» com a «mania de chamar “fascista”» e o sempre reaccionário Saldanha Sanches que escreve o «pensamento político de Álvaro Cunhal era muito mais intensamente totalitário do que o de Salazar»(sic).
O «lado bom» é que assim se percebe melhor porque é que para alguns o cartaz do PNR sobre a imigração não tipifica o crime de apelo à xenofobia, ou porque é que João Soares falou sete minutos na AR sobre a resistência ao fascismo e nem sequer referiu o PCP, ou qualquer dos seus militantes.
O «lado bom» de tudo isto é que ficam claras as cumplicidades dos grandes interesses e das suas políticas de direita (agora com este Governo PS), de assalto aos direitos dos trabalhadores e do povo e degenerescência da democracia, de ataque sem escrúpulos nem quartel ao PCP, partido fundador do regime democrático e força determinante na luta pela democracia avançada e um «mundo novo a sério».