Enquanto é tempo
Não constituirá grande surpresa a presença organizada, na contramanifestação que tentou impedir a realização da «Sessão Pública de Afirmação dos Ideais Antifascistas», organizada no passado sábado, pela União de Resistentes Antifascistas Portuguesa – URAP, de cerca de duas dúzias de fascistóides e histéricos saudosistas, oriundos das estruturas da Frente Nacional, do PNR e de outras organizações racistas e nazi-fascistas, que não resistiram aos gritos de «Salazar», «Salazar», e à saudação nazi, goradas que estavam as expectativas de um confronto directo com os democratas presentes, apesar de procurarem que a sua presença parecesse normal, misturada com os populares que, perante o circo montado, ali se juntaram.
E nem é surpresa que os principais órgãos de Comunicação Social os tenham usado como rosto dessa população local, apesar de ser óbvio que assim não era.
Surpresa não será certamente a ausência do PS numa iniciativa com esta importância. Meias tintas que quase sempre se traduzem na conivência ou na participação activa em passos que visam branquear a história e negar o papel dos comunistas na luta contra o fascismo.
Surpresa não foi também a vibrante dinâmica e determinação de todos os antifascistas que, de Santa Comba e de vários pontos do País, quiseram ali levar, uma vez mais, os cravos de Abril e, com eles, o compromisso de tudo fazer para impedir aquele memorial de glorificação do ditador fascista António de Oliveira Salazar.
O que impressionou, embora também não dê lugar a grande surpresa, foi ter ficado ali bem visível, naquela gente simples, com o seu fato domingueiro ou na farda de trabalho, nas famílias que ali vieram passar a sua tarde de sábado, nas crianças que aclamaram o nome do ditador, os efeitos de trinta anos de política de direita, do PS ou do PSD, que votaram o interior ao isolamento, que encerraram escolas, serviços de saúde, postos de correio, estações e linhas de Caminho de Ferro, que levaram à destruição do aparelho produtivo e condenaram os trabalhadores a salários de miséria.
Impressionante é ver como é que a campanha política e ideológica contra os valores do regime democrático saído da Revolução de Abril, vai já tão profunda que um punhado de homens e mulheres se tenham deixado assim instrumentalizar, fazendo suas as palavras e as ideias hediondas de outros.
Registos a confirmar a justeza da iniciativa e a reclamar outras. Enquanto é tempo.
E nem é surpresa que os principais órgãos de Comunicação Social os tenham usado como rosto dessa população local, apesar de ser óbvio que assim não era.
Surpresa não será certamente a ausência do PS numa iniciativa com esta importância. Meias tintas que quase sempre se traduzem na conivência ou na participação activa em passos que visam branquear a história e negar o papel dos comunistas na luta contra o fascismo.
Surpresa não foi também a vibrante dinâmica e determinação de todos os antifascistas que, de Santa Comba e de vários pontos do País, quiseram ali levar, uma vez mais, os cravos de Abril e, com eles, o compromisso de tudo fazer para impedir aquele memorial de glorificação do ditador fascista António de Oliveira Salazar.
O que impressionou, embora também não dê lugar a grande surpresa, foi ter ficado ali bem visível, naquela gente simples, com o seu fato domingueiro ou na farda de trabalho, nas famílias que ali vieram passar a sua tarde de sábado, nas crianças que aclamaram o nome do ditador, os efeitos de trinta anos de política de direita, do PS ou do PSD, que votaram o interior ao isolamento, que encerraram escolas, serviços de saúde, postos de correio, estações e linhas de Caminho de Ferro, que levaram à destruição do aparelho produtivo e condenaram os trabalhadores a salários de miséria.
Impressionante é ver como é que a campanha política e ideológica contra os valores do regime democrático saído da Revolução de Abril, vai já tão profunda que um punhado de homens e mulheres se tenham deixado assim instrumentalizar, fazendo suas as palavras e as ideias hediondas de outros.
Registos a confirmar a justeza da iniciativa e a reclamar outras. Enquanto é tempo.