«Ricas prendas»
Passou um ano da eleição de Cavaco Silva para a Presidência da República, aqui se assinala o facto, não para fazer um balanço - que carece doutro espaço/tempo -, mas antes para juntar umas notas sobre essa «rica prenda», que então calhou «em sorte» a este povo, e que todos os dias confirma o que então definimos como uma vitória da política de direita e dos sectores mais reaccionários e revanchistas da direita e do grande capital, que aspiram à liquidação de direitos e conquistas de Abril e à voragem dos recursos e riqueza nacional.
Diz-se agora que Cavaco está a tratar dos apoios no PS para chegar ao segundo mandato - assim se tenta desculpabilizar o seu enleio recorrente com o Governo, e também, de certa forma, as muitas bajulices de Sócrates, por exemplo, nos cumprimentos do fim de ano, a assumida «inspiração» cavaquista do Costa da Justiça, ou a indecente proposta do M.Coelho da FAUL do PS de votar Cavaco nas presidenciais de 2011(!). Mas a questão de fundo não são os tacticismos do Presidente Cavaco, com o PS ou o PSD - e que agora são um elemento milimetricamente cuidado da sua politiquice, quando em campanha eleitoral até rejeitava ser considerado um «político profissional» -, o essencial é que a sua intervenção visa o cerne dos objectivos dos interesses, que apelida de «democráticos» mas identifica com o «mercado», isto é, com o grande capital.
A sua «convergência estratégica» com o Governo PS de J.Sócrates, que alguém disse ser «siamês» de Cavaco, tal como o seu «Conselho de Globalização», o seu «capitalismo inclusivo», ou os seus «boys» da Opus e dos Beatos não são, como se comprova, instrumentos do seu «primeiro desafio» do discurso da tomada de posse, de «um crescimento mais forte da economia portuguesa», mas sim, como no passado, mecanismos da sua «força de desbloqueio» do «empreendorismo» - conforme os seus eufemismos.
E, talvez a propósito deste primeiro aniversário da sua eleição, Cavaco Silva não quis deixar de juntar à sua já longa e pesada contribuição para a liquidação do regime democrático constitucional - que erguemos em Abril -, o patrocínio de propostas legislativas, a cozinhar entre PS e PSD, com vista à batota eleitoral, e a intervenção empenhada, em directo da Índia, em defesa da chamada «flexi-segurança» - o novo dogma da globalização capitalista, para liberalizar os despedimentos, alargar a precariedade e a exploração.
Estas propostas e o Presidente Cavaco são, em qualquer dos casos, estranhos à Constituição e umas «ricas prendas».
Diz-se agora que Cavaco está a tratar dos apoios no PS para chegar ao segundo mandato - assim se tenta desculpabilizar o seu enleio recorrente com o Governo, e também, de certa forma, as muitas bajulices de Sócrates, por exemplo, nos cumprimentos do fim de ano, a assumida «inspiração» cavaquista do Costa da Justiça, ou a indecente proposta do M.Coelho da FAUL do PS de votar Cavaco nas presidenciais de 2011(!). Mas a questão de fundo não são os tacticismos do Presidente Cavaco, com o PS ou o PSD - e que agora são um elemento milimetricamente cuidado da sua politiquice, quando em campanha eleitoral até rejeitava ser considerado um «político profissional» -, o essencial é que a sua intervenção visa o cerne dos objectivos dos interesses, que apelida de «democráticos» mas identifica com o «mercado», isto é, com o grande capital.
A sua «convergência estratégica» com o Governo PS de J.Sócrates, que alguém disse ser «siamês» de Cavaco, tal como o seu «Conselho de Globalização», o seu «capitalismo inclusivo», ou os seus «boys» da Opus e dos Beatos não são, como se comprova, instrumentos do seu «primeiro desafio» do discurso da tomada de posse, de «um crescimento mais forte da economia portuguesa», mas sim, como no passado, mecanismos da sua «força de desbloqueio» do «empreendorismo» - conforme os seus eufemismos.
E, talvez a propósito deste primeiro aniversário da sua eleição, Cavaco Silva não quis deixar de juntar à sua já longa e pesada contribuição para a liquidação do regime democrático constitucional - que erguemos em Abril -, o patrocínio de propostas legislativas, a cozinhar entre PS e PSD, com vista à batota eleitoral, e a intervenção empenhada, em directo da Índia, em defesa da chamada «flexi-segurança» - o novo dogma da globalização capitalista, para liberalizar os despedimentos, alargar a precariedade e a exploração.
Estas propostas e o Presidente Cavaco são, em qualquer dos casos, estranhos à Constituição e umas «ricas prendas».