Bodes expiatórios

SAÚDE: In­ter­pe­lação do PCP ao Go­verno - 8

Outra acusação de que o Ministro foi alvo no decurso da interpelação tem a ver com a sua tentativa de utilizar os profissionais de saúde como bodes expiatórios por todos os males do SNS. Esta é uma linha de ataque que se insere no quadro de uma intensa ofensiva que inclui a destruição das carreiras profissionais e a desvalorização do seu trabalho, lembrou o deputado comunista Miguel Tiago. Movido por estes objectivos, o Governo aumenta ainda a «linha de externalização dos serviços, aumenta as contratações à peça e o recurso ao trabalho precário, generalizando práticas que debilitam quer o trabalhador quer o serviço prestado».
Outros hospitais há que contratam para as urgências «médicos vindos de outras unidades sem o conveniente enquadramento no trabalho de equipa e com a consequente perda da qualidade do serviço», contratação que acaba por ser mais onerosa do que se fosse efectuado o pagamento do trabalho extra dos médicos do próprio hospital.
«Onde está afinal a apregoada boa gestão ?», inquiriu Miguel Tiago, interpelando directamente Correia de Campos, que passou ao lado do assunto como gato sobre brasas.
Como nada disse sobre a falha de colocação de 900 médicos internos, questão igualmente suscitada pelo parlamentar do PCP, que considerou ser esta uma «falha» que vem mesmo a calhar ao Executivo, poupando-lhe um milhão e meio de euros.
Miguel Tiago teceu ainda críticas à incapacidade do Ministério tutelado por Correia de Campos para garantir a «estabilidade, proporcionalidade e justa distribuição geográfica dos médicos no SNS e a qualidade do serviço».


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