GIs contra a guerra
O crescimento da oposição à ocupação norte-americana do Iraque ficou patente no testemunho dado por 25 militares no activo (GIs) na conferência de imprensa realizada em Norfolk, Va., a 15 de Janeiro. Subscritores do apelo que circula desde Outubro passado – Appel for Redress –, os militares dão uma imagem da ocupação do Iraque bem diferente da de Bush.
O apelo conta já com 1029 assinaturas, a maioria de militares no activo, bem como de reservistas da Guarda Nacional. Trinta e cinco são de tropas estacionadas no Iraque.
A data da conferência de imprensa, segundo os organizadores, foi escolhida de forma a relacionar o apelo com o legado de Martin Luther King na luta pela justiça e pela paz. Cerca de 35 militares no activo e reservistas, incluindo veteranos do Iraque e outros, e os oradores de serviço encheram a tribuna. Bandeiras nas paredes da Igreja Universalista Unitária, incluindo uma com a mensagem «Apoia as tropas; ouve-as», saudavam as cerca de 100 pessoas presentes.
Os que ali estiveram, entre os quais estações de TV de Norfolk e alguns média nacionais e internacionais, ouviram. Escutaram, se escutaram cuidadosamente, que um novo movimento de tropas no activo está a começar a falar pela sua própria voz. Ouviram que o movimento civil contra a guerra saúda e apoia este novo movimento de GIs.
Alguns dos dinamizadores do apelo e responsáveis pelos movimentos iniciais falaram à margem da iniciativa e clarificaram as suas posições numa série de entrevistas contínuas à televisão, jornais e realizadores de documentários durante quatro horas. Entre os participantes estavam os militares no activo Navy Seamen Jonathan Hutto e Javier Capella, o oficial subalterno Dave Rogers e o sargento da Marinha Liam Madden.
Hutto e Capella, que é de Porto Rico, estão estacionados em Norfolk no porta-aviões Theodore Roosevelt, com mais cerca de 3000 oficiais e marinheiros recrutados. Norfolk é uma pequena cidade dominada pela grande base naval norte-americana. Caminhando pela baixa da cidade, os dois marinheiros não podiam deixar de se encontrar com outros tripulantes do seu navio.
Na conferência de imprensa, Hutto, um afro-americano que cresceu em Atlanta sob a forte influência do movimento pelos direitos civis, baseou a sua intervenção em Martin Luther King e na sua oposição à guerra do Vietname.
Madden, que está estacionado na base naval em Quantico, Va., e a quem só falta uma semana de actividade para acabar o contrato, falou sobre a necessidade de «prestar atenção às palavras de Luther King mais do que uma vez no ano». Coube a Madden ler o Appeal for Redress, lançado de tal forma pelo movimento que os militares no activo têm o direito legal de o subscrever, protegidos pelo Military Whistleblower Protection Act (DOD directiva 7050.6).
Uma simples declaração torna claro que «Permanecer no Iraque não resulta nem vale o preço que se paga. É altura de as tropas dos EUA voltarem a casa». Madden acrescenta: «Mais nenhum dos meus irmãos deve morrer por uma mentira. Isto não é política. É a nossa geração a exigir honestidade».
Entre os apoiantes presentes na iniciativa estava pelo menos uma dúzia de membros dos Veteranos do Iraque Contra a Guerra (IVAW, na sigla inglesa). Este grupo está empenhado em organizar os veteranos que participaram na ocupação do Iraque e a mobilizá-los para o movimento contra a guerra. O IVAW está agora a usar também o apelo para chegar aos militares no activo.
Jabbar Magruder, do IVAW, que continua no activo na Guarda Nacional na Califórnia, disse que se juntaria a Liam Madden e aos elementos que a 16 de Janeiro se iam encontrar com Dennis Kucinich e outros representantes no Congresso para apresentar a este órgão as assinaturas recolhidas.
Os restantes oradores foram representantes das organizações Military Families Speak Out, Veterans For Peace e outras organizações contra a guerra que foram chamados a apoiar o movimento dos militares no activo, incluindo um grupo que tem distribuído propaganda contra a guerra aos membros da Guarda Nacional nos centros de estágio em Nova Iorque.
David Cortwright, autor do livro «Soldados em Revolta», repetiu a mensagem dada pela bandeira: «Devemos ouvir os homens e as mulheres» que estão no serviço militar e que estão a ter coragem de falar contra a guerra. O livro inspirou Hutto há um ano a iniciar o movimento.
Antes do fim da conferência, Hutto apresentou mais três GIs no activo, que leram partes do discurso de Luther King proferido en Abril de 1967.
O apelo está disponível em www.appealforredress.org.
O apelo conta já com 1029 assinaturas, a maioria de militares no activo, bem como de reservistas da Guarda Nacional. Trinta e cinco são de tropas estacionadas no Iraque.
A data da conferência de imprensa, segundo os organizadores, foi escolhida de forma a relacionar o apelo com o legado de Martin Luther King na luta pela justiça e pela paz. Cerca de 35 militares no activo e reservistas, incluindo veteranos do Iraque e outros, e os oradores de serviço encheram a tribuna. Bandeiras nas paredes da Igreja Universalista Unitária, incluindo uma com a mensagem «Apoia as tropas; ouve-as», saudavam as cerca de 100 pessoas presentes.
Os que ali estiveram, entre os quais estações de TV de Norfolk e alguns média nacionais e internacionais, ouviram. Escutaram, se escutaram cuidadosamente, que um novo movimento de tropas no activo está a começar a falar pela sua própria voz. Ouviram que o movimento civil contra a guerra saúda e apoia este novo movimento de GIs.
Alguns dos dinamizadores do apelo e responsáveis pelos movimentos iniciais falaram à margem da iniciativa e clarificaram as suas posições numa série de entrevistas contínuas à televisão, jornais e realizadores de documentários durante quatro horas. Entre os participantes estavam os militares no activo Navy Seamen Jonathan Hutto e Javier Capella, o oficial subalterno Dave Rogers e o sargento da Marinha Liam Madden.
Hutto e Capella, que é de Porto Rico, estão estacionados em Norfolk no porta-aviões Theodore Roosevelt, com mais cerca de 3000 oficiais e marinheiros recrutados. Norfolk é uma pequena cidade dominada pela grande base naval norte-americana. Caminhando pela baixa da cidade, os dois marinheiros não podiam deixar de se encontrar com outros tripulantes do seu navio.
Na conferência de imprensa, Hutto, um afro-americano que cresceu em Atlanta sob a forte influência do movimento pelos direitos civis, baseou a sua intervenção em Martin Luther King e na sua oposição à guerra do Vietname.
Madden, que está estacionado na base naval em Quantico, Va., e a quem só falta uma semana de actividade para acabar o contrato, falou sobre a necessidade de «prestar atenção às palavras de Luther King mais do que uma vez no ano». Coube a Madden ler o Appeal for Redress, lançado de tal forma pelo movimento que os militares no activo têm o direito legal de o subscrever, protegidos pelo Military Whistleblower Protection Act (DOD directiva 7050.6).
Uma simples declaração torna claro que «Permanecer no Iraque não resulta nem vale o preço que se paga. É altura de as tropas dos EUA voltarem a casa». Madden acrescenta: «Mais nenhum dos meus irmãos deve morrer por uma mentira. Isto não é política. É a nossa geração a exigir honestidade».
Entre os apoiantes presentes na iniciativa estava pelo menos uma dúzia de membros dos Veteranos do Iraque Contra a Guerra (IVAW, na sigla inglesa). Este grupo está empenhado em organizar os veteranos que participaram na ocupação do Iraque e a mobilizá-los para o movimento contra a guerra. O IVAW está agora a usar também o apelo para chegar aos militares no activo.
Jabbar Magruder, do IVAW, que continua no activo na Guarda Nacional na Califórnia, disse que se juntaria a Liam Madden e aos elementos que a 16 de Janeiro se iam encontrar com Dennis Kucinich e outros representantes no Congresso para apresentar a este órgão as assinaturas recolhidas.
Os restantes oradores foram representantes das organizações Military Families Speak Out, Veterans For Peace e outras organizações contra a guerra que foram chamados a apoiar o movimento dos militares no activo, incluindo um grupo que tem distribuído propaganda contra a guerra aos membros da Guarda Nacional nos centros de estágio em Nova Iorque.
David Cortwright, autor do livro «Soldados em Revolta», repetiu a mensagem dada pela bandeira: «Devemos ouvir os homens e as mulheres» que estão no serviço militar e que estão a ter coragem de falar contra a guerra. O livro inspirou Hutto há um ano a iniciar o movimento.
Antes do fim da conferência, Hutto apresentou mais três GIs no activo, que leram partes do discurso de Luther King proferido en Abril de 1967.
O apelo está disponível em www.appealforredress.org.