Bush confirma
O presidente do Estados Unidos admitiu pela primeira vez, na semana passada, dia 6, que a CIA dispõe de uma rede secreta de centros de detenção espalhada pelo mundo.
Os governos continuam a negar sua cumplicidade
As declarações de Bush não acrescentaram qualquer novidade nas investigações conduzidas quer pelo Conselho da Europa, quer pela comissão temporária do Parlamento Europeu. De resto, há vários meses que foram divulgadas provas irrefutáveis sobre a realização mais de mil voos ilegais da CIA, o sequestro de dezenas pessoas, bem como grande diversidade testemunhos de detidos submetidos às mais atrozes torturas.
Apesar dos factos apurados, os governos europeus recusaram-se até agora a colaborar com a investigação, negando qualquer envolvimento ou sequer conhecimento de semelhantes operações.
Por isso, a confissão de Bush provocou uma visível perturbação entre os líderes do velho Continente que, apanhados de surpresa, tentaram disfarçar, fingindo que nada tinha acontecido.
Recorde-se que o presidente norte-americano não só confirmou que a CIA tinha interrogado suspeitos de terrorismo, alegadamente membros da Al-Qaida, em prisões secretas situadas em países estrangeiros, como anunciou, com a habitual arrogância, que «este programa de detenções da CIA» será prosseguido.
Esconder culpas
Na quinta-feira,7, o comissário europeu da Justiça e Segurança, Franco Frattini, insistiu em pedir «plena cooperação» aos estados membros da UE em todos os inquéritos relacionados com o assunto.
No mesmo dia, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, declarou em Madrid que a luta contra o terrorismo não podia admitir infracções aos direitos do homem e às liberdades civis.
Sentado a seu lado, o presidente do governo espanhol, José Rodriguez Zapatero, condenou as prisões secretas, declarando-as «não compatíveis com os princípios do Estados de direito e da democracia», mas reafirmou que não dispõe de nenhuma prova das escalas de aviões da CIA em território nacional, negando o conteúdo do relatório do parlamentar suíço Dick Marty, que indica a Espanha numa lista de 14 países que acolheram detidos em trânsito.
Por seu lado, o governo da Polónia, país suspeito de albergar centros de detenção, continuou a rejeitar as acusações, sublinhando que as afirmações de Bush «em nada alteram as nossas declarações anteriores», segundo declarou um porta-voz da tutela dos serviços secretos
Também a Grécia voltou a desmentir os investigadores, insistindo o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Dora Bakoyannis, de que tem «qualquer prova» de que Atenas tenha tolerado voos secretos da CIA relacionados com o transporte de detidos.
Apenas na Austrália, a palavras de Bush parecem não ter causado incómodo. Pelo contrário, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Alexander Dower, não hesitou em manifestar apoio aos EUA, afirmando que «muito foi conseguido através de esse tipo de programas».
Apesar dos factos apurados, os governos europeus recusaram-se até agora a colaborar com a investigação, negando qualquer envolvimento ou sequer conhecimento de semelhantes operações.
Por isso, a confissão de Bush provocou uma visível perturbação entre os líderes do velho Continente que, apanhados de surpresa, tentaram disfarçar, fingindo que nada tinha acontecido.
Recorde-se que o presidente norte-americano não só confirmou que a CIA tinha interrogado suspeitos de terrorismo, alegadamente membros da Al-Qaida, em prisões secretas situadas em países estrangeiros, como anunciou, com a habitual arrogância, que «este programa de detenções da CIA» será prosseguido.
Esconder culpas
Na quinta-feira,7, o comissário europeu da Justiça e Segurança, Franco Frattini, insistiu em pedir «plena cooperação» aos estados membros da UE em todos os inquéritos relacionados com o assunto.
No mesmo dia, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, declarou em Madrid que a luta contra o terrorismo não podia admitir infracções aos direitos do homem e às liberdades civis.
Sentado a seu lado, o presidente do governo espanhol, José Rodriguez Zapatero, condenou as prisões secretas, declarando-as «não compatíveis com os princípios do Estados de direito e da democracia», mas reafirmou que não dispõe de nenhuma prova das escalas de aviões da CIA em território nacional, negando o conteúdo do relatório do parlamentar suíço Dick Marty, que indica a Espanha numa lista de 14 países que acolheram detidos em trânsito.
Por seu lado, o governo da Polónia, país suspeito de albergar centros de detenção, continuou a rejeitar as acusações, sublinhando que as afirmações de Bush «em nada alteram as nossas declarações anteriores», segundo declarou um porta-voz da tutela dos serviços secretos
Também a Grécia voltou a desmentir os investigadores, insistindo o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Dora Bakoyannis, de que tem «qualquer prova» de que Atenas tenha tolerado voos secretos da CIA relacionados com o transporte de detidos.
Apenas na Austrália, a palavras de Bush parecem não ter causado incómodo. Pelo contrário, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Alexander Dower, não hesitou em manifestar apoio aos EUA, afirmando que «muito foi conseguido através de esse tipo de programas».