«Los Disidentes»
Um livro incomum foi apresentado em Havana na semana passada, «Los Disidentes».
O título poderia gerar confusão; daí a necessidade das aspas.
Os autores, Luis Baez e Rosa Miriam Elizalde, dois destacados jornalistas, reuniram em 227 páginas entrevistas com 12 agentes da segurança cubana que durante anos, infiltrados em grupos contra-revolucionários, se comportaram como inimigos do regime.
«Estamos perante um livro que ilumina verdades já ditas e esclarece como surgem os chamados dissidentes, por decisão tomada pelo governo dos EUA e não como resultado de um processo autóctone, de uma necessidade do nosso povo» - afirmou no lançamento da obra o ministro dos Negócios Estrangeiros de Cuba, Felipe Perez Roque.
O conteúdo das entrevistas confirma essa opinião. Os falsos dissidentes não se limitam nas entrevistas a revelar factos que permitem ao leitor viajar pelo mundo desconhecido em que se movem os grupelhos contra-revolucionários. Apresentam documentos comprovativos do envolvimento directo do Escritório de Interesses dos EUA em Havana na montagem e financiamento dessas micro-organizações fantasmáticas.
Para o leitor com dúvidas sobre essa gente fica transparente quem são e como se comportavam e viviam os 75 cidadãos cujas condenações estão na origem da campanha desencadeada a nível mundial contra a Revolução cubana, acusada de violação dos direitos humanos e desrespeito de liberdades garantidas pela Carta da ONU.
Os cidadãos apresentados pelos grandes mass media internacionais como intelectuais perseguidos por delitos de opinião aparecem neste livro retratados tal como são.
Os autores definem o seu trabalho como exemplo de «jornalismo de urgência», porque o realizaram em escassas semanas. Mas estamos perante uma obra que pelo tema e a estrutura psicológica das personagens traz à memória romances de John Le Carré.
A diferença principal entre os falsos dissidentes e os espiões tradicionais transparece da própria natureza do trabalho que realizavam. Somente podiam conquistar a total confiança dos inimigos da Revolução e dos próprios serviços de inteligência dos EUA actuando como autênticos conspiradores. Um deles chegou a ser presidente de um dos partidos ficcionais inventados pelo chefe da missão diplomática dos EUA em Havana, sr James Cason. Alguns desses «partidos», citados pela imprensa portuguesa como organizações democráticas, eram grupos de cinco ou seis pessoas, entre dirigentes e militantes.
Uma obra desmistificadora
Os depoimentos reunidos por Baez e Rosa Miriam iluminam com luz forte o carácter, o estilo de vida, o amoralismo dos mercenários que, ao serem condenados a pesadas penas pela justiça cubana, receberam a solidariedade de não poucos intelectuais de esquerda europeus e americanos, confundidos por uma ruidosa campanha de desinformação.
O livro é tanto mais demolidor quanto as entrevistas aos falsos dissidentes têm como complemento documentos, gravações, fotos que comprovam a responsabilidade directa do chefe da missão diplomática dos EUA na promoção e financiamento de actividades conspirativas contra o Estado cubano. James Jason actuava desafiadoramente, como um 007 de baixo perfil. Violando o estatuto diplomático, organizava reuniões nas Províncias com a escória humana que contratava para os seus micro-partidos, distribuía presentes caríssimos, desde computadores a sofisticados aparelhos electrónicos. Numa recepção que ofereceu em Havana a elementos desses grupelhos contra-revolucionários, mascarados de organizações democráticas, excedeu todos os limites, falando e actuando como um conspirador. Dir-se-ia que, pelo seu comportamento, pretendia ser declarado persona non grata, com o objectivo de desencadear uma crise grave.
Outro dos méritos de «Los Disidentes» é a desmontagem do discurso mediático que apresenta como intelectuais democráticos os 75 cidadãos que estão cumprindo penas de prisão. Os agentes infiltrados que com eles conviveram aprenderam, no quotidiano, a conhecer o rosto oculto dessa gente venal e corrupta. Alguns são racistas e simulando modéstia nas entrevistas a jornalistas estrangeiros, possuíam carros caros e residências quase luxuosas. Não foi com os magros salários de funcionários do Estado cubano que esses contra-revolucionários tiveram acesso a tão elevados padrões de vida.
O interesse despertado pelo livro de Baez e Rosa Miriam justifica-se. É uma obra desmistificadora, uma magnífica radiografia dos grupelhos contra-revolucionários que pretendem apresentar-se como «alternativa democrática» ao actual regime de Cuba.
O título poderia gerar confusão; daí a necessidade das aspas.
Os autores, Luis Baez e Rosa Miriam Elizalde, dois destacados jornalistas, reuniram em 227 páginas entrevistas com 12 agentes da segurança cubana que durante anos, infiltrados em grupos contra-revolucionários, se comportaram como inimigos do regime.
«Estamos perante um livro que ilumina verdades já ditas e esclarece como surgem os chamados dissidentes, por decisão tomada pelo governo dos EUA e não como resultado de um processo autóctone, de uma necessidade do nosso povo» - afirmou no lançamento da obra o ministro dos Negócios Estrangeiros de Cuba, Felipe Perez Roque.
O conteúdo das entrevistas confirma essa opinião. Os falsos dissidentes não se limitam nas entrevistas a revelar factos que permitem ao leitor viajar pelo mundo desconhecido em que se movem os grupelhos contra-revolucionários. Apresentam documentos comprovativos do envolvimento directo do Escritório de Interesses dos EUA em Havana na montagem e financiamento dessas micro-organizações fantasmáticas.
Para o leitor com dúvidas sobre essa gente fica transparente quem são e como se comportavam e viviam os 75 cidadãos cujas condenações estão na origem da campanha desencadeada a nível mundial contra a Revolução cubana, acusada de violação dos direitos humanos e desrespeito de liberdades garantidas pela Carta da ONU.
Os cidadãos apresentados pelos grandes mass media internacionais como intelectuais perseguidos por delitos de opinião aparecem neste livro retratados tal como são.
Os autores definem o seu trabalho como exemplo de «jornalismo de urgência», porque o realizaram em escassas semanas. Mas estamos perante uma obra que pelo tema e a estrutura psicológica das personagens traz à memória romances de John Le Carré.
A diferença principal entre os falsos dissidentes e os espiões tradicionais transparece da própria natureza do trabalho que realizavam. Somente podiam conquistar a total confiança dos inimigos da Revolução e dos próprios serviços de inteligência dos EUA actuando como autênticos conspiradores. Um deles chegou a ser presidente de um dos partidos ficcionais inventados pelo chefe da missão diplomática dos EUA em Havana, sr James Cason. Alguns desses «partidos», citados pela imprensa portuguesa como organizações democráticas, eram grupos de cinco ou seis pessoas, entre dirigentes e militantes.
Uma obra desmistificadora
Os depoimentos reunidos por Baez e Rosa Miriam iluminam com luz forte o carácter, o estilo de vida, o amoralismo dos mercenários que, ao serem condenados a pesadas penas pela justiça cubana, receberam a solidariedade de não poucos intelectuais de esquerda europeus e americanos, confundidos por uma ruidosa campanha de desinformação.
O livro é tanto mais demolidor quanto as entrevistas aos falsos dissidentes têm como complemento documentos, gravações, fotos que comprovam a responsabilidade directa do chefe da missão diplomática dos EUA na promoção e financiamento de actividades conspirativas contra o Estado cubano. James Jason actuava desafiadoramente, como um 007 de baixo perfil. Violando o estatuto diplomático, organizava reuniões nas Províncias com a escória humana que contratava para os seus micro-partidos, distribuía presentes caríssimos, desde computadores a sofisticados aparelhos electrónicos. Numa recepção que ofereceu em Havana a elementos desses grupelhos contra-revolucionários, mascarados de organizações democráticas, excedeu todos os limites, falando e actuando como um conspirador. Dir-se-ia que, pelo seu comportamento, pretendia ser declarado persona non grata, com o objectivo de desencadear uma crise grave.
Outro dos méritos de «Los Disidentes» é a desmontagem do discurso mediático que apresenta como intelectuais democráticos os 75 cidadãos que estão cumprindo penas de prisão. Os agentes infiltrados que com eles conviveram aprenderam, no quotidiano, a conhecer o rosto oculto dessa gente venal e corrupta. Alguns são racistas e simulando modéstia nas entrevistas a jornalistas estrangeiros, possuíam carros caros e residências quase luxuosas. Não foi com os magros salários de funcionários do Estado cubano que esses contra-revolucionários tiveram acesso a tão elevados padrões de vida.
O interesse despertado pelo livro de Baez e Rosa Miriam justifica-se. É uma obra desmistificadora, uma magnífica radiografia dos grupelhos contra-revolucionários que pretendem apresentar-se como «alternativa democrática» ao actual regime de Cuba.