Mentiras não escondem realidade
Jerónimo de Sousa acusou, domingo, o Governo de tentar mascarar a realidade do País, através da manipulação dos dados do desemprego e do défice.
Em relação a igual período do ano passado, o desemprego aumentou
Falando em Monte Gordo, na tradicional festa anual, Jerónimo de Sousa acusou o Governo de estar a mascarar a realidade do País ao falar de uma redução do desemprego. «Anunciam menos trabalhadores inscritos nos Centros de Emprego; o que não falam é nos abatimentos fictícios de trabalhadores inscritos desde Abril; o que não dizem é que a emigração aumentou, que milhares de trabalhadores, desempregados de longa duração, já desistiram de procurar nos Centros de Emprego uma solução para as suas vidas; o que não dizem é que muito do emprego criado nesta época é sazonal e que acaba no próximo mês», denunciou o dirigente do PCP.
O grande desmentido sobre a baixa do desemprego, realçou Jerónimo de Sousa, está nas estatísticas do INE publicadas na passada semana. Aqui se vê, prosseguiu, que «afinal o desemprego não diminui, mas sim que continua a aumentar comparativamente ao mesmo período de 2005».
Considerando não haver motivos de regozijo, como entende o Governo, mas antes de preocupação, Jerónimo de Sousa lembrou que «o que vemos é o encerramento de mais empresas». E deu o exemplo de uma empresa local, a Carmo & Brás, que coloca mais 60 trabalhadores no desemprego, «num processo obscuro e para o qual temos vindo exigir o apuramento das reais intenções do encerramento e a exigência da garantia dos direitos dos trabalhadores», afirmou.
Também o défice continua a aumentar, acusou Jerónimo de Sousa, «apesar da machadada que levaram os salários da função pública». Para o dirigente do PCP, «o problema do défice não se resolve cortando nos direitos dos trabalhadores e nas funções sociais do Estado». Concluindo, realçou que o que é preciso «é romper o ciclo vicioso para onde nos empurrou a política de direita».
Ofensiva global
Para o secretário-geral do PCP, é cada vez mais evidente a «coincidência de objectivos e, no essencial, das políticas e práticas governativas dos dois principais partidos que têm governado o País». Mas há uma nuance, lembrou. E muito preocupante. Na opinião dos comunistas, a acção do Governo assume cada vez mais o carácter de uma «ofensiva global contra o próprio regime democrático consagrado na Constituição».
Por todo o País, acusou Jerónimo de Sousa, têm encerrado serviços indispensáveis às populações, nomeadamente de saúde e ensino. Também no Algarve, afirmou, isto tem sido notório. Pela mão do PS – e com o silêncio do PSD – têm ocorrido diversas tentativas de encerramentos de urgências dos serviços de saúde, denunciou o dirigente comunista. Outros importantes projectos, como o novo Hospital Central do Algarve, «continua a marcar passo e o que se perspectiva é uma solução de gestão privada na base de uma “parceria público-privado”». Estas soluções, acusou Jerónimo de Sousa, têm sido ruinosas para o Estado e um bom negócio para os privados, «como recentemente o Tribunal de Contas chamou a atenção, através das conclusões de uma auditoria».
Algarve a perder
O secretário-geral comunista denunciou ainda os brutais cortes nos subsídios comunitários que a região algarvia sofrerá já a partir do ano que vem. Estes cortes, que chegarão a 75 por cento relativamente aos fundos dos últimos seis anos, tiveram, na negociação do quadro financeiro comunitário 2007-2013, o voto favorável dos deputados do PS, do PSD e do PP no Parlamento Europeu, acusou o secretário-geral do PCP.
Jerónimo de Sousa considera que o Algarve vai, assim, pagar o «efeito estatístico» resultante do alargamento da União Europeia. E isto acontece «não porque o Algarve tivesse enriquecido mas apenas e tão só porque o PIB per capita médio comunitário desceu com a adesão dos novos países», afirmou o dirigente comunista. O PCP, lembrou, «desde o início do processo negocial que tem defendido a necessidade da compensação integral das regiões que, como o Algarve, são prejudicadas por um mero enriquecimento fictício».
O grande desmentido sobre a baixa do desemprego, realçou Jerónimo de Sousa, está nas estatísticas do INE publicadas na passada semana. Aqui se vê, prosseguiu, que «afinal o desemprego não diminui, mas sim que continua a aumentar comparativamente ao mesmo período de 2005».
Considerando não haver motivos de regozijo, como entende o Governo, mas antes de preocupação, Jerónimo de Sousa lembrou que «o que vemos é o encerramento de mais empresas». E deu o exemplo de uma empresa local, a Carmo & Brás, que coloca mais 60 trabalhadores no desemprego, «num processo obscuro e para o qual temos vindo exigir o apuramento das reais intenções do encerramento e a exigência da garantia dos direitos dos trabalhadores», afirmou.
Também o défice continua a aumentar, acusou Jerónimo de Sousa, «apesar da machadada que levaram os salários da função pública». Para o dirigente do PCP, «o problema do défice não se resolve cortando nos direitos dos trabalhadores e nas funções sociais do Estado». Concluindo, realçou que o que é preciso «é romper o ciclo vicioso para onde nos empurrou a política de direita».
Ofensiva global
Para o secretário-geral do PCP, é cada vez mais evidente a «coincidência de objectivos e, no essencial, das políticas e práticas governativas dos dois principais partidos que têm governado o País». Mas há uma nuance, lembrou. E muito preocupante. Na opinião dos comunistas, a acção do Governo assume cada vez mais o carácter de uma «ofensiva global contra o próprio regime democrático consagrado na Constituição».
Por todo o País, acusou Jerónimo de Sousa, têm encerrado serviços indispensáveis às populações, nomeadamente de saúde e ensino. Também no Algarve, afirmou, isto tem sido notório. Pela mão do PS – e com o silêncio do PSD – têm ocorrido diversas tentativas de encerramentos de urgências dos serviços de saúde, denunciou o dirigente comunista. Outros importantes projectos, como o novo Hospital Central do Algarve, «continua a marcar passo e o que se perspectiva é uma solução de gestão privada na base de uma “parceria público-privado”». Estas soluções, acusou Jerónimo de Sousa, têm sido ruinosas para o Estado e um bom negócio para os privados, «como recentemente o Tribunal de Contas chamou a atenção, através das conclusões de uma auditoria».
Algarve a perder
O secretário-geral comunista denunciou ainda os brutais cortes nos subsídios comunitários que a região algarvia sofrerá já a partir do ano que vem. Estes cortes, que chegarão a 75 por cento relativamente aos fundos dos últimos seis anos, tiveram, na negociação do quadro financeiro comunitário 2007-2013, o voto favorável dos deputados do PS, do PSD e do PP no Parlamento Europeu, acusou o secretário-geral do PCP.
Jerónimo de Sousa considera que o Algarve vai, assim, pagar o «efeito estatístico» resultante do alargamento da União Europeia. E isto acontece «não porque o Algarve tivesse enriquecido mas apenas e tão só porque o PIB per capita médio comunitário desceu com a adesão dos novos países», afirmou o dirigente comunista. O PCP, lembrou, «desde o início do processo negocial que tem defendido a necessidade da compensação integral das regiões que, como o Algarve, são prejudicadas por um mero enriquecimento fictício».