Desmantelada rede esclavagista
As polícias polaca e italiana prenderam 25 indivíduos de várias nacionalidades implicados no tráfico e exploração de trabalhadores em condições semelhantes à escravatura.
As políticas restritivas de imigração favorecem a acção das redes criminosas
A investigação conjunta realizada ao abrigo do mandado europeu de captura levou à descoberta e desmantelamento de autênticos campos de trabalho forçado na região de Pouiles, no sul de Itália.
Na operação, realizada no dia 18, foram libertados 113 trabalhadores polacos que eram obrigados a laborar nos campos entre 10 a 15 horas por dia, sob vigilância de guardas armados e cães treinados.
Entre os 25 detidos, suspeitos de «tráfico de seres humanos e prática de escravatura» estão cidadãos polacos, ucranianos, um argelino e vários italianos, designadamente um proprietário de uma exploração agrícola da região de Foggia (norte de Pouiles).
A rede funcionava desde há dois anos, calculando-se que tenha traficado cerca de mil desempregados polacos, que eram atraídos através de anúncios de oferta de trabalho na agricultura.
Conduzidos para Itália através de território húngaro ou checo, estes clandestinos eram encerrados em acampamentos colectivos, alimentandos a pão e água e forçados a dormir em barracas directamente sobre o solo.
Estes trabalhadores eram violentamente espancados caso tentassem evadir-se dos acampamentos. Segundo declarou o comandante da polícia polaca, Mareck Beinkowski, «o trabalho em condições desumanas levou muitos a suicidarem-se. Admitimos casos de homicídios entre as vítimas, bem como mortes por esgotamento».
Os trabalhadores libertados tinham marcas visíveis de sevícias corporais e estavam psicologicamente afectados. «Eram espancados com matracas e há casos de violações», revelou Beinkowski.
Legalização de imigrantes
Entretanto, na sexta-feira, 21, o governo italiano decidiu abrir sem restrições o seu mercado de trabalho aos cidadãos dos novos estados-membros da UE e permitir a regularização de mais de meio milhão de trabalhadores imigrantes.
Desta forma, será possível satisfazer, já este ano, os cerca de 350 mil pedidos de legalização que foram recusados há alguns meses pelas autoridades por ultrapassarem a quota de 170 mil fixada pelo anterior governo de Sílvio Berlusconi.
O ministro do Interior, Giuliano Amato, recordou que todos os 517 mil imigrantes que solicitaram a regularização apresentaram contratos de trabalho e atestados de habitação, o que mostra «uma necessidade real dos empresários e famílias italianas».
Por isso, como explicou o titular da Solidariedade Social, Paolo Ferrero, «não se trata apenas de um acto de solidariedade em relação aos trabalhadores imigrantes, mas também de uma decisão que corresponde ao interesse colectivo».
Na operação, realizada no dia 18, foram libertados 113 trabalhadores polacos que eram obrigados a laborar nos campos entre 10 a 15 horas por dia, sob vigilância de guardas armados e cães treinados.
Entre os 25 detidos, suspeitos de «tráfico de seres humanos e prática de escravatura» estão cidadãos polacos, ucranianos, um argelino e vários italianos, designadamente um proprietário de uma exploração agrícola da região de Foggia (norte de Pouiles).
A rede funcionava desde há dois anos, calculando-se que tenha traficado cerca de mil desempregados polacos, que eram atraídos através de anúncios de oferta de trabalho na agricultura.
Conduzidos para Itália através de território húngaro ou checo, estes clandestinos eram encerrados em acampamentos colectivos, alimentandos a pão e água e forçados a dormir em barracas directamente sobre o solo.
Estes trabalhadores eram violentamente espancados caso tentassem evadir-se dos acampamentos. Segundo declarou o comandante da polícia polaca, Mareck Beinkowski, «o trabalho em condições desumanas levou muitos a suicidarem-se. Admitimos casos de homicídios entre as vítimas, bem como mortes por esgotamento».
Os trabalhadores libertados tinham marcas visíveis de sevícias corporais e estavam psicologicamente afectados. «Eram espancados com matracas e há casos de violações», revelou Beinkowski.
Legalização de imigrantes
Entretanto, na sexta-feira, 21, o governo italiano decidiu abrir sem restrições o seu mercado de trabalho aos cidadãos dos novos estados-membros da UE e permitir a regularização de mais de meio milhão de trabalhadores imigrantes.
Desta forma, será possível satisfazer, já este ano, os cerca de 350 mil pedidos de legalização que foram recusados há alguns meses pelas autoridades por ultrapassarem a quota de 170 mil fixada pelo anterior governo de Sílvio Berlusconi.
O ministro do Interior, Giuliano Amato, recordou que todos os 517 mil imigrantes que solicitaram a regularização apresentaram contratos de trabalho e atestados de habitação, o que mostra «uma necessidade real dos empresários e famílias italianas».
Por isso, como explicou o titular da Solidariedade Social, Paolo Ferrero, «não se trata apenas de um acto de solidariedade em relação aos trabalhadores imigrantes, mas também de uma decisão que corresponde ao interesse colectivo».