Novo governo toma posse em Timor-Leste

Xanana escolhe Ramos-Horta

O presidente de Timor-Leste, Xanana Gusmão, empossou, segunda-feira, o ex-ministro dos negócios Estrangeiros do país, José Ramos-Horta, no cargo de primeiro-ministro, função que deverá manter até à realização das próximas eleições legislativas, agendadas para o primeiro semestre de 2007.
Com Ramos-Horta foram igualmente reconduzidos no governo o até agora ministro da Agricultura, Estanislau da Silva, e o homólogo da pasta da Saúde, Rui Araújo, ambos membros do comité central da Fretilin, partido que detém a maioria absoluta no parlamento timorense, com 55 deputados eleitos num total de 88.
Estanislau da Silva e Rui Araújo eram tidos como possíveis sucessores de Mari Alkatiri. Fonte citada pela Lusa afirmou que os nomes dos dirigentes constavam de uma lista entregue pelo partido a Xanana Gusmão, mas o presidente preferiu escolher Ramos-Horta para a chefia do governo.
Em conferência de imprensa realizada no Palácio das Cinzas, em Díli, Ramos-Horta esclareceu que a tarefa imediata que se coloca ao executivo é a aprovação do orçamento de estado e posterior ratificação do mesmo no parlamento. Quanto à segurança, o responsável governamental explicou que vai esperar pelo relatório do enviado da ONU, Ian Martin, mas não deixou de adiantar que os missionários das Nações Unidas deverão permanecer no território por um período não inferior a cinco anos.
No que toca ao envio de um contingente de «capacetes azuis», o primeiro-ministro diz que tal decisão depende do Conselho de Segurança da ONU, mas no caso deste dar um parecer positivo, Ramos-Horta vê com bons olhos a integração dos militares australianos, neozelandeses, malaios e portugueses, já estacionados em Timor, na referida força.
A vizinha Austrália foi o país que maior número de soldados e polícias enviou para Timor-Leste na sequência da crise político-institucional desencadeada em Abril. Entre os dois países gerou-se nos últimos meses algum desconforto diplomático, fruto das opções do governo liderado por Mari Alkatiri no que diz respeito à exploração das reservas petrolíferas do Mar de Timor.
Sobre esta matéria, Ramos-Horta assumiu como uma prioridade a resolução das diferenças com aquela potência regional e a «ratificação» de um acordo conjunto, até porque, considerou, «é a credibilidade de Timor-Leste que está em causa».


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