Governo palestiniano não abdica
Israel reforça a ofensiva contra Gaza. Nos últimos dias foram sequestrados ministros e deputados, mas o governo palestiniano recusa demitir-se.
«O governo israelita nem quer ouvir falar em diálogo»
Ehud Olmert, chefe do executivo de Tel Avive, ordenou segunda-feira ao exército israelita que aumente o grau da ofensiva militar contra a Faixa de Gaza, iniciada a meio da semana passada sob o pretexto de resgatar um soldado israelita feito refém por um grupo armado palestiniano.
Apesar dos esforços empreendidos pelas autoridades palestinianas e por responsáveis e personalidades políticas de países vizinhos no sentido de alcançarem uma solução negociada para a crise, o governo israelita nem quer ouvir falar em diálogo e recusa terminantemente chegar a acordo para uma eventual troca de prisioneiros, proposta apresentada por duas facções palestinianas e pela associação de familiares dos detidos.
Olmert e o líder trabalhista e membro da coligação governamental, Amir Peretz, anunciaram o recrudescimento da «Operação Chuva de Verão» e acusaram os representantes palestinianos de serem «controlados por terroristas». Em declarações à imprensa, o ministro da Defesa foi ainda mais longe e apontou o dedo à Síria, afirmando que Damasco alberga os líderes do grupo que mantém em cativeiro o cabo Gilad Shalit. As declarações parecem ter como objectivo continuar a incendiar os ânimos na região, isto depois da aviação israelita ter sobrevoado o palácio presidencial sírio, acção entendida como uma ameaça de guerra.
Situação difícil
Entretanto, tropas de infantaria, unidades mecanizadas e retroescavadoras do exército israelita invadiram o Norte da Faixa de Gaza, campanha que visa, alegadamente, desmantelar «depósitos de armas, explosivos e munições no território». Certo é que aquela zona de fronteira é tida como um dos pontos fundamentais para uma eventual reocupação total da Faixa de Gaza.
A agressão está a provocar uma situação extremamente difícil para as populações. Para além dos bombardeamentos e ataques, cerca de 700 mil pessoas não têm garantido o fornecimento de água e energia eléctrica, e algumas agências humanitárias dizem que os géneros alimentares não só escasseiam como estão à beira de se esgotarem dentro de poucos dias.
Governo não abdica
Os alvos de Israel são o governo e a maioria parlamentar do Hamas e o primeiro-ministro, Ismail Haniyeh. Nos últimos dias, dezenas de deputados, ministros e responsáveis políticos foram sequestrados por Israel numa tentativa de decapitação do executivo e das organizações palestinianas.
Domingo, o gabinete do líder do executivo foi atingido com pelo menos um míssil, facto que o próprio classificou como «um atentado contra um símbolo palestiniano».
Antes, Haniyeh havia reafirmado a continuidade do Governo mesmo nas condições mais adversas. «Eles queriam fazer a posição do Governo refém, mas nós dizemos que nenhuma posição vai ser feita refém, nenhum Governo vai cair», disse sexta-feira da semana passada.
Haniyeh considerou ainda que «esta guerra total é a prova de um plano premeditado» e revelou que foram feitos «contactos com os egípcios e com muitas outras partes para pôr fim a esta questão de uma maneira adequada», mas «a escalada militar israelita complica as questões».
Apesar dos esforços empreendidos pelas autoridades palestinianas e por responsáveis e personalidades políticas de países vizinhos no sentido de alcançarem uma solução negociada para a crise, o governo israelita nem quer ouvir falar em diálogo e recusa terminantemente chegar a acordo para uma eventual troca de prisioneiros, proposta apresentada por duas facções palestinianas e pela associação de familiares dos detidos.
Olmert e o líder trabalhista e membro da coligação governamental, Amir Peretz, anunciaram o recrudescimento da «Operação Chuva de Verão» e acusaram os representantes palestinianos de serem «controlados por terroristas». Em declarações à imprensa, o ministro da Defesa foi ainda mais longe e apontou o dedo à Síria, afirmando que Damasco alberga os líderes do grupo que mantém em cativeiro o cabo Gilad Shalit. As declarações parecem ter como objectivo continuar a incendiar os ânimos na região, isto depois da aviação israelita ter sobrevoado o palácio presidencial sírio, acção entendida como uma ameaça de guerra.
Situação difícil
Entretanto, tropas de infantaria, unidades mecanizadas e retroescavadoras do exército israelita invadiram o Norte da Faixa de Gaza, campanha que visa, alegadamente, desmantelar «depósitos de armas, explosivos e munições no território». Certo é que aquela zona de fronteira é tida como um dos pontos fundamentais para uma eventual reocupação total da Faixa de Gaza.
A agressão está a provocar uma situação extremamente difícil para as populações. Para além dos bombardeamentos e ataques, cerca de 700 mil pessoas não têm garantido o fornecimento de água e energia eléctrica, e algumas agências humanitárias dizem que os géneros alimentares não só escasseiam como estão à beira de se esgotarem dentro de poucos dias.
Governo não abdica
Os alvos de Israel são o governo e a maioria parlamentar do Hamas e o primeiro-ministro, Ismail Haniyeh. Nos últimos dias, dezenas de deputados, ministros e responsáveis políticos foram sequestrados por Israel numa tentativa de decapitação do executivo e das organizações palestinianas.
Domingo, o gabinete do líder do executivo foi atingido com pelo menos um míssil, facto que o próprio classificou como «um atentado contra um símbolo palestiniano».
Antes, Haniyeh havia reafirmado a continuidade do Governo mesmo nas condições mais adversas. «Eles queriam fazer a posição do Governo refém, mas nós dizemos que nenhuma posição vai ser feita refém, nenhum Governo vai cair», disse sexta-feira da semana passada.
Haniyeh considerou ainda que «esta guerra total é a prova de um plano premeditado» e revelou que foram feitos «contactos com os egípcios e com muitas outras partes para pôr fim a esta questão de uma maneira adequada», mas «a escalada militar israelita complica as questões».