Vitória por correspondência contestada no SPGL

Combatividade reforçada

A Lista B anunciou que vai apresentar recurso dos resultados eleitores para a direcção do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, por «graves irregularidades» na recolha de votos por correspondência, que foram decisivos.

Começaram a ser criadas novas condições de participação e luta dos professores

As eleições de 6 de Junho, no SPGL, «confirmam a Lista B como a alternativa necessária para, com os professores, assegurar práticas sindicais de unidade, participação e combatividade». Num comentário divulgado na segunda-feira, a lista alternativa à direcção cessante considera que «a partir de hoje, o SPGL não será o mesmo» e que «estão reunidas melhores condições para prosseguir objectivos consensualmente identificados como urgentes: travar a dessindicalização e aumentar o número de sindicalizados, eleger comissões sindicais, voltar a fazer das escolas os locais privilegiados de análise das questões profissionais que nos afectam, mobilizar as vontades e as energias para a luta».
Dias antes das eleições, a Lista B tinha manifestado todo o apoio à greve e à manifestação nacional de professores, convocadas para ontem pela Fenprof.

Congratulação
pelos resultados


No nota que divulgou segunda-feira (publicada também na Internet, em http://spglb.no.sapo.pt/entrada.htm), a Lista B congratula-se «pelos resultados obtidos nestas eleições e pelas novas condições de mudança, que começaram a ser criadas e exigem continuidade e aprofundamento».
Enquanto «mais de 50 por cento dos professores mostraram claramente que rejeitam as propostas e orientações da actual direcção», a Lista B, «num quadro de grande equilíbrio de resultados», venceu as eleições para a Direcção Regional de Lisboa e dez das dezanove direcções de zona do sindicato (Amadora/Sintra, Loures/Odivelas, Cascais/Oeiras, Vila Franca de Xira/Azambuja, Torres Vedras, Santarém, Santarém Sul, Santarém Oeste, Almada/Seixal, Setúbal).
Apurados os resultados nas mesas eleitorais, por voto directo e secreto, a Lista B havia ganho as eleições em todos os órgãos centrais, por escassa margem. O resultado alterou-se, com uma diferença de 127 votos, após o apuramento dos votos por correspondência, na Comissão Eleitoral.
A Lista B questionou, inicialmente, «aspectos processuais relativos ao voto por correspondência». No dia das eleições, a lista alternativa detectou «graves irregularidades em diversas situações de recolha desses votos», designadamente «contactos telefónicos prévios para os associados não votarem nas mesas, porque os votos seriam recolhidos em mão pelos dirigentes, com as viaturas do sindicato», e protestou junto da Comissão Eleitoral. Nas operações precedentes do escrutínio ocorreu «outra gravíssima irregularidade»: a Comissão Eleitoral decidiu validar 108 votos por correspondência, apesar de virem «acompanhados de documentos sem assinatura».
O recurso que a Lista B tenciona interpor «tem por objectivo exigir a total transparência e credibilidade do acto eleitoral e o respeito pela vontade realmente expressa pelos professores». «Fá-lo-emos com a serenidade e a firmeza necessárias à garantia da continuidade e reforço da unidade de todos os professores na acção sindical, ao nível de todas as estruturas, orientada pelo objectivo prioritário de fortalecer a luta pela defesa da Escola Pública e da dignidade profissional e contra as graves ameaças contidas na proposta ministerial de revisão do Estatuto da Carreira Docente», afirmam os candidatos da lista alternativa.
Dos 21297 eleitores, votaram 40 por cento. Dos 8048 votantes para a Mesa da Assembleia Geral e a Direcção Central, 3722 votaram na Lista A e 3595 na Lista B. Foram contados 443 votos por correspondência (77 entregues pelos CTT e 366 recolhidos em mão), dos quais 295 na Lista A e 139 na Lista B.


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