Polícias desfilaram até ao MAI

Pelo direito à greve

Centenas de elementos da PSP concentraram-se e desfilaram, dia 21, da Voz do Operário, em Lisboa, até à porta do MAI para exigirem o direito à greve, entre outras reivindicações.
A jornada foi promovida pela Associação Sindical dos Profissionais de Polícia, cujo presidente, em declarações à imprensa, se mostrou renitente com o resultado do encontro e salientou que o Governo não deu sequer prazos para resolver o problema das instalações degradadas. Ainda na semana passada, ruiu um tecto de uma esquadra no Porto, lembrou Paulo Rodrigues.
A acção pretendeu assinalar o 17.º aniversário da manifestação, durante o Governo da maioria absoluta do PSD, em 1989, com Cavaco Silva como primeiro-ministro, quando contra agentes da PSP que se manifestavam no Terreiro do Paço foi lançada uma força do Corpo de Intervenção.
Segundo Paulo Rodrigues, 17 anos depois, as reivindicações são praticamente as mesmas. «Os polícias só exigem o direito à greve porque o Governo não respeita a lei sindical nem se abre à negociação com os sindicatos», afirmou ainda o dirigente da ASPP/PSP.

Piores condições

Melhorar as condições de trabalho e garantir mais direitos para a classe foi outro propósito central desta jornada de luta.
A equiparação recentemente decidida pelo Governo, dos serviços das forças de segurança ao regime de ADSE foi duramente criticada, porque as alterações vão comprometer direitos adquiridos.
O aumento da idade de reforma, dos 55 para os 60 anos, também não foi esquecido na moção.
A ausência de qualquer subsídio de risco, a dotação do corpo de polícia com veículos adequados às patrulhas e perseguições, de armamento apropriado e a aprovação da semana de 35 horas de trabalho são outras das reivindicações enunciadas na moção.

Trabalhar de borla

O reconhecimento do direito à remuneração por trabalho extraordinário, a revisão do regulamento de assistência na doença, beneficiando o cônjuge, e obras de requalificação urgentes nas esquadras são outras das exigências da ASPP/PSP.
Os elementos da PSP pretendem um verdadeiro diálogo com Governo e dão como prazo para obterem uma resposta o fim do mês de Maio.
Caso não a obtenham, vão reclamar junto das instâncias comunitárias, através do Conselho Europeu dos Sindicatos de Polícia, do qual a associação Sindical é membro.
Os representantes da ASPP/PSP foram recebidos pelo secretário de Estado adjunto e da Administração Interna, José Magalhães que, no final do encontro frustrou as expectativas do corpo de polícia quando afirmou à Lusa que o direito à greve, «constitucionalmente não é possível e não faz sentido alterar». Mantendo-se a proibição, vão regressar, a 7 de Junho.


Mais artigos de: Trabalhadores

<em>CTT</em> e <em>CGD</em> param amanhã

Os trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos lutam contra a perda de poder de compra. Nos Correios, estão em causa propostas inaceitáveis de revisão de carreiras e a intenção de fazer caducar o Acordo de Empresa, para liquidar os direitos nele consagrados.

Em greve

Os trabalhadores da Carris estiveram em greve no dia 20, contra a imposição de uma actualização salarial de 1,5 por cento e contra uma reestruturação que ameaça o futuro da transportadora, o emprego dos seus 2800 funcionários e o serviço público à população.A greve teve um nível de adesão de 75 por cento, segundo a...

Governo não pode ser a muleta do patronato

Nas acções que integraram a jornada de protesto e luta da Fequimetal/CGTP-IN, no dia 20, foi reclamado que o Ministério do Trabalho, «no âmbito das suas competências, promova a negociação colectiva e deixe de ser muleta do patronato para pôr em causa a contratação colectiva e os direitos dos trabalhadores».

«Caravana da Indignação» da Função Pública

Amanhã, entre o Porto e Lisboa, a Federação Nacional de Sindicatos da Função Pública promove uma caravana automóvel, que designou de «Caravana da Indignação».Explicou a FNSFP/CGTP-IN, ao anunciar a iniciativa, que tem por objectivo «rechaçar a ofensiva governamental, que tenta, de forma lesiva para a dignidade pessoal e...

Extinguir reestruturando

«O Programa de Reestruturação da Administração Central clarificou quanto ao futuro que o Governo pretende reservar à Direcção-Geral de Viação: a sua extinção», considerou, dia 19, a Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública. A estrutura tinha convocado para dia 22, um plenário nacional em Santarém. No entanto,...

Professores rejeitam transferências

A Fenprof e o Sindicato dos Professores da Região Centro exigem a suspensão do despacho que pretende obrigar a regressar às escolas de origem os docentes destacados para áreas próximas das suas residências, por motivo de doença.No dia 20, a Fenprof solicitou à ministra da Educação a suspensão do despacho e...

Outro rumo para a <em>TAP</em>

A célula do PCP na transportadora aérea nacional reafirmou, em comunicado distribuído na semana passada, que os demais trabalhadores podem contar com os comunistas «na defesa dos seus direitos e salários e na luta pela defesa de uma TAP de capitais públicos ao serviço do povo e do País».Depois de lembrar que «é o próprio...

À espera da Inspecção

Para ontem, a União dos Sindicatos de Lisboa anunciou que ia entregar ao inspector geral do trabalho, numa reunião, «uma primeira amostra, identificando centenas de pedidos dos sindicatos, alguns desde 1999, para intervenção da IGT, que infelizmente continuam sem resposta».Segundo a USL/CGTP-IN, do dossier fazem parte...

Vigília no <em>Marriott</em>

Uma vez que a Associação dos Hotéis de Portugal continua a boicotar a negociação colectiva, o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Sul decidiu realizar uma vigília, com início ontem à noite, junto ao Hotel Marriott, «pelo facto de a administração desta unidade...

CGTP-IN celebra<br>120 anos do 1.º de Maio

A 1 de Maio, assinala-se o Dia Internacional do Trabalhador, instituído em homenagem aos operários de Chicago, que, em 1886, saíram à rua para reivindicar a jornada de trabalho de oito horas.Passados 120 anos, «estamos perante uma pressão patronal para aumentar horários de trabalho e impor, a todos os jovens, contratos a...