Cuba reafirma rumo socialista
Os 45 anos da proclamação do socialismo como objectivo da revolução cubana foram assinalados, domingo, em Havana, numa iniciativa que lembrou ainda o ataque à Baía dos Porcos.
«Os nossos punhos continuam cerrados e a pátria continua a ter no povo a sua maior força»
«Companheiros operários e camponeses, esta é a revolução socialista e democrática dos humildes, com os humildes e para os humildes.» Foi com estas palavras que, em 16 de Abril de 1961, o então primeiro-ministro da República de Cuba, Fidel Castro, caracterizou, cerca de dois anos após a tomada do poder pelas forças revolucionárias, o rumo escolhido pelo povo cubano para a sua pátria.
Quatro décadas e meia depois, no mesmo local onde se expressou o socialismo como objectivo das transformações sociais em curso na ilha, cubanos que participaram na manifestação de 1961 – que foi também a última homenagem às sete vítimas dos bombardeamentos contra três aeroportos cubanos, ocorridos dias antes, e a mobilização para a defesa da revolução ante o iminente ataque à Baía dos Porcos, cuja máquina de guerra foi posta em marcha no início dessa mesma noite -, juntaram-se com muitos outros compatriotas para reafirmarem a confiança e a determinação na justeza das opções desde então assumidas.
Durante a intervenção principal da iniciativa, Pedro Saéz Montejo, membro do bureau político do Partido Comunista de Cuba, recordou que a opção socialista foi construída na base da dinâmica popular resultante do derrube da ditadura de Fulgencio Batista, e que a reforma agrária e a nacionalização dos conglomerados agrícolas norte-americanos foram sinais claros do rumo escolhido pela população para o seu país.
Em face das ameaças dos EUA que, hoje como ontem, continuam a fazer-se sentir contra o povo cubano, o primeiro secretário do partido na capital, Havana, deixou ainda claro que «os nossos punhos continuam cerrados, as armas mantêm-se vigilantes, as bandeiras revolucionárias continuam desfraldadas e a pátria socialista continua a ter no povo a sua maior força».
Durante o acto comemorativo, discursaram ainda ex-membros das forças armadas cubanas que se destacaram na defesa da pátria aquando da tentativa de invasão da ilha, levada a cabo por um grupo de mercenários contra-revolucionários treinados e financiados pelos EUA. Experiências, dúvidas e certezas das areias de Playa Girón foram recordadas por intervenientes directos nos combates.
Ataques de ontem e de hoje
A par do criminoso bloqueio económico contra Cuba e o seu povo, os EUA sustentaram, desde sempre, um conjunto de meios de propaganda com o objectivo de desinformar. Em 1960, o então presidente norte-americano, John F. Kennedy, autorizou o Conselho Nacional de Segurança e outras entidades ligadas aos serviços secretos dos EUA a apoiarem a emissão e difusão radiofónica de mensagens reaccionárias.
Actualmente, continuam em funcionamento 15 emissoras distribuídas por 29 frequências de Onda Curta, Onda Média e Frequência Modulada. O número de horas semanais de transmissão atinge as 2348, dado só comparável à ocupação do espaço de 55 bandas UHF, quer se queira quer não, por uma televisão clandestina sediada em Miami, na Florida.
Mais recentemente, em 2004, a secretária de Estado, Condolezza Rice, passou a presidir à «Comissão de Ajuda para uma Cuba Livre», estrutura por intermédio da qual é financiada a Rádio e Televisão Martí na ordem dos 18 milhões de dólares. A este montante acrescem outros 45 milhões canalizados com a cobertura de um decreto aprovado pelo governo de Washington.
Semear unidade anti-imperialista
A agressão económica contra Cuba é, no contexto latino-americano, apenas uma parte da estratégia imperialista. Nesse sentido, decorreu em Havana, entre os dias 12 e 15 de Abril, o V Encontro Hemisférico de luta contra a ALCA.
Na reunião, que contou com a presença de cerca de 400 delegados, foram abordadas matérias como a articulação das acções de luta promovidas pela Aliança Social Continental contra os TLC’s, e a interposição de processos que visem obstaculizar a recolonização económica.
Foi ainda decidida a adesão ao boicote aos produtos norte-americanos, agendado para o 1.º de Maio, iniciativa lançada pelas estruturas de defesa dos imigrantes nos EUA como forma de demonstrar o peso dos trabalhadores estrangeiros na economia, mas que promete assumir um carácter mais amplo na América Latina.
Quatro décadas e meia depois, no mesmo local onde se expressou o socialismo como objectivo das transformações sociais em curso na ilha, cubanos que participaram na manifestação de 1961 – que foi também a última homenagem às sete vítimas dos bombardeamentos contra três aeroportos cubanos, ocorridos dias antes, e a mobilização para a defesa da revolução ante o iminente ataque à Baía dos Porcos, cuja máquina de guerra foi posta em marcha no início dessa mesma noite -, juntaram-se com muitos outros compatriotas para reafirmarem a confiança e a determinação na justeza das opções desde então assumidas.
Durante a intervenção principal da iniciativa, Pedro Saéz Montejo, membro do bureau político do Partido Comunista de Cuba, recordou que a opção socialista foi construída na base da dinâmica popular resultante do derrube da ditadura de Fulgencio Batista, e que a reforma agrária e a nacionalização dos conglomerados agrícolas norte-americanos foram sinais claros do rumo escolhido pela população para o seu país.
Em face das ameaças dos EUA que, hoje como ontem, continuam a fazer-se sentir contra o povo cubano, o primeiro secretário do partido na capital, Havana, deixou ainda claro que «os nossos punhos continuam cerrados, as armas mantêm-se vigilantes, as bandeiras revolucionárias continuam desfraldadas e a pátria socialista continua a ter no povo a sua maior força».
Durante o acto comemorativo, discursaram ainda ex-membros das forças armadas cubanas que se destacaram na defesa da pátria aquando da tentativa de invasão da ilha, levada a cabo por um grupo de mercenários contra-revolucionários treinados e financiados pelos EUA. Experiências, dúvidas e certezas das areias de Playa Girón foram recordadas por intervenientes directos nos combates.
Ataques de ontem e de hoje
A par do criminoso bloqueio económico contra Cuba e o seu povo, os EUA sustentaram, desde sempre, um conjunto de meios de propaganda com o objectivo de desinformar. Em 1960, o então presidente norte-americano, John F. Kennedy, autorizou o Conselho Nacional de Segurança e outras entidades ligadas aos serviços secretos dos EUA a apoiarem a emissão e difusão radiofónica de mensagens reaccionárias.
Actualmente, continuam em funcionamento 15 emissoras distribuídas por 29 frequências de Onda Curta, Onda Média e Frequência Modulada. O número de horas semanais de transmissão atinge as 2348, dado só comparável à ocupação do espaço de 55 bandas UHF, quer se queira quer não, por uma televisão clandestina sediada em Miami, na Florida.
Mais recentemente, em 2004, a secretária de Estado, Condolezza Rice, passou a presidir à «Comissão de Ajuda para uma Cuba Livre», estrutura por intermédio da qual é financiada a Rádio e Televisão Martí na ordem dos 18 milhões de dólares. A este montante acrescem outros 45 milhões canalizados com a cobertura de um decreto aprovado pelo governo de Washington.
Semear unidade anti-imperialista
A agressão económica contra Cuba é, no contexto latino-americano, apenas uma parte da estratégia imperialista. Nesse sentido, decorreu em Havana, entre os dias 12 e 15 de Abril, o V Encontro Hemisférico de luta contra a ALCA.
Na reunião, que contou com a presença de cerca de 400 delegados, foram abordadas matérias como a articulação das acções de luta promovidas pela Aliança Social Continental contra os TLC’s, e a interposição de processos que visem obstaculizar a recolonização económica.
Foi ainda decidida a adesão ao boicote aos produtos norte-americanos, agendado para o 1.º de Maio, iniciativa lançada pelas estruturas de defesa dos imigrantes nos EUA como forma de demonstrar o peso dos trabalhadores estrangeiros na economia, mas que promete assumir um carácter mais amplo na América Latina.