Processo de Bolonha é negativo
As universidades entregaram as propostas de adaptação ao Processo de Bolonha até sexta-feira, mas a JCP sublinha que «o Processo de Bolonha não é irreversível, como querem fazer parecer».
Os estudantes são os mais prejudicados com o Processo de Bolonha
O Senado da Universidade de Coimbra aprovou na semana passada a estruturação circular dos cursos de Psicologia e Engenharia Informática, em reunião extraordinária. A Organização do de Coimbra da JCP considera que esta decisão aprofunda a ofensiva ao ensino superior público e considera o Processo de Bolonha um meio de agravar a elitização da educação e de abrir portas à sua privatização e mercantilização.
«A divisão das licenciaturas em dois ciclos, assim como a redução do seu número de anos tem o objectivo de reduzir a comparticipação do Estado com a educação e fazer o estudante pagar para ter a sua formação, num valor ainda mais alto de propinas no segundo ciclo a preço de “mestrado”», comentam os jovens comunistas.
«Com o chamado “Espaço Europeu de Ensino”, o objectivo é a criação dos rankings de escolas, aumentando para uma escala europeia a discrepância entre escolas, beneficiando as grandes potências económicas e criando as chamadas quotas de produção intelectual para os países», prossegue a JCP.
A organização de Coimbra saúda os estudantes que se manifestaram no dia 27, junto ao Senado, contra o Processo de Bolonha e defende que «a luta é o caminho para derrotar estas políticas». «O Processo de Bolonha não é irreversível, como querem fazer parecer», sublinha.
Campanha avança
A JCP está a prosseguir a sua campanha contra o Processo de Bolonha em todo o País com a Jornada Nacional de Luta contra Bolonha, através da recolha de assinaturas para um abaixo-assinado, da realização de debates e esclarecimentos, da distribuição de documentos e da promoção de conferências de imprensa.
Como refere a Organização de Lisboa, «a redução do número de anos da licenciatura e o brutal aumento do custo de frequência do segundo ciclo (a partir de agora apelidado de “mestrado”, mas que mais não é do que uma licenciatura de hoje) restringirá ainda mais o acesso aos mais elevados níveis de conhecimento às classes mais desfavorecidas».
«Num quadro em que a sua implementação se fomenta nas instituições, sem qualquer espaço de discussão que envolva estudantes, professores, direcções, é imprescindível a realização desta Jornada Nacional de Luta contra Bolonha, visto serem os estudantes e todos os que queiram ingressar no ensino superior os mais prejudicados», afirma a OESL.
Prazo acabou na sexta-feira
O prazo para a entrega de propostas de reformulação de cursos no âmbito do Processo de Bolonha terminou na sexta-feira. A Direcção-Geral do Ensino Superior recebeu 284 propostas de adequação, o que corresponde a 51 por cento das cerca de 550 licenciaturas existentes.
De acordo com dados fornecidos pelo Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, mais de metade dos cursos universitários e politécnicos públicos estarão adaptados à convenção no próximo ano lectivo.
Das 14 universidades públicas portuguesas, só a Universidade da Madeira não apresentou à tutela quaisquer propostas de adequação de cursos. Com 33 propostas, as universidades de Aveiro, Minho, Técnica e Nova de Lisboa são as que apresentaram mais propostas de reestruturação das licenciaturas. A Universidade de Coimbra foi a que apresentou menos propostas, devendo ter apenas dois cursos aptos a funcionar à luz de Bolonha no próximo ano lectivo. Pelo ensino superior politécnico foram apresentadas cerca de 300 propostas, o que equivale a cerca de metade dos 568 cursos existentes.
A Direcção-Geral do Ensino Superior tem 45 dias para analisar e homologar os novos modelos apresentados. Apesar da falta de informação nas universidades e de tanto estudantes como professores se sentirem pouco esclarecidos, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior aponta para o ano lectivo de 2007/2008 a conclusão da adaptação do ensino superior português ao Processo de Bolonha.
De acordo com o novo modelo de organização decorrente do Processo de Bolonha, acabam os bacharelatos e o ensino superior passa a estar assente em apenas três ciclos: licenciatura (com a duração de três ou quatro anos), mestrado (um ou dois anos) e doutoramento (com a duração mínima de três anos).
Ensino superior em debate
O ensino superior foi o tema de um debate organizado pela JCP na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, na semana passada, na Caparica. Paulo Marques e João Martins, os oradores convidados, desenvolveram temas como o movimento estudantil, o Processo de Bolonha, a Lei de Financiamento do Ensino Superior e as carências na acção social escolar. O 8.º Congresso da JCP foi também motivo de conversa.
Entretanto, estava previsto para ontem à noite um debate com o tema «Bolonha não! Porquê?», no bar das residências, no Campus Universitário de Santiago da Universidade de Aveiro, igualmente promovido pela JCP.
«A divisão das licenciaturas em dois ciclos, assim como a redução do seu número de anos tem o objectivo de reduzir a comparticipação do Estado com a educação e fazer o estudante pagar para ter a sua formação, num valor ainda mais alto de propinas no segundo ciclo a preço de “mestrado”», comentam os jovens comunistas.
«Com o chamado “Espaço Europeu de Ensino”, o objectivo é a criação dos rankings de escolas, aumentando para uma escala europeia a discrepância entre escolas, beneficiando as grandes potências económicas e criando as chamadas quotas de produção intelectual para os países», prossegue a JCP.
A organização de Coimbra saúda os estudantes que se manifestaram no dia 27, junto ao Senado, contra o Processo de Bolonha e defende que «a luta é o caminho para derrotar estas políticas». «O Processo de Bolonha não é irreversível, como querem fazer parecer», sublinha.
Campanha avança
A JCP está a prosseguir a sua campanha contra o Processo de Bolonha em todo o País com a Jornada Nacional de Luta contra Bolonha, através da recolha de assinaturas para um abaixo-assinado, da realização de debates e esclarecimentos, da distribuição de documentos e da promoção de conferências de imprensa.
Como refere a Organização de Lisboa, «a redução do número de anos da licenciatura e o brutal aumento do custo de frequência do segundo ciclo (a partir de agora apelidado de “mestrado”, mas que mais não é do que uma licenciatura de hoje) restringirá ainda mais o acesso aos mais elevados níveis de conhecimento às classes mais desfavorecidas».
«Num quadro em que a sua implementação se fomenta nas instituições, sem qualquer espaço de discussão que envolva estudantes, professores, direcções, é imprescindível a realização desta Jornada Nacional de Luta contra Bolonha, visto serem os estudantes e todos os que queiram ingressar no ensino superior os mais prejudicados», afirma a OESL.
Prazo acabou na sexta-feira
O prazo para a entrega de propostas de reformulação de cursos no âmbito do Processo de Bolonha terminou na sexta-feira. A Direcção-Geral do Ensino Superior recebeu 284 propostas de adequação, o que corresponde a 51 por cento das cerca de 550 licenciaturas existentes.
De acordo com dados fornecidos pelo Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, mais de metade dos cursos universitários e politécnicos públicos estarão adaptados à convenção no próximo ano lectivo.
Das 14 universidades públicas portuguesas, só a Universidade da Madeira não apresentou à tutela quaisquer propostas de adequação de cursos. Com 33 propostas, as universidades de Aveiro, Minho, Técnica e Nova de Lisboa são as que apresentaram mais propostas de reestruturação das licenciaturas. A Universidade de Coimbra foi a que apresentou menos propostas, devendo ter apenas dois cursos aptos a funcionar à luz de Bolonha no próximo ano lectivo. Pelo ensino superior politécnico foram apresentadas cerca de 300 propostas, o que equivale a cerca de metade dos 568 cursos existentes.
A Direcção-Geral do Ensino Superior tem 45 dias para analisar e homologar os novos modelos apresentados. Apesar da falta de informação nas universidades e de tanto estudantes como professores se sentirem pouco esclarecidos, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior aponta para o ano lectivo de 2007/2008 a conclusão da adaptação do ensino superior português ao Processo de Bolonha.
De acordo com o novo modelo de organização decorrente do Processo de Bolonha, acabam os bacharelatos e o ensino superior passa a estar assente em apenas três ciclos: licenciatura (com a duração de três ou quatro anos), mestrado (um ou dois anos) e doutoramento (com a duração mínima de três anos).
Ensino superior em debate
O ensino superior foi o tema de um debate organizado pela JCP na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, na semana passada, na Caparica. Paulo Marques e João Martins, os oradores convidados, desenvolveram temas como o movimento estudantil, o Processo de Bolonha, a Lei de Financiamento do Ensino Superior e as carências na acção social escolar. O 8.º Congresso da JCP foi também motivo de conversa.
Entretanto, estava previsto para ontem à noite um debate com o tema «Bolonha não! Porquê?», no bar das residências, no Campus Universitário de Santiago da Universidade de Aveiro, igualmente promovido pela JCP.