Norte-americanos acossados no Iraque

Baixas e deserções continuam

No Iraque, os conflitos entre facções religiosas fomentados pelas forças ocupantes e pelos grupos em disputa no poder sucederam-se durante a última semana, mas essa cortina de fumo não consegue ocultar o incremento dos ataques da resistência.
Anteontem, o Comando Central dos EUA admitiu a morte de mais oito soldados, três dos quais abatidos, domingo, perto da base aérea de Assad, na zona ocidental do país.
As restantes cinco vítimas mortais resultaram igualmente de emboscadas levadas a cabo por grupos da resistência, mas a localização dos ataques não foi revelada.
Entretanto, informações veiculadas pela resistência iraquiana e publicadas na edição de 28 de Março do jornal britânico The Guardian, indicam que, desde o início do conflito, já desertaram mais de nove mil soldados do exército dos EUA, número que quase duplica a cifra oficial admitida pelo Pentágono, o qual, em meados de 2004, estimava não serem mais de cinco mil os desertores.
Pelo menos 400 encontram-se em processo de asilo político no Canadá, mas dados da resistência afirmam que este número pode subir drasticamente, uma vez que, a troco de algum dinheiro e uma fuga assegurada através da fronteira com a Síria, muitos soldados estão a entregar as armas e a aceitar a ajuda dos iraquianos para escaparem do atoleiro em que as forças ocupantes transformaram o Iraque.
As mesmas fontes afirmam que as principais razões para as deserções prendem-se com os constantes ataques e massacres perpetrados pelo exército norte-americano contra civis.
Acresce que, entre a população, aumentou a procura de armas de grande calibre ou automáticas. De acordo com o The New York Times, o preço das AK-47 e das granadas de mão vendidas em Bagdad quase duplicou nos últimos meses.
Por iniciativa de Paul Bremer, administrador indicado pelos norte-americanos para o Iraque nos primeiros meses da ocupação, a posse de armas de fogo foi disponibilizada a todo e qualquer indivíduo maior de 25 anos que tivesse «boa reputação».


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