Grã-Bretanha

Direitos básicos desprezados

A Amnistia Internacional acusa o governo britânico de violar grosseiramente os direitos do homem em nome da luta antiterrorista. Num relatório divulgado na passada semana, dia 23, esta organização qualifica de «kafkiana» a situação dos estrangeiros suspeitos de terrorismo que estão detidos sem julgamento há vários anos com base em provas «secretas».
«Estas pessoas estão de facto a ser alvo de perseguição com todas as consequências devastadoras para si e para as suas famílias. Sem as acusar e colocando-as sob regime de rigoroso controlo, designadamente de residência vigiada, ou procurando deportá-las, o governo reforça os seus poderes e impede a acção dos tribunais», afirma a Amnistia exigindo que os suspeitos sejam julgados ou então libertados.
O «tratamento cruel, desumano e degradante» infligido aos suspeitos na prisão de alta segurança de Belmarsh, em Londres, é outra das denúncias apontadas no relatório. Os detidos, confinados a uma ala do estabelecimento, sofrem de desordens psíquicas e mentais que resultam das condições de encarceramento e da incerteza sobre o próprio destino.
A organização acusa ainda o governo britânico de «contornar a interdição da tortura» preparando a deportação de suspeitos para países onde poderia desenvolver tais práticas. Neste sentido, o documento refere que já foram assinados acordos com a Jordânia, Líbia e Líbano, estando a Grã-Bretanha a negociar com Argélia e o Egipto.
Um grupo de 29 estrangeiros, julgados perigosos para a segurança nacional, aguarda neste deportação, segundo afirma a Amnistia, que insta o governo a pedir a libertação de oito antigos residentes na Grã-Bretanha detidos em Gantánamo e a exigir o encerramento deste campo.


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