Ano novo, velha ocupação
O primeiro dia do novo ano no Iraque deixou no terreno as marcas da velha ocupação. Só na segunda-feira morreram 19 pessoas.
«Dados oficiais indicam que só em 2005 morreram 845 soldados dos EUA»
Os ataques da resistência multiplicaram-se por todo o território com a entrada de 2006. Soldados norte-americanos, iraquianos e instalações militares foram os alvos das acções de diversos grupos armados que lutam contra a ocupação do país. Em Bagdad, Tikrit, Baaquba ou Kirkuk, confrontos com as autoridades e carros-bomba provocaram a morte de cerca de duas dezena de pessoas, a maioria das quais acusadas de colaborarem com a invasão do país e de estarem ao serviço do exército e da polícia. Nem o ministro da Industria escapou à revolta tendo a coluna automóvel onde viajava sido atacada à passagem por um bairro residencial de Bagdad.
Ainda na capital, a visita do embaixador da Turquia para estabelecer contactos com o governo de Ibrahim Jaafari sobre o papel da comunidade curda no apoio à nova ordem no Iraque, ficou marcada pela troca de tiros quando Unal Cevikoz e os restantes colaboradores diplomáticos seguiam na estrada de acesso ao aeroporto.
Mais guerra, menos crude
Entretanto, o ministro do Petróleo, Ibrahim Bahr Al Uloum, confirmou o pedido de demissão após o aumento de 200 por cento no preço do crude decretados pelo governo, medida que gerou a revolta entre a população depauperada.
Uloum foi substituído no cargo pelo vice-primeiro-ministro, mas a mudança não resolve o cerne do problema. Segundo estimativas, o Iraque ultrapassou o ponto mais baixo de produção de petróleo, registado em 2003.
As acções da resistência contra interesses de exploração petrolífera estão na base da queda da produção, de tal forma que os postos de abastecimento locais já se debatem com problemas de ruptura de recursos. No domingo, a refinaria de Al Doura voltou a ser atacada. Em Beiji, as instalações locais ainda se encontram paradas na sequência de operações de boicote levadas a cabo pela resistência. Em retaliação, a aviação norte-americana bombardeou, anteontem, diversas habitações da cidade. Morreram pelo menos 14 pessoas, todas pertencentes à mesma família.
Números negros de 2005
No balanço de mais um ano de ocupação anglo-norte-americana no Iraque, dados oficiais indicam que só em 2005 morreram 845 soldados dos EUA. A estes juntam-se quase 1700 membros da polícia e do exército do Iraque. O número de vítimas civis calcula-se, de acordo com as informações divulgadas, a uma média de 15 pessoas por dia, mas os números pecam por escassos tendo em conta as operações contínuas contra focos de resistência como Tal Afar ou Fallujah, cidades onde as provas mostram o uso de armas químicas contra a população por parte dos ocupantes.
Ainda na capital, a visita do embaixador da Turquia para estabelecer contactos com o governo de Ibrahim Jaafari sobre o papel da comunidade curda no apoio à nova ordem no Iraque, ficou marcada pela troca de tiros quando Unal Cevikoz e os restantes colaboradores diplomáticos seguiam na estrada de acesso ao aeroporto.
Mais guerra, menos crude
Entretanto, o ministro do Petróleo, Ibrahim Bahr Al Uloum, confirmou o pedido de demissão após o aumento de 200 por cento no preço do crude decretados pelo governo, medida que gerou a revolta entre a população depauperada.
Uloum foi substituído no cargo pelo vice-primeiro-ministro, mas a mudança não resolve o cerne do problema. Segundo estimativas, o Iraque ultrapassou o ponto mais baixo de produção de petróleo, registado em 2003.
As acções da resistência contra interesses de exploração petrolífera estão na base da queda da produção, de tal forma que os postos de abastecimento locais já se debatem com problemas de ruptura de recursos. No domingo, a refinaria de Al Doura voltou a ser atacada. Em Beiji, as instalações locais ainda se encontram paradas na sequência de operações de boicote levadas a cabo pela resistência. Em retaliação, a aviação norte-americana bombardeou, anteontem, diversas habitações da cidade. Morreram pelo menos 14 pessoas, todas pertencentes à mesma família.
Números negros de 2005
No balanço de mais um ano de ocupação anglo-norte-americana no Iraque, dados oficiais indicam que só em 2005 morreram 845 soldados dos EUA. A estes juntam-se quase 1700 membros da polícia e do exército do Iraque. O número de vítimas civis calcula-se, de acordo com as informações divulgadas, a uma média de 15 pessoas por dia, mas os números pecam por escassos tendo em conta as operações contínuas contra focos de resistência como Tal Afar ou Fallujah, cidades onde as provas mostram o uso de armas químicas contra a população por parte dos ocupantes.