O lixo ficou por recolher no Porto

Cantoneiros unidos na luta

Os cantoneiros da cidade do Porto voltaram a fazer greve à recolha de lixo, na segunda-feira. Exigem a reposição do prémio de 115 euros por mês, retirado em Novembro pela autarquia.

A greve às horas extraordinárias prolonga-se até dia 8

Depois da total adesão à greve de segunda-feira, os 600 trabalhadores da recolha de lixo da cidade do Porto prosseguem com a greve às horas extraordinárias até 8 de Janeiro.
Em causa está o prémio nocturno, equivalente a um quinto do salário, estabelecido há 31 anos pela autarquia que decidiu agora suspender o complemento. Com o apoio do STAL/CGTP-IN e do Sintap/UGT, todos os trabalhadores aderiram à segunda greve, após uma primeira paragem, praticamente total, em Novembro.
A autarquia justificou a suspensão do pagamento do prémio com um relatório preliminar da Inspecção-Geral da Administração do Território, IGAT, à Câmara do Porto, que considerou o pagamento ilegal. O relatório alega que o Decreto-Lei de 1998 que o autoriza, nunca foi regulamentado.
No entanto, para os trabalhadores e o STAL este não é argumento que justifique a sua supressão. Segundo João Avelino, coordenador da Direcção Regional do Porto do sindicato, o relatório da IGAT «não obriga a suspender o prémio, limitando-se a fazer uma proposta de sugestão», afirmou.
O mesmo sindicalista anunciou, também à Lusa, as conclusões dos dois plenários de cantoneiros ocorridos dia 21, onde os trabalhadores reafirmaram a determinação de prosseguir com acções de luta até à reposição do prémio. Assim, mantiveram a greve total na segunda-feira e decidiram prosseguir com a recusa ao cumprimento de horas extraordinárias até dia 8 de Janeiro.
Outra acção de protesto teve lugar no dia 23: os trabalhadores depositaram, frente aos Paços do Concelho, no Porto, as enciclopédias incompletas que foram prenda de Natal da autarquia. Fizeram saber que a única prenda que pretendem é a reposição do prémio em causa. Para Janeiro, está agendado um cordão humano de protesto, entre a Câmara do Porto e o Governo Civil.

Solidariedade

Na passada terça-feira, o secretário de Estado da Administração Local reuniu separadamente com as duas estruturas sindicais que representam os trabalhadores da recolha de lixo. O STAL fez-se representar por João Avelino, um motorista, um cantoneiro de limpeza e um cantoneiro de arruamentos e agendou encontros com as forças políticas com representação parlamentar, a fim de levar o assunto à Assembleia da República. Amanhã, João Avelino vai reunir com Sérgio Teixeira, membro da Direcção da Organização Regional do Porto do PCP.
Na autarquia, os vereadores da CDU e do PS emitiram pareceres em que – à semelhança dos pareceres sindicais - pugnam pela reposição do prémio.


Mais artigos de: Trabalhadores

Transportes em roda livre

Com o aumento de preços anunciado para Janeiro, a subida das tarifas chega aos dez por cento, em apenas oito meses, e aos 14,5 por cento em dois anos, acusam a Festru e a USL.

Natal de luta pelas <em>Pirites</em>

Devido aos atrasos na actualização salarial e à existência de novos obstáculos à retoma da extracção de minério em Aljustrel, uma delegação de dirigentes sindicais mineiros deslocou-se ao Ministério da Economia, no dia 25, esperando que, nesse dia, o Ministro fosse mais sensível à situação dos mineiros e das minas de...

O voto necessário nas presidenciais

«É preciso que os trabalhadores, com o seu voto, impeçam a chegada do candidato da direita à Presidência da República e dêem mais força à exigência de uma nova política para Portugal e para os portugueses», defende a União dos Sindicatos de Lisboa, que na semana passada torno pública a sua posição sobre as eleições de 22...

Ministério da Educação cede nos concursos

O secretariado da Fenprof congratulou-se, dia 21, com os resultados da reunião no Ministério da Educação, em que «foram dados passos importantes no sentido de serem respeitados os direitos dos professores e educadores em matéria de concursos».Para a Federação Nacional dos Professores, a mudança de atitude do Ministério,...

Função Pública rejeita ser carne para canhão

«O Governo utiliza mais uma vez os trabalhadores da Administração Pública como carne para canhão para políticas económicas erradas» considerou o coordenador da Frente Comum, Paulo Trindade, à saída da reunião de 18 de Dezembro com a tutela. Perante a proposta de actualização salarial de 1,5 por cento, a Frente Comum dos...