«A Associação Intervenção Democrática entende que na primeira volta o voto patriótico do eleitorado democrático tem de impedir a eleição de Cavaco Silva e considera que o candidato que melhor defende os valores da democracia e os ideais de Abril plasmados na Constituição da República é Jerónimo de Sousa», afirmou o Conselho Geral da ID na sua resolução de 10 de Dezembro. No passado dia 21, o candidato comunista recebeu uma delegação desta associação, aliada eleitoral do PCP no âmbito da CDU.
Para a ID, uma vez derrotados os objectivos de Cavaco Silva na primeira volta «há que confirmar essa derrota na segunda volta, votando sem hesitação no candidato que vier a confrontar-se com o da direita». O conselho geral da associação considera que a participação do maior número de eleitores no escrutínio eleitoral de 22 de Janeiro contribui para impedir a eleição imediata de Cavaco Silva.
A Intervenção Democrática destaca como fundamental o esclarecimento do eleitorado para a necessidade de «não faltar à votação, tanto mais que é possível que a grande maioria do povo trabalhador olhe com desconfiança todas as intervenções de José Sócrates a favor do seu candidato, Mário Soares». Assim, para a ID, a existência de «quatro candidatos da área democrática não é prejudicial», pois poderá levar às urnas muitos dos eleitores «renitentes a uma só candidatura de esquerda».
A ID realça também que a candidatura de Jerónimo de Sousa é de natureza diferente de todas as outras, destacando os valores de Abril e contestando com clareza a política de direita do actual Governo». A associação destaca ainda o papel do candidato comunista no alertar dos socialistas para a «necessidade de se avançar determinantemente» contra a candidatura de Cavaco Silva, que considera o adversário principal para a democracia.