CDU alerta para aluimentos

«Salvemos as ribeiras do Porto»

Rui Sá, vereador da CDU na Câmara do Porto, alertou, na passada semana, para os riscos de aluimento e degradação ambiental resultantes das sucessivas canalizações das ribeiras da cidade.

O problema deixa de se ver, mas não se resolve

«O entubamento sucessivo das ribeiras, e correspondente abandono, já tem causado aluimentos», disse o ex-vereador do Ambiente, à margem do lançamento de dois desdobráveis sobre as Ribeiras do Porto.
Mais de 60 por cento dos cursos de água que atravessam o concelho do Porto correm em canos subterrâneos, opção que tem sido tomada quer para permitir a construção de imóveis e a abertura de ruas, quer para evitar focos de poluição a céu aberto.
«Entubamento, o problema deixa de se ver, mas não se resolve. É como pintar as unhas em vez de as limpar», realçou Rui Sá, à Lusa, afirmando que tem havido descargas de produtos nocivos para algumas ribeiras, que seriam evitáveis se os cursos de água estivesses à vista desarmada.
Rui Sá referiu que, no seu mandato como presidente dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS), «houve um trabalho de limpeza de todas as zonas entubadas», mas «a intervenção mais importante foi feita a nível dos esgotos», com o aumento de 13 mil para 45 mil metros cúbicos do volume diário de esgotos encaminhados para as estações de tratamento.
O autarca do PCP realçou ainda a importância de terem sido salvaguardadas na revisão do Plano Director Municipal (PDM) do Porto zonas de protecção das ribeiras, mas lamentou que a Câmara tenha aprovado o entubamento de mais uma zona da Ribeira da Granja.
Logo no início do anterior mandato, fui o único a votar contra a autorização de construção de um hotel junto à Ribeira da Granja, com mais uma zona de entubamento», realçou. «O argumento principal era que o hotel era para o “Euro 2004” mas, que eu saiba, ainda nem sequer se iniciaram as obras», acrescentou.
Os desdobráveis «Assim morrem os rios do Porto» e «Salvemos as ribeiras do Porto» foram editados pelo Núcleo de Defesa do Meio Ambiente de Lordelo do Ouro, do Porto, com o apoio do Instituto do Ambiente.

Moradores exigem pontão de ligação

Dias antes, Rui Sá defendeu a inscrição da construção de um pontão que ligue as Fontaínhas aos Guindais no Orçamento e Plano de Actividades da autarquia para 2006. O eleito da CDU visitou, no dia 27 de Novembro, aquela zona, que continua, desde o Inverno de 2000/2001, sem uma ligação rodoviária e pedonal entre as escarpas das Fontaínhas e dos Guindais.
Há quase cinco anos, a 7 de Dezembro de 2000, o mau tempo provocou o aluimento de terras e posterior queda de um muro de suporte na escarpa de apoio, desalojando cerca de 220 pessoas que habitavam no bairro da Tapada.
Até hoje, lamentou Rui Sá, «continua aqui um buraco» e nada foi feito para restituir a ligação pedonal e rodoviária entre as escarpas das Fantaínhas e dos Guindais. Antes da intempérie, o Passeio das Fontaínhas não terminava num «buraco», pois prolongava-se até ao Largo Artur Dias e à Rua do Miradouro.
O vereador da CDU lembrou que, aquando da derrocada, «falou-se na possibilidade de construir um pontão de ligação», à cota da rua. Sem essa ligação, os peões atravessam de uma escarpa para a outra através de um parque de estacionamento camarário existente no local. Contudo, a circulação rodoviária apenas se faz a uma cota mais alta, passando pela Batalha.
Os moradores das Fontaínhas enviaram há mais de dois anos um abaixo-assinado à autarquia reivindicando essa ligação, mas até hoje ainda não obtiveram qualquer resposta. Entretanto, a escarpa em causa foi sustentada e houve necessidade de se retirar muita terra do local, uma vez que o seu peso poderia provocar nova derrocada, mas o autarca comunista entende que «o betão a suportar socalcos dá um aspecto feio» à zona.
Rui Sá defendeu ainda «um tratamento de ponto de vista arbóreo para dar outro aspecto» à zona, cuja a vista sobre o Rio Douro é privilegiada.


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