Um projecto alternativo de desenvolvimento
«Portugal não está condenado ao atraso», afirmou o candidato presidencial Jerónimo de Sousa, encerrando uma audição sobre Ciência e Tecnologia, realizada no passado dia 21.
Portugal encontra-se muito atrás da Europa em vários índices de I&D
O desenvolvimento das actividades de investigação e desenvolvimento é indispensável para o fortalecimento da economia, afirmou, no final da audição sobre Ciência e Tecnologia, o candidato presidencial Jerónimo de Sousa. Para o candidato comunista, não é possível sustentar e realizar a mudança necessária e «concretizar um projecto de desenvolvimento sem o indispensável contributo da comunidade científica».
Jerónimo de Sousa considera que a posse do conhecimento científico e a «capacidade de o aplicar de acordo com as necessidades humanas» devem justamente considerados como determinantes do progresso económico e social. Isto no que toca directamente à criação de riqueza, bem como na «produção de bens materiais e culturais, ao tratamento da doença e à manutenção da saúde, à defesa do meio ambiente, à previsão ou prevenção de riscos e catástrofes».
Afirmando que Portugal está cada vez mais afastado da média europeia no que respeita aos níveis de desenvolvimento, o candidato presidencial comunista considera que este atraso resulta de uma política que deixou para trás o desenvolvimento cientifico e tecnológico e persistiu na valorização de um modelo de desenvolvimento assente nos baixos salários e nas baixas qualificações. Política esta da qual resulta uma economia «cada vez mais subcontratada, dependente e apendicular». Jerónimo de Sousa afirmou mesmo que é precisamente este, e não o défice das contas públicas, o «problema mais preocupante do País».
A servir fins errados
Destacando os enormes avanços técnicos e científicos, o candidato comunista adiantou que os novos processos técnicos e científicos e a introdução das novas tecnologias não correspondem sempre nem necessariamente a um progresso social. Isto porque a sua aplicação e as consequências que arrastam, tal como a própria orientação da actividade dos técnicos e dos cientistas, são determinadas em larga medida pelos interesses dominantes na sociedade». Interesses – dos grandes grupos económicos – que determinam a atribuição de «enormes recursos humanos e materiais à indústria dos armamentos», enquanto se «regateiam verbas para vencer a malária e outras doenças que afligem centenas de milhões de seres humanos», denunciou Jerónimo de Sousa.
O candidato comunista é claro a considerar que a ciência e a tecnologia devem ser vistas, antes de mais, como instrumento privilegiado e necessário do progresso económico e social, «quando a sua utilidade é posta ao serviço dos trabalhadores e da soberania dos povos».
Alterações estruturais
O candidato comunista acredita que o défice comercial é de natureza estrutural e «só poderá ser vencido com modificações estruturais», designadamente das características da força de trabalho. Em sua opinião, isto é possível através de um esforço «consequente de qualificação e requalificação de trabalhadores, e da correspondente mobilização dos empresários, no investimento nas potencialidades e oportunidades produtivas do nosso País».
Jerónimo de Sousa entende que é necessária outra modificação. A do perfil de especialização produtiva do País, através da «modernização de métodos e equipamentos, em certos sectores, e ao desenvolvimento e mesmo implantação pioneira de novas empresas». Tudo isto visando atingir mais altos valores acrescentados e uma maior criação de riqueza por trabalhador.
Para o candidato comunista, estes objectivos económicos não poderão ser alcançados sem um «importante crescimento paralelo e convergente dos recursos humanos e materiais afectos às actividades de Investigação & Desenvolvimento». Jerónimo de Sousa está certo de que «Portugal não está condenado ao fracasso». Assim sejam tomadas as medidas necessárias, também aqui de ruptura com esta política se submissão aos interesses dos grandes grupos económicos.
Portugal cada vez mais longe
Portugal está muito atrasado em relação aos restantes países da União Europeia no que respeita à investigação e desenvolvimento (I&D). Foi esta uma das principais conclusões da audição promovida pela candidatura de Jerónimo de Sousa. Nas intervenções de várias personalidades ligadas ao mundo científico, vieram notas do atraso do País, nomeadamente ao nível dos recursos humanos. Um estudo recente indica que para que Portugal ficasse ao nível da União Europeia necessitaria de mais 10 mil investigadores e 17 mil e quinhentos técnicos de investigação.
Na intervenção final, o candidato Jerónimo de Sousa destacou outra realidade: «parte importante dos activos são bolseiros de investigação, que desempenham também tarefas técnicas, e se encontram em situação de emprego precário por tempo indeterminado.»
Outro dos atrasos do País prende-se com o défice de financiamento adequado das unidades de investigação. Evidenciado pela razão entre a despesa total em investigação e desenvolvimento e o número de investigadores recenseados no sistema, é notória a grandeza do atraso: O valor médio da despesa com as actividades de I&D na Europa a 15 é três vezes superior ao mesmo valor no nosso País.
Para a candidatura de Jerónimo de Sousa, o défice mais complexo de superar – e o mais importante – é o défice da actividade de I&D empresarial. Em Portugal, apenas um quarto dos investigadores recenseados trabalham no conjunto do sector das empresas públicas ou privadas. A média europeia ascende aos cinquenta por cento.
O candidato comunista – secundado nesta sua opinião por muitos dos especialistas presentes na audição – considera fundamental a qualificação da força de trabalho. E afirma que esta depende da criação de «oportunidades de formação adequadas, o que implicará transformações importantes no sistema educativo e de formação profissional».
Mas, ao invés de investir na educação, o Governo desisnveste, como prova a drástica redução do investimento na acção social escolar patente no Orçamento de Estado para 2006. Quanto à Ciência e Tecnologia, não se encontram alterações significativas no seu financiamento. Como não há, denuncia o candidato, para a «anunciada reforma dos laboratórios do Estado, nem para a resolução do problema dos bolseiros». Mas a qualificação da força de trabalho exige também «melhorias salariais significativas e o reconhecimento do direito ao trabalho e ao trabalho com direitos», defende Jerónimo de Sousa.
Jerónimo de Sousa considera que a posse do conhecimento científico e a «capacidade de o aplicar de acordo com as necessidades humanas» devem justamente considerados como determinantes do progresso económico e social. Isto no que toca directamente à criação de riqueza, bem como na «produção de bens materiais e culturais, ao tratamento da doença e à manutenção da saúde, à defesa do meio ambiente, à previsão ou prevenção de riscos e catástrofes».
Afirmando que Portugal está cada vez mais afastado da média europeia no que respeita aos níveis de desenvolvimento, o candidato presidencial comunista considera que este atraso resulta de uma política que deixou para trás o desenvolvimento cientifico e tecnológico e persistiu na valorização de um modelo de desenvolvimento assente nos baixos salários e nas baixas qualificações. Política esta da qual resulta uma economia «cada vez mais subcontratada, dependente e apendicular». Jerónimo de Sousa afirmou mesmo que é precisamente este, e não o défice das contas públicas, o «problema mais preocupante do País».
A servir fins errados
Destacando os enormes avanços técnicos e científicos, o candidato comunista adiantou que os novos processos técnicos e científicos e a introdução das novas tecnologias não correspondem sempre nem necessariamente a um progresso social. Isto porque a sua aplicação e as consequências que arrastam, tal como a própria orientação da actividade dos técnicos e dos cientistas, são determinadas em larga medida pelos interesses dominantes na sociedade». Interesses – dos grandes grupos económicos – que determinam a atribuição de «enormes recursos humanos e materiais à indústria dos armamentos», enquanto se «regateiam verbas para vencer a malária e outras doenças que afligem centenas de milhões de seres humanos», denunciou Jerónimo de Sousa.
O candidato comunista é claro a considerar que a ciência e a tecnologia devem ser vistas, antes de mais, como instrumento privilegiado e necessário do progresso económico e social, «quando a sua utilidade é posta ao serviço dos trabalhadores e da soberania dos povos».
Alterações estruturais
O candidato comunista acredita que o défice comercial é de natureza estrutural e «só poderá ser vencido com modificações estruturais», designadamente das características da força de trabalho. Em sua opinião, isto é possível através de um esforço «consequente de qualificação e requalificação de trabalhadores, e da correspondente mobilização dos empresários, no investimento nas potencialidades e oportunidades produtivas do nosso País».
Jerónimo de Sousa entende que é necessária outra modificação. A do perfil de especialização produtiva do País, através da «modernização de métodos e equipamentos, em certos sectores, e ao desenvolvimento e mesmo implantação pioneira de novas empresas». Tudo isto visando atingir mais altos valores acrescentados e uma maior criação de riqueza por trabalhador.
Para o candidato comunista, estes objectivos económicos não poderão ser alcançados sem um «importante crescimento paralelo e convergente dos recursos humanos e materiais afectos às actividades de Investigação & Desenvolvimento». Jerónimo de Sousa está certo de que «Portugal não está condenado ao fracasso». Assim sejam tomadas as medidas necessárias, também aqui de ruptura com esta política se submissão aos interesses dos grandes grupos económicos.
Portugal cada vez mais longe
Portugal está muito atrasado em relação aos restantes países da União Europeia no que respeita à investigação e desenvolvimento (I&D). Foi esta uma das principais conclusões da audição promovida pela candidatura de Jerónimo de Sousa. Nas intervenções de várias personalidades ligadas ao mundo científico, vieram notas do atraso do País, nomeadamente ao nível dos recursos humanos. Um estudo recente indica que para que Portugal ficasse ao nível da União Europeia necessitaria de mais 10 mil investigadores e 17 mil e quinhentos técnicos de investigação.
Na intervenção final, o candidato Jerónimo de Sousa destacou outra realidade: «parte importante dos activos são bolseiros de investigação, que desempenham também tarefas técnicas, e se encontram em situação de emprego precário por tempo indeterminado.»
Outro dos atrasos do País prende-se com o défice de financiamento adequado das unidades de investigação. Evidenciado pela razão entre a despesa total em investigação e desenvolvimento e o número de investigadores recenseados no sistema, é notória a grandeza do atraso: O valor médio da despesa com as actividades de I&D na Europa a 15 é três vezes superior ao mesmo valor no nosso País.
Para a candidatura de Jerónimo de Sousa, o défice mais complexo de superar – e o mais importante – é o défice da actividade de I&D empresarial. Em Portugal, apenas um quarto dos investigadores recenseados trabalham no conjunto do sector das empresas públicas ou privadas. A média europeia ascende aos cinquenta por cento.
O candidato comunista – secundado nesta sua opinião por muitos dos especialistas presentes na audição – considera fundamental a qualificação da força de trabalho. E afirma que esta depende da criação de «oportunidades de formação adequadas, o que implicará transformações importantes no sistema educativo e de formação profissional».
Mas, ao invés de investir na educação, o Governo desisnveste, como prova a drástica redução do investimento na acção social escolar patente no Orçamento de Estado para 2006. Quanto à Ciência e Tecnologia, não se encontram alterações significativas no seu financiamento. Como não há, denuncia o candidato, para a «anunciada reforma dos laboratórios do Estado, nem para a resolução do problema dos bolseiros». Mas a qualificação da força de trabalho exige também «melhorias salariais significativas e o reconhecimento do direito ao trabalho e ao trabalho com direitos», defende Jerónimo de Sousa.