Bruxas, bruxedos e outros sortilégios
A moda veio da América e está a fazer caminho em Portugal, como de resto muitas outras, mas não é de abóboras e fantasmas, vassouras e chapéus altos, fogueiras e benzeduras que rezam as crónicas nacionais do dia seguinte ao dia das bruxas. Quem acreditou que o feriado era para retemperar forças bateu com os burrinhos na água, como soe dizer-se, que as notícias foram tudo menos animadoras: os transportes públicos aumentaram quase quatro por cento e os juros do crédito à habitação subiram para valores que variam entre um mínimo de três e um máximo de 4,5 por cento.
No primeiro caso, que afecta os transportes urbanos de Lisboa e Porto, os transportes colectivos rodoviários interurbanos e os transportes ferroviários e fluviais, o aumento dos preços é justificado com a necessidade de compensar as empresas transportadoras pelo aumento dos combustíveis, cujos registaram desde Maio uma subida recorde de 17,6 por cento. Curiosamente, nestas contas não entram os lucros fabulosos da GALP, que em plena dita crise energética conseguiu a proeza de alcançar, em apenas nove meses, qualquer coisa como 399 milhões de euros de lucros, ou seja, 80 por cento de benefícios.
No segundo caso, a decisão da Caixa Geral de Depósitos é justificada pelo facto de os juros do crédito se manterem há quase dois anos e meio sem alteração, não se tendo em linha de conta que os resultados líquidos da instituição registaram mesmo assim, no primeiro semestre do ano, um aumento de 38,3 por cento, o que representa nada mais nada menos do que 305,4 milhões de euros.
São apenas dois exemplos, mas ilustram bem como, em tempo de badalada crise, a maioria paga para que uma minoria tenha lucros, o que explica de resto que a maioria dos portugueses - 58,2 por cento - considere que a sua situação económica vai piorar no próximo ano, segundo revela o Barómetro de Outubro da Marktest para o DN e TSF divulgado na segunda-feira.
Não se trata de nenhum bruxedo, por mais que nos queiram fazer crer o contrário ou que nos pretendam distrair com as notícias do terramoto de há 250 anos. A situação é mesmo o resultado das políticas de defesa e submissão ao capitalismo que PS e PSD vêm desenvolvendo há cerca de três décadas, e para lhe pôr cobro não são precisos santos, nem bruxas, nem milagres. É só preciso ser capaz de escolher outro rumo, ter coragem para exigir outra política, em que se respeite o trabalho, a justiça e a solidariedade social. É a isso que se chama socialismo.
No primeiro caso, que afecta os transportes urbanos de Lisboa e Porto, os transportes colectivos rodoviários interurbanos e os transportes ferroviários e fluviais, o aumento dos preços é justificado com a necessidade de compensar as empresas transportadoras pelo aumento dos combustíveis, cujos registaram desde Maio uma subida recorde de 17,6 por cento. Curiosamente, nestas contas não entram os lucros fabulosos da GALP, que em plena dita crise energética conseguiu a proeza de alcançar, em apenas nove meses, qualquer coisa como 399 milhões de euros de lucros, ou seja, 80 por cento de benefícios.
No segundo caso, a decisão da Caixa Geral de Depósitos é justificada pelo facto de os juros do crédito se manterem há quase dois anos e meio sem alteração, não se tendo em linha de conta que os resultados líquidos da instituição registaram mesmo assim, no primeiro semestre do ano, um aumento de 38,3 por cento, o que representa nada mais nada menos do que 305,4 milhões de euros.
São apenas dois exemplos, mas ilustram bem como, em tempo de badalada crise, a maioria paga para que uma minoria tenha lucros, o que explica de resto que a maioria dos portugueses - 58,2 por cento - considere que a sua situação económica vai piorar no próximo ano, segundo revela o Barómetro de Outubro da Marktest para o DN e TSF divulgado na segunda-feira.
Não se trata de nenhum bruxedo, por mais que nos queiram fazer crer o contrário ou que nos pretendam distrair com as notícias do terramoto de há 250 anos. A situação é mesmo o resultado das políticas de defesa e submissão ao capitalismo que PS e PSD vêm desenvolvendo há cerca de três décadas, e para lhe pôr cobro não são precisos santos, nem bruxas, nem milagres. É só preciso ser capaz de escolher outro rumo, ter coragem para exigir outra política, em que se respeite o trabalho, a justiça e a solidariedade social. É a isso que se chama socialismo.