Requisições ilegais contra direito à greve

As requisições civis, como a que foi imposta aos funcionários judiciais, são ilegais, pois na sua base está a intenção de impedir o direito constitucional à greve, consideraram vários sindicalistas, questionados pela Agência Lusa.
Regra geral, a divergência entre sindicatos, empresas e Governo assenta fundamentalmente na definição dos serviços mínimos que deverão ser assegurados pelos trabalhadores durante os períodos de greve.
Para Amável Alves, membro da Comissão Executiva da CGTP-IN e dirigente da Federação Sindical dos Transportes Rodoviários e Urbanos (Festru), o direito à greve é um direito constitucional do trabalhador, que só poderá ser quebrado por outro direito fundamental. Não é isso que tem acontecido.
Amável Alves recorda que no caso do Metropolitano, os governos recorreram à requisição civil em 1982, 1992 e 2004. Na requisição de 1982, o Supremo Tribunal Administrativo considerou ilegal a decisão do Governo.
José Manuel Oliveira, dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário, considerou que as requisições civis, no caso das greves dos maquinistas, visaram «fazer comboios» e não pretenderam garantir os direitos fundamentais das pessoas. Se, de facto, estivessem em causa direitos fundamentais das pessoas, então, de cada vez que houvesse uma avaria nos comboios, o Governo teria que assegurar serviços de transporte alternativos.
Os princípios a que obedece uma requisição civil estão consagrados no Decreto-Lei N.º 637/74, de 20 de Novembro, no Código do Trabalho e na Regulamentação deste.


Mais artigos de: Trabalhadores

Novas greves na Justiça

O Sindicato dos Funcionários Judiciais acatou a imposição do Governo e marcou nova greve para dia 26, convergindo com as paralisações de juízes e magistrados do Ministério Público.

Jornada «convergente»

O Plenário Nacional de Sindicatos, reunido dia 30 de Setembro, decidiu marcar para 10 de Novembro, uma «Jornada Nacional de Luta Convergente», organizada a partir dos locais de trabalho, com concentrações em Lisboa e no Porto.

Covina em greve

Os trabalhadores da Saint Gobain Glass Portugal (ex-Covina) estão em greve hoje e amanhã, exigindo aumentos salariais de cinco por cento.Esta empresa vidreira – que faz parte da multinacional francesa Saint Gobain – recusa-se a subir os salários acima da inflação. Como explica em comunicado a Federação dos Sindicatos da...

Sindicatos unidos para dia 26

Na quarta-feira, 28 de Setembro, teve lugar mais uma reunião de sindicatos, associações e federações representativas dos trabalhadores da área da Justiça, os quais, desde Agosto, têm debatido conjuntamente o projecto do Governo sobre os Serviços de Saúde do Ministério da tutela, procurando coordenar esforços na luta para...

Registos e notariado também vão parar

«Chegou a hora dos trabalhadores dos registos e do notariado dizerem ao Governo: basta!» – clama o sindicato do sector, que segunda-feira anunciou uma greve para 26 e 27 de Outubro, com concentração no Terreiro do Paço.O STRN recorda, em comunicado, que tem alertado o Ministério da Justiça «para os graves problemas que...

Greve no SEF na próxima semana

O Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras vai manter a greve agendada para dias 12, 13 e 14, reafirmou o seu presidente, sexta-feira, após uma reunião no Ministério da Administração Interna.Depois de reunir com o secretário de Estado Adjunto, José Magalhães, e com o...

Trabalho em fotografias

A CGTP-IN inaugurou no dia do plenário, no átrio do auditório do ISCTE, uma exposição de fotografia realizada a partir do concurso «O Trabalho e os Trabalhadores», organizado pela central e no qual participaram 78 concorrentes, com cerca de 500 imagens.O júri (constituído pelos fotógrafos profissionais Eduardo Gageiro,...