Um Pinóquio malvado na Casa Branca
Bush transformou a Casa Branca num mentideiro. Melhor dito, elevou a peta, o
embuste, a política de Estado. Deixou o vício da bebedeira e agarrou-se
compulsivamente ao da intrujice, e era certamente melhor que tivesse continuado
nos braços de Baco…
Mentira I – A primeira grande aldrabice foi a das armas de destruição maciça no
Iraque. Nesta alinhou o seu parceiro Tony Blair, a quem muitos ingleses chamam
simplesmente Tory Liar, por ser tão antitrabalhista como avesso à verdade. Como
mais depressa se agarra um mentiroso do que um coxo, ficou rapidamente claro
para quem tem olhos para ver que tudo se resumiu ao assalto ao petróleo iraquiano,
só que nem a CIA, nem o Pentágono, nem o Departamento de Estado parecem ter
tirado bem as medidas à resistência nacional. O petróleo ainda não corre como
se esperava e as contas de mortos e feridos do lado americano – o único que
conta para o invasor – aproxima-se dos dois mil e dos quinze mil,
respectivamente – se bem que muitos deles sejam soldados negros ou latinos,
isto é gente de segunda ou terceira categoria. Não esquecer que até há pouco tempo o negro contava como 3/5 de pessoa, mais isso será motivo de outra nota.
Mentira II – Ainda o primeiro conto do vigário vai no adro e já outra trapaça e
mostra de incompetência está à vista: o desastre do Katrina, uma ventania dos
diabos que mostrou que o rei não só vai nu como é um mentecapto incompetente.
Diz o ex-bebedanas to Texas que ninguém antecipou a ruptura dos diques de Nova
Orleãs. Olhem como lhe cresce a penca! É certo que o homem ouve mal e lê pior,
mas alguém lhe deve ter dito que o Corpo do Exército apresentou, durante o ano
passado, um relatório onde se recomendava, num estudo a seguir aos estragos do
furacão Ivan, que se devia elevar a altura dos diques e reforçá-los. Para mais
precisão, avançavam com um orçamento de 11 milhões de dólares. Bush deve ter
feito contas à vida e a quantos mísseis podiam ser esses milhões para o negócio
do petróleo no Iraque e só aprovou pouco mais de um quarto do indicado. Isto
foi informado oportunamente pelo jornal mais importante da cidade, o
Times-Picayune, e também pelo Pittsburg Post Gazete que, a 17 de
Outubro de 2004, alertava para o perigo de inundações na cidade do jazz e
comentava que o “furacão Ivan passou longe, mas um impacte directo de outro
inundará os seus diques e deixará milhares de mortos”. Só faltou acrescentar,
“negros pobres, na sua grande maioria”. Os ventos do Katrina já lá vão – as
águas continuam a esconder não se sabe quantos cadáveres – e Bush, que ouviu em
vivo e em directo do que não gosta, nada aprendeu. Com o furacão Rita, soltou o
mesmo “salve-se quem puder!”. Quem tinha como sair da zona em perigo meteu-se à
estrada… e ficou num engarrafamento brutal de quilómetros e quilómetros sem
chegar a parte nenhuma. A defesa civil cubana podia dar-lhe algumas indicações
do que fazer em casos semelhantes… e sem o menor intuito mercantilista!
Entretanto, dois milhões de habitantes do Texas e da Lousiana não sabem se podem
regressar ou não às suas casas.
Vergonha
Por certo, o desastre do Katrina revelou alguns dos aspectos mais lamentáveis
da sociedade consumista estado-unidense. A falta de solidariedade humana
naqueles momentos terríveis traduziu-se em delinquência. Um jornalista do New
York Times, insuspeito de esquerdista comentou que “Um dos aspectos mais
desalentadores da catástrofe de Nova Orleãs foram os saques. Cobri o terramoto
que em 1995 arrasou com a maior parte de Kobe, Japão, matando 5.500 pessoas, e
durante dias não encontrei nenhum comportamento criminal. (…) Finalmente,
continua, encontrei um residente que viu três homens a roubarem comida”. Quando
perguntou à testemunha se isso não envergonhava os japoneses, a resposta que
obteve foi: “Não, não me está entender. Esses bandidos não eram japoneses, eram
estrangeiros”. O jornalista explica que estes comportamentos se devem a
factores complexos, muitos deles culturais. Em contraste com o Japão, que tem
tratado de construir um tecido social à escala nacional, “os Estados Unidos,
particular sob a administração de Bush, têm eliminado sistematicamente muita
gente desse tecido, através da redistribuição da riqueza transferindo-a dos
mais vulneráveis para os mais ricos”. Depois de recordar aquela famosa frase de
Ronald Reagan de que “Fizemos uma guerra contra a pobreza e a pobreza ganhou”,
fecha o seu comentário recordando que dos 77 bebés que morrem diariamente, 50
são consequência da pobreza. “Esse é o grande furacão que envergonha o nosso
país”.
embuste, a política de Estado. Deixou o vício da bebedeira e agarrou-se
compulsivamente ao da intrujice, e era certamente melhor que tivesse continuado
nos braços de Baco…
Mentira I – A primeira grande aldrabice foi a das armas de destruição maciça no
Iraque. Nesta alinhou o seu parceiro Tony Blair, a quem muitos ingleses chamam
simplesmente Tory Liar, por ser tão antitrabalhista como avesso à verdade. Como
mais depressa se agarra um mentiroso do que um coxo, ficou rapidamente claro
para quem tem olhos para ver que tudo se resumiu ao assalto ao petróleo iraquiano,
só que nem a CIA, nem o Pentágono, nem o Departamento de Estado parecem ter
tirado bem as medidas à resistência nacional. O petróleo ainda não corre como
se esperava e as contas de mortos e feridos do lado americano – o único que
conta para o invasor – aproxima-se dos dois mil e dos quinze mil,
respectivamente – se bem que muitos deles sejam soldados negros ou latinos,
isto é gente de segunda ou terceira categoria. Não esquecer que até há pouco tempo o negro contava como 3/5 de pessoa, mais isso será motivo de outra nota.
Mentira II – Ainda o primeiro conto do vigário vai no adro e já outra trapaça e
mostra de incompetência está à vista: o desastre do Katrina, uma ventania dos
diabos que mostrou que o rei não só vai nu como é um mentecapto incompetente.
Diz o ex-bebedanas to Texas que ninguém antecipou a ruptura dos diques de Nova
Orleãs. Olhem como lhe cresce a penca! É certo que o homem ouve mal e lê pior,
mas alguém lhe deve ter dito que o Corpo do Exército apresentou, durante o ano
passado, um relatório onde se recomendava, num estudo a seguir aos estragos do
furacão Ivan, que se devia elevar a altura dos diques e reforçá-los. Para mais
precisão, avançavam com um orçamento de 11 milhões de dólares. Bush deve ter
feito contas à vida e a quantos mísseis podiam ser esses milhões para o negócio
do petróleo no Iraque e só aprovou pouco mais de um quarto do indicado. Isto
foi informado oportunamente pelo jornal mais importante da cidade, o
Times-Picayune, e também pelo Pittsburg Post Gazete que, a 17 de
Outubro de 2004, alertava para o perigo de inundações na cidade do jazz e
comentava que o “furacão Ivan passou longe, mas um impacte directo de outro
inundará os seus diques e deixará milhares de mortos”. Só faltou acrescentar,
“negros pobres, na sua grande maioria”. Os ventos do Katrina já lá vão – as
águas continuam a esconder não se sabe quantos cadáveres – e Bush, que ouviu em
vivo e em directo do que não gosta, nada aprendeu. Com o furacão Rita, soltou o
mesmo “salve-se quem puder!”. Quem tinha como sair da zona em perigo meteu-se à
estrada… e ficou num engarrafamento brutal de quilómetros e quilómetros sem
chegar a parte nenhuma. A defesa civil cubana podia dar-lhe algumas indicações
do que fazer em casos semelhantes… e sem o menor intuito mercantilista!
Entretanto, dois milhões de habitantes do Texas e da Lousiana não sabem se podem
regressar ou não às suas casas.
Vergonha
Por certo, o desastre do Katrina revelou alguns dos aspectos mais lamentáveis
da sociedade consumista estado-unidense. A falta de solidariedade humana
naqueles momentos terríveis traduziu-se em delinquência. Um jornalista do New
York Times, insuspeito de esquerdista comentou que “Um dos aspectos mais
desalentadores da catástrofe de Nova Orleãs foram os saques. Cobri o terramoto
que em 1995 arrasou com a maior parte de Kobe, Japão, matando 5.500 pessoas, e
durante dias não encontrei nenhum comportamento criminal. (…) Finalmente,
continua, encontrei um residente que viu três homens a roubarem comida”. Quando
perguntou à testemunha se isso não envergonhava os japoneses, a resposta que
obteve foi: “Não, não me está entender. Esses bandidos não eram japoneses, eram
estrangeiros”. O jornalista explica que estes comportamentos se devem a
factores complexos, muitos deles culturais. Em contraste com o Japão, que tem
tratado de construir um tecido social à escala nacional, “os Estados Unidos,
particular sob a administração de Bush, têm eliminado sistematicamente muita
gente desse tecido, através da redistribuição da riqueza transferindo-a dos
mais vulneráveis para os mais ricos”. Depois de recordar aquela famosa frase de
Ronald Reagan de que “Fizemos uma guerra contra a pobreza e a pobreza ganhou”,
fecha o seu comentário recordando que dos 77 bebés que morrem diariamente, 50
são consequência da pobreza. “Esse é o grande furacão que envergonha o nosso
país”.