Fatah vence municipais
O movimento político Fatah venceu as eleições municipais de quinta-feira da semana passada na Cisjordânia. O Hamas ficou abaixo das expectativas criadas nas anteriores fases eleitorais.
«Muitos dos candidatos do Hamas detidos pelos israelitas foram eleitos»
A confirmação da vitória obtida pelo partido do actual presidente da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), Mahmud Abbas, foi dada a conhecer em conferência de imprensa, sábado, em Ramallah, logo que ficaram apurados os primeiros resultados definitivos, desfecho que acaba por consubstanciar o que havia já sido avançado pelas sondagens feitas à boca das urnas.
De acordo com as informações divulgadas por Jamal Chobaki, responsável máximo pela comissão eleitoral, a Fatah consolidou a posição dominante nos órgãos e instituições locais alcançando 53,73 por cento dos votos, resultado em muito superior ao obtido pelo movimento Hamas, que se quedou pelos 26 por cento. Os restantes votos dispersaram-se por diversos partidos e listas de independentes que também concorreram no sufrágio.
No total dos 104 concelhos municipais abrangidos, a Fatah conquistou a vitória em quase metade, 51, elegendo um número próximo dos 550 conselheiros municipais. Num universo de cerca de 2500 candidatos, quase 600 dos integrantes das listas eram mulheres, ou seja, 25 por cento dos concorrentes.
Na quinta-feira, deslocaram-se às urnas os habitantes de 82 cidades e aldeias da Cisjordânia. Nas restantes 22 localidades, as eleições foram realizadas em Dezembro do ano transato e Maio deste ano, duas das quatro fases do processo eleitoral autárquico nos territórios palestinianos sob administração da ANP. A oito de Dezembro próximo fica concluído o processo eleitoral municipal com a chamada às assembleias de voto dos cidadãos de mais de uma centena de localidades na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.
Participação recorde
Ainda segundo informações divulgadas por Chobaki, a votação decorreu sem que se tivesse registado qualquer incidente grave, facto que se junta à baixa taxa de abstenção registada.
Dos 127 mil palestinianos residentes na Cisjordânia com direito a voto, 84 por cento acorreu às urnas, um dado que representa simultaneamente uma taxa de afluência recorde e um exemplo de vontade de participação popular na consolidação colectiva de um Estado que quer nascer.
Para além desta leitura do processo, Chobaki sublinhou ainda que muitos dos candidatos do Hamas detidos pelo exército israelita, numa operação militar levada a cabo a dias antes do sufrágio, foram eleitos.
A segurança do acto eleitoral foi assegurada numa operação conjunta entre autoridades israelitas e palestinianas, tendo sido «permitido» à ANP que fizesse deslocar meios e homens armados para o território.
Israel aposta na intimidação
Apesar do optimismo, as eleições decorreram sob um clima de intimidação constante por parte do Estado de Israel.
Depois de uma violenta operação militar, no final da semana passada, precisamente na Cisjordânia, o governo de Ariel Sharon manteve a tensão por intermédio do seu ministro dos Negócios Estrangeiros. Sylvan Shalom acusou o Hamas de se escudar nas eleições e qualificou mesmo a participação daquele movimento como um «abuso da democracia».
As declarações contrastam com as proferidas pelo vice-primeiro-ministro da ANP, que classificou a presença do Hamas como «um bom sinal» e afirmou que «eles não podem ser marginalizados, têm um papel a desempenhar nas eleições».
Entretanto, o ministro da Defesa israelita, Shaul Moofaz, fez o balanço da operação «primeira chuva», nome que só por si revela as intenções de Israel em continuar a política de terror.
Segundo aquele responsável, foram capturados, desde 24 de Setembro, 435 activistas palestinianos, metade dos quais pertencentes ao Hamas. Israel ainda não decidiu por quanto tempo se vai prolongar esta investida, apesar do Hamas e da Jihad Islâmica terem decretado o fim dos ataques a partir da Faixa de Gaza.
De acordo com as informações divulgadas por Jamal Chobaki, responsável máximo pela comissão eleitoral, a Fatah consolidou a posição dominante nos órgãos e instituições locais alcançando 53,73 por cento dos votos, resultado em muito superior ao obtido pelo movimento Hamas, que se quedou pelos 26 por cento. Os restantes votos dispersaram-se por diversos partidos e listas de independentes que também concorreram no sufrágio.
No total dos 104 concelhos municipais abrangidos, a Fatah conquistou a vitória em quase metade, 51, elegendo um número próximo dos 550 conselheiros municipais. Num universo de cerca de 2500 candidatos, quase 600 dos integrantes das listas eram mulheres, ou seja, 25 por cento dos concorrentes.
Na quinta-feira, deslocaram-se às urnas os habitantes de 82 cidades e aldeias da Cisjordânia. Nas restantes 22 localidades, as eleições foram realizadas em Dezembro do ano transato e Maio deste ano, duas das quatro fases do processo eleitoral autárquico nos territórios palestinianos sob administração da ANP. A oito de Dezembro próximo fica concluído o processo eleitoral municipal com a chamada às assembleias de voto dos cidadãos de mais de uma centena de localidades na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.
Participação recorde
Ainda segundo informações divulgadas por Chobaki, a votação decorreu sem que se tivesse registado qualquer incidente grave, facto que se junta à baixa taxa de abstenção registada.
Dos 127 mil palestinianos residentes na Cisjordânia com direito a voto, 84 por cento acorreu às urnas, um dado que representa simultaneamente uma taxa de afluência recorde e um exemplo de vontade de participação popular na consolidação colectiva de um Estado que quer nascer.
Para além desta leitura do processo, Chobaki sublinhou ainda que muitos dos candidatos do Hamas detidos pelo exército israelita, numa operação militar levada a cabo a dias antes do sufrágio, foram eleitos.
A segurança do acto eleitoral foi assegurada numa operação conjunta entre autoridades israelitas e palestinianas, tendo sido «permitido» à ANP que fizesse deslocar meios e homens armados para o território.
Israel aposta na intimidação
Apesar do optimismo, as eleições decorreram sob um clima de intimidação constante por parte do Estado de Israel.
Depois de uma violenta operação militar, no final da semana passada, precisamente na Cisjordânia, o governo de Ariel Sharon manteve a tensão por intermédio do seu ministro dos Negócios Estrangeiros. Sylvan Shalom acusou o Hamas de se escudar nas eleições e qualificou mesmo a participação daquele movimento como um «abuso da democracia».
As declarações contrastam com as proferidas pelo vice-primeiro-ministro da ANP, que classificou a presença do Hamas como «um bom sinal» e afirmou que «eles não podem ser marginalizados, têm um papel a desempenhar nas eleições».
Entretanto, o ministro da Defesa israelita, Shaul Moofaz, fez o balanço da operação «primeira chuva», nome que só por si revela as intenções de Israel em continuar a política de terror.
Segundo aquele responsável, foram capturados, desde 24 de Setembro, 435 activistas palestinianos, metade dos quais pertencentes ao Hamas. Israel ainda não decidiu por quanto tempo se vai prolongar esta investida, apesar do Hamas e da Jihad Islâmica terem decretado o fim dos ataques a partir da Faixa de Gaza.