Reforma e contra-reforma
Somos frequentemente acusados de dirigir as nossas críticas privilegiadamente contra o PS. Trata-se de uma acusação infundada e que constitui uma das formas modernas de anticomunismo.
Que o anticomunismo tenha desempenhado um papel predominante na auto-defesa do fascismo enquanto poder implantado e comandado pelas classes dominantes é hoje incontestável. Mas já são mais nebulosas as marcas que deixou na história, nas mentalidades, no pensamento, nos comportamentos. Como está também por avaliar a mediocridade, o obscurantismo estúpido, sufocante, incapacitante, o atraso histórico que esse preconceito tem causado. Assim como a responsabilidade daqueles que o instalaram e instilaram. Muitas dessas marcas continuam a subsistir, atiçadas em muitos casos pelas formas novas de anticomunismo desenvolvidas no último quartel de século e cultivadas para esconder a essência reacionária de políticas de direita.
Vem isto a propósito das alterações à lei das reformas que o governo de maioria absoluta do PS pretende impôr como uma das suas medidas para «modernizar o país». De facto é uma reforma do contra, que rouba aos trabalhadores direitos em alguns casos já conquistados nos tempos do fascismo.
Estamos contra.
Pelo seu significado: é um embuste trapalhão negociado e cozinhado com receitas de patronato.
Pelo seu conteúdo: é um ataque a direitos ganhos e já pagos com trabalho.
E pelos seus resultados (se vierem a ser aplicadas): são medidas que reduzem ainda mais a capacidade aquisitiva da população e condenam várias gerações, já exploradas por três ou quatro décadas de serviço, a um suplemento de trabalho, além de confiscarem descontos rigorosamente descontados durante uma vida de trabalho.
Há nisto uma clara transferência de ultra-mais-valia, tornando as pensões um negócio das Arábias para as seguradoras, na mira de uma privatização da segurança social para onde a política do governo PS se encaminha. Com o aumento da idade da reforma ficam os donos do dinheiro ganhando a dois carrrinhos: os trabalhadores pagam durante mais anos para a sua conta de reforma, e ficam com menos anos para receberem pensão. Com um pouco de sorte para as seguradoras, podem mesmo nunca chegar a gozá-la...
Ser contra esta fraude não é ser contra o PS: é ser contra uma das mais graves medidas que as forças da recuperação reaccionária têm vindo a levar a cabo com a política de direita, servindo-se ora do PS ora do PSD como executantes.
No remanso dos seus gabinetes, governantes, deputados do Ps e
poderes financeiros que os apoiam e em que eles se apoiam, não pensem que esta fraudulenta manobra ficará sem resposta dos trabalhadores. E nessa luta, cá estamos. Não porque o PS seja para nós o inimigo principal. Sim, porque a defesa dos trabalhadores é para nós a preocupação principal.
Já engolimos sapos.
Mas este crocodilo não.
Que o anticomunismo tenha desempenhado um papel predominante na auto-defesa do fascismo enquanto poder implantado e comandado pelas classes dominantes é hoje incontestável. Mas já são mais nebulosas as marcas que deixou na história, nas mentalidades, no pensamento, nos comportamentos. Como está também por avaliar a mediocridade, o obscurantismo estúpido, sufocante, incapacitante, o atraso histórico que esse preconceito tem causado. Assim como a responsabilidade daqueles que o instalaram e instilaram. Muitas dessas marcas continuam a subsistir, atiçadas em muitos casos pelas formas novas de anticomunismo desenvolvidas no último quartel de século e cultivadas para esconder a essência reacionária de políticas de direita.
Vem isto a propósito das alterações à lei das reformas que o governo de maioria absoluta do PS pretende impôr como uma das suas medidas para «modernizar o país». De facto é uma reforma do contra, que rouba aos trabalhadores direitos em alguns casos já conquistados nos tempos do fascismo.
Estamos contra.
Pelo seu significado: é um embuste trapalhão negociado e cozinhado com receitas de patronato.
Pelo seu conteúdo: é um ataque a direitos ganhos e já pagos com trabalho.
E pelos seus resultados (se vierem a ser aplicadas): são medidas que reduzem ainda mais a capacidade aquisitiva da população e condenam várias gerações, já exploradas por três ou quatro décadas de serviço, a um suplemento de trabalho, além de confiscarem descontos rigorosamente descontados durante uma vida de trabalho.
Há nisto uma clara transferência de ultra-mais-valia, tornando as pensões um negócio das Arábias para as seguradoras, na mira de uma privatização da segurança social para onde a política do governo PS se encaminha. Com o aumento da idade da reforma ficam os donos do dinheiro ganhando a dois carrrinhos: os trabalhadores pagam durante mais anos para a sua conta de reforma, e ficam com menos anos para receberem pensão. Com um pouco de sorte para as seguradoras, podem mesmo nunca chegar a gozá-la...
Ser contra esta fraude não é ser contra o PS: é ser contra uma das mais graves medidas que as forças da recuperação reaccionária têm vindo a levar a cabo com a política de direita, servindo-se ora do PS ora do PSD como executantes.
No remanso dos seus gabinetes, governantes, deputados do Ps e
poderes financeiros que os apoiam e em que eles se apoiam, não pensem que esta fraudulenta manobra ficará sem resposta dos trabalhadores. E nessa luta, cá estamos. Não porque o PS seja para nós o inimigo principal. Sim, porque a defesa dos trabalhadores é para nós a preocupação principal.
Já engolimos sapos.
Mas este crocodilo não.