Alarme na pesca
«O país está a arder e os pescadores também», clama o Sindicato dos Trabalhadores da Pesca do Norte, que na sexta-feira realizou uma conferência de imprensa, em Matosinhos, após uma reunião com a Propeixe – Organização de Produtores de Sardinha. «A não serem tomadas medidas urgentes de apoio às pescas, este é um sector em risco, e vai mesmo bater no fundo e afundar-se», protesta o STPN/CGTP-IN, no documento distribuído à comunicação social.
A diminuição de capturas e de receitas, que se verifica há vários anos seguidos, agrava cada vez mais a situação dos pescadores e, de ano para ano, está a levar ao desespero. O sindicato salienta que esta situação «é ainda mais agravada com o consecutivo aumento dos combustíveis, em particular nos últimos meses».
Ao dar conta da conclusão da reunião com a Propeixe, o sindicato ressalve que este problema é comum «a todos tipos de pesca a nível nacional, sejam eles o cerco (sardinha), o arrasto costeiro ou a pesca artesanal.
Apesar da diminuição das capturas, «os pescadores vêem diariamente a suas pescas serem rejeitas ao mar ou lançadas para farinha, não tendo escoamento na lota, situação que é particularmente vivida pelos pescadores do cerco, apesar de se vender sardinha a qualquer hora do dia ou da noite em qualquer canto de Matosinhos, mas da auto-transportada». O STPN tem reclamado do Governo uma «paragem biológica», pois o pescado tem mais do que o tamanho mínimo legal (11 centímetros), mas tem má qualidade e baixo valor comercial. O Ministério da Agricultura rejeitou tal proposta, alegando ser impossível criar condições de excepção contrárias à legislação comunitária.
O sindicato refere que a Propeixe esgotou já todas as possibilidades de retirada e armazenamento de pescado para farinha, com apoios comunitários, ou para congelação, o que põe termo a uma situação que tinha vindo a permitir o escoamento de algum pescado.
Mais por menos
Ao contrário da tendência dos últimos anos, as capturas agora têm sido superiores. Revela o sindicato que, só este ano, já se retiraram mais 150 toneladas de peixe do que em todo o ano passado (2 600 toneladas contra 2 455). Mas isso não significou vida melhor para os pescadores.
Em Julho de 2004, as embarcações de associadas da Propeixe pescaram 7 154 toneladas de sardinha, com um valor de 4,4 milhões de euros. No mês de Julho de 2005, as capturas foram de 7 203 toneladas (mais 50), mas o valor foi de apenas 3,5 milhões de euros.
O sindicato verificou valores semelhantes em embarcações do arrasto costeiro, apurando ainda outro grave problema: o aumento do preço dos combustíveis.
Os preços do gasóleo, para as embarcações do cerco, eram de 26 cêntimos, em Dezembro de 2003, de 41 cêntimos, em Dezembro de 2004, e chegaram aos 44 cêntimos, em Julho de 2005 (valor entretanto ultrapassado).
Esta situação é ainda mais grave para os pescadores da pesca artesanal, grande número dos quais utiliza gasolina, que não tem qualquer benefício ou apoio, sendo paga ao mesmo preço que se pratica nos postos de abastecimento de automóveis. O sindicato adianta que alguns pescadores estão a encostar as embarcações ao cais, «pensando já na possibilidade de abate das mesmas e rumando para outros sectores».
No caso da sardinha, poderá contribuir para o baixo valor a situação das empresas de conserva, sector que tem vindo a diminuir. Das empresas que resistem, o sindicato sabe que a Ramirez e outras importam de Marrocos grande parte da sua matéria-prima, a IDAL tinha 2 turnos a laborar e terá somente metade da produção neste momento, enquanto a Vasco da Gama estará a trabalhar com cavala e não com sardinha.
A diminuição de capturas e de receitas, que se verifica há vários anos seguidos, agrava cada vez mais a situação dos pescadores e, de ano para ano, está a levar ao desespero. O sindicato salienta que esta situação «é ainda mais agravada com o consecutivo aumento dos combustíveis, em particular nos últimos meses».
Ao dar conta da conclusão da reunião com a Propeixe, o sindicato ressalve que este problema é comum «a todos tipos de pesca a nível nacional, sejam eles o cerco (sardinha), o arrasto costeiro ou a pesca artesanal.
Apesar da diminuição das capturas, «os pescadores vêem diariamente a suas pescas serem rejeitas ao mar ou lançadas para farinha, não tendo escoamento na lota, situação que é particularmente vivida pelos pescadores do cerco, apesar de se vender sardinha a qualquer hora do dia ou da noite em qualquer canto de Matosinhos, mas da auto-transportada». O STPN tem reclamado do Governo uma «paragem biológica», pois o pescado tem mais do que o tamanho mínimo legal (11 centímetros), mas tem má qualidade e baixo valor comercial. O Ministério da Agricultura rejeitou tal proposta, alegando ser impossível criar condições de excepção contrárias à legislação comunitária.
O sindicato refere que a Propeixe esgotou já todas as possibilidades de retirada e armazenamento de pescado para farinha, com apoios comunitários, ou para congelação, o que põe termo a uma situação que tinha vindo a permitir o escoamento de algum pescado.
Mais por menos
Ao contrário da tendência dos últimos anos, as capturas agora têm sido superiores. Revela o sindicato que, só este ano, já se retiraram mais 150 toneladas de peixe do que em todo o ano passado (2 600 toneladas contra 2 455). Mas isso não significou vida melhor para os pescadores.
Em Julho de 2004, as embarcações de associadas da Propeixe pescaram 7 154 toneladas de sardinha, com um valor de 4,4 milhões de euros. No mês de Julho de 2005, as capturas foram de 7 203 toneladas (mais 50), mas o valor foi de apenas 3,5 milhões de euros.
O sindicato verificou valores semelhantes em embarcações do arrasto costeiro, apurando ainda outro grave problema: o aumento do preço dos combustíveis.
Os preços do gasóleo, para as embarcações do cerco, eram de 26 cêntimos, em Dezembro de 2003, de 41 cêntimos, em Dezembro de 2004, e chegaram aos 44 cêntimos, em Julho de 2005 (valor entretanto ultrapassado).
Esta situação é ainda mais grave para os pescadores da pesca artesanal, grande número dos quais utiliza gasolina, que não tem qualquer benefício ou apoio, sendo paga ao mesmo preço que se pratica nos postos de abastecimento de automóveis. O sindicato adianta que alguns pescadores estão a encostar as embarcações ao cais, «pensando já na possibilidade de abate das mesmas e rumando para outros sectores».
No caso da sardinha, poderá contribuir para o baixo valor a situação das empresas de conserva, sector que tem vindo a diminuir. Das empresas que resistem, o sindicato sabe que a Ramirez e outras importam de Marrocos grande parte da sua matéria-prima, a IDAL tinha 2 turnos a laborar e terá somente metade da produção neste momento, enquanto a Vasco da Gama estará a trabalhar com cavala e não com sardinha.