Prioridade à produção
O agravamento do défice da balança comercial, que subiu 15 por cento nos primeiros cinco meses deste ano, preocupa a CGTP-IN, que coloca a destruição do sector produtivo como primeira causa daquele aumento.
As políticas de direita levaram à destruição do sector produtivo
As estatísticas do comércio internacional português foram publicados dia 5, pelo INE, e estão disponíveis no sítio Internet do instituto (www.infoline.pt). Em síntese, verifica-se que, de Janeiro a Maio, as saídas aumentaram 0,9 por cento, mas as entradas subiram 5,9 por cento, determinando uma variação homóloga (entre iguais períodos de 2004 e 2005) de 15,9 por cento no défice da balança comercial.
Para a CGTP-IN, «este agravamento do défice da balança comercial, como já revelavam os dados de 2004, é altamente preocupante». Em nota à comunicação social, divulgada anteontem, a central realça que «as exportações não acompanharam o forte aumento da procura externa dirigida à economia portuguesa, pelo que houve perda de quotas de mercados», enquanto, por outro lado, «as nossas exportações estão excessivamente dependentes, quer de um sector têxtil sob o impacto das importações da China, quer de uma única grande empresa no sector automóvel» (a Auto Europa).
Perante a actual debilidade do sector produtivo nacional, «basta um pequeno crescimento económico (1,1 por cento em 2004) para ocorrer um forte disparo nas importações (7,4 por cento).
«É preciso dar prioridade ao sector produtivo, criando condições para um crescimento sustentado na base do aumento da produtividade», defende a CGTP-IN, reafirmando que «as orientações de política económica e social do Governo não constituem a resposta necessária à premência destes problemas».
Esta afirmação é fundamentada na falta de «uma estratégia de desenvolvimento que rompa com um modelo de baixos salários, de mão obra precária e pouco qualificada, que está claramente esgotado; e no facto de a política do Governo de Sócrates e do PS estar centrada na vertente orçamental, «subalternizando a vertente económica».
«No discurso público, cada vez se fala menos na produtividade e no plano tecnológico, para já não falar na promessa de criação de 150 mil postos de trabalho», repara a central.
Quanto às medidas de restrição financeira, elas «traduzem-se em novos e mais pesados sacrifícios para os trabalhadores, sem que se veja a mesma determinação em terminar com situações de flagrante injustiça social».
As «prioridades fundamentais das políticas a seguir» são sintetizadas pela Inter em «três eixos essenciais»:
· dar prioridade ao sector produtivo, ao emprego e aos salários;
· dinamizar a contratação colectiva e valorizar os direitos dos trabalhadores;
· concretizar políticas sociais avançadas, que reduzam as desigualdades sociais.
O que não foi feito
A CGTP-IN indica vários motivos para que a situação seja ainda mais preocupante:
- tem-se assistido à destruição do tecido produtivo, sem medidas para a sua defesa;
- não houve desenvolvimento de novos sectores nem progressão na cadeia de valor nos existentes;
- não houve uma efectiva reestruturação industrial;
- foram desperdiçadas oportunidades de desenvolvimento dos sectores, e alguns foram praticamente liquidados;
- houve uma má utilização de apoios públicos, nomeadamente de fundos comunitários;
- não foi concretizada uma política de formação contínua, apesar de estar suportada num acordo de concertação social que foi subscrito pelo Governo e por todas as organizações sindicais e patronais.
Para a CGTP-IN, «este agravamento do défice da balança comercial, como já revelavam os dados de 2004, é altamente preocupante». Em nota à comunicação social, divulgada anteontem, a central realça que «as exportações não acompanharam o forte aumento da procura externa dirigida à economia portuguesa, pelo que houve perda de quotas de mercados», enquanto, por outro lado, «as nossas exportações estão excessivamente dependentes, quer de um sector têxtil sob o impacto das importações da China, quer de uma única grande empresa no sector automóvel» (a Auto Europa).
Perante a actual debilidade do sector produtivo nacional, «basta um pequeno crescimento económico (1,1 por cento em 2004) para ocorrer um forte disparo nas importações (7,4 por cento).
«É preciso dar prioridade ao sector produtivo, criando condições para um crescimento sustentado na base do aumento da produtividade», defende a CGTP-IN, reafirmando que «as orientações de política económica e social do Governo não constituem a resposta necessária à premência destes problemas».
Esta afirmação é fundamentada na falta de «uma estratégia de desenvolvimento que rompa com um modelo de baixos salários, de mão obra precária e pouco qualificada, que está claramente esgotado; e no facto de a política do Governo de Sócrates e do PS estar centrada na vertente orçamental, «subalternizando a vertente económica».
«No discurso público, cada vez se fala menos na produtividade e no plano tecnológico, para já não falar na promessa de criação de 150 mil postos de trabalho», repara a central.
Quanto às medidas de restrição financeira, elas «traduzem-se em novos e mais pesados sacrifícios para os trabalhadores, sem que se veja a mesma determinação em terminar com situações de flagrante injustiça social».
As «prioridades fundamentais das políticas a seguir» são sintetizadas pela Inter em «três eixos essenciais»:
· dar prioridade ao sector produtivo, ao emprego e aos salários;
· dinamizar a contratação colectiva e valorizar os direitos dos trabalhadores;
· concretizar políticas sociais avançadas, que reduzam as desigualdades sociais.
O que não foi feito
A CGTP-IN indica vários motivos para que a situação seja ainda mais preocupante:
- tem-se assistido à destruição do tecido produtivo, sem medidas para a sua defesa;
- não houve desenvolvimento de novos sectores nem progressão na cadeia de valor nos existentes;
- não houve uma efectiva reestruturação industrial;
- foram desperdiçadas oportunidades de desenvolvimento dos sectores, e alguns foram praticamente liquidados;
- houve uma má utilização de apoios públicos, nomeadamente de fundos comunitários;
- não foi concretizada uma política de formação contínua, apesar de estar suportada num acordo de concertação social que foi subscrito pelo Governo e por todas as organizações sindicais e patronais.