Mas quais partidos?
Trazem certamente água – ou veneno – no bico os gritos que, de vez em quando, se soltam por aí quando o sistema político e económico começa a mostrar as suas fraquezas e a revelar que as receitas que os sucessivos governos, sempre baseados nas políticas e opções de direita, aplicam para resolver os problemas do País não resolvem absolutamente nada de fundamental. O capital continua a encher a bolsa e os trabalhadores, no outro extremo da vara, perdem o poder de compra e a qualidade de vida, quando não o emprego e os direitos adquiridos.
No plano económico, os trabalhadores – mas também os pequenos e médios empresários (e os micro, que são um disfarce na maioria dos casos, para designar trabalhadores que não encontram outrem que os empregue) costumam ser os bodes expiatórios dos grandes ou dos seus serventuários na política e nos media. Uns para servir o argumento do apertar do cinto, assacando-lhes a responsabilidade da falta de produtividade ou de «excesso» de direitos e de «regalias e privilégios». Outros porque, como se afana a dizer o Presidente da República, andam sempre na lamúria e não se lançam com risco nos caminhos da imaginação e da competitividade.
No plano político, são «os políticos» e os «partidos» os responsáveis do descalabro, e lá se vão lançando «corajosas» orientações para acabar com isso – normalmente apertando o funil eleitoral, arredando os que lutam para transformar este estado de coisas.
Esta semana, os gritos foram lançados por dois directores de jornais que jogam no mesmo clube e não escondem as suas simpatias de direita. Se um, no Público, diz «mata!», corre o outro, no Expresso, a dizer «esfola!» Por vontade deste dueto acabava-se já com o regime partidário, face ao fedor que exala do pote onde refogam os partidos.
À sombra do escândalo do «mensalão», que de resto ainda está por provar, José Manuel Fernandes extrapola para os escândalos portugueses, e para a «relação perversa entre “chefes” e “aparelhos”, sem que os eleitores tenham a possibilidade de, pelo voto, tomarem a palavra». Em suma: não há soluções milagrosas porque os partidos não deixam. Por seu lado, José António Saraiva, aponta, peremptório: «O problema principal do país, neste momento, são os partidos políticos. Os partidos estão a estrangular a democracia»!
Mas quais partidos?
Sempre os mesmos, isto é, aqueles que os comunistas acusam de, há quase trinta anos, virem prosseguindo, juntos ou separados, os três ou dois a dois, a mesma política de direita que tem conduzido o País à desgraça actual.
No plano económico, os trabalhadores – mas também os pequenos e médios empresários (e os micro, que são um disfarce na maioria dos casos, para designar trabalhadores que não encontram outrem que os empregue) costumam ser os bodes expiatórios dos grandes ou dos seus serventuários na política e nos media. Uns para servir o argumento do apertar do cinto, assacando-lhes a responsabilidade da falta de produtividade ou de «excesso» de direitos e de «regalias e privilégios». Outros porque, como se afana a dizer o Presidente da República, andam sempre na lamúria e não se lançam com risco nos caminhos da imaginação e da competitividade.
No plano político, são «os políticos» e os «partidos» os responsáveis do descalabro, e lá se vão lançando «corajosas» orientações para acabar com isso – normalmente apertando o funil eleitoral, arredando os que lutam para transformar este estado de coisas.
Esta semana, os gritos foram lançados por dois directores de jornais que jogam no mesmo clube e não escondem as suas simpatias de direita. Se um, no Público, diz «mata!», corre o outro, no Expresso, a dizer «esfola!» Por vontade deste dueto acabava-se já com o regime partidário, face ao fedor que exala do pote onde refogam os partidos.
À sombra do escândalo do «mensalão», que de resto ainda está por provar, José Manuel Fernandes extrapola para os escândalos portugueses, e para a «relação perversa entre “chefes” e “aparelhos”, sem que os eleitores tenham a possibilidade de, pelo voto, tomarem a palavra». Em suma: não há soluções milagrosas porque os partidos não deixam. Por seu lado, José António Saraiva, aponta, peremptório: «O problema principal do país, neste momento, são os partidos políticos. Os partidos estão a estrangular a democracia»!
Mas quais partidos?
Sempre os mesmos, isto é, aqueles que os comunistas acusam de, há quase trinta anos, virem prosseguindo, juntos ou separados, os três ou dois a dois, a mesma política de direita que tem conduzido o País à desgraça actual.