Política do Governo prejudica o País

Acentua-se a degradação das condições de vida

Em conferências de imprensa, as direcções das organizações regionais de Setúbal e do Porto denunciam a já difícil situação para os trabalhadores, que a política do Governo está a acentuar.
«A situação social agravou-se no distrito de Setúbal após a tomada de posse do Governo PS. De facto, passados cem dias de Governo, acentuou-se a degradação das condições de vida dos trabalhadores e das populações, nomeadamente através da redução do seu poder de compra e do aumento do desemprego», afirmou, em conferência de imprensa, a Direcção da Organização Regional de Setúbal do PCP.
Segundo dados oficiais, destacam os comunistas, o desemprego atingiu já mais de 40 mil trabalhadores no mês de Maio deste ano. Mas a situação pode tornar-se ainda pior, avisa o PCP, dada a situação em que se encontram muitas empresas do distrito, a braços com perspectivas «sombrias» para os trabalhadores: Ameaças de deslocalização, possíveis encerramentos, retirada de direitos e redução de salários, etc. Também os pequenos e médios empresários sofrem com esta situação, pois o abaixamento do nível de vida e o aumento do IVA afectam de forma determinante a sua actividade económica.
A DORS afirma que a acção do Governo do PS defrauda expectativas de mudança criadas em milhares de eleitores do distrito. E considera que a participação dos trabalhadores do distrito de Setúbal nas recentes jornadas de luta contra a ofensiva do Governo é a «demonstração clara de que os trabalhadores vão responder a esta gigantesca fraude política com a luta, até conseguirem uma mudança a sério na política do Governo».
Os comunistas de Setúbal realçam a intensa actividade do Grupo Parlamentar comunista. Para a DORS, estes marcaram a diferença «agindo para o desenvolvimento do distrito, para corresponder aos interesses dos trabalhadores e das populações».

Desenvolvimento comprometido no Porto

Na conclusão de uma importante jornada do PCP no distrito do Porto, que integrou várias iniciativas, que levaram os comunistas a contactar com cerca de 12 mil trabalhadores, A Direcção da Organização Regional (DORP) promoveu, na passada sexta-feira, uma conferência de imprensa para apresentar as principais conclusões. Para os comunistas do Porto, faz-se sentir uma grande falta de investimento público no distrito, traduzido na diminuição das verbas inscritas em PIDDAC, bem como nos incentivos à produção. O desemprego, afirma a DORP, continua a crescer, situando-se, neste momento, entre os 115 e os 120 mil trabalhadores, muitos dos quais jovens formados.
Os comunistas destacam como problema particularmente grave a situação em algumas empresas, que optam por deslocalizar e reduzir o número de trabalhadores. A Molex, a Lear ou a Yazaki – poderosas multinacionais – são disso exemplo. Para os comunistas, as deslocalizações têm servido para «favorecer a acumulação de lucros das multinacionais», depois de disporem de apoios nacionais e comunitários. Entende a DORP que «ao obrigarem os trabalhadores às chamadas “rescisões amigáveis”, estão a proceder na verdade a despedimentos em massa, a empobrecer a região, a aumentar os encargos da segurança social, a gerar mais desemprego, angústia e enorme incerteza no futuro».


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