«Cerrem os punhos, companheiros…»
No vibrante comício de Lisboa do passado dia 22, Jerónimo de Sousa apelou aos trabalhadores e a outros sectores para que dêem combate às políticas do Governo. E aos comunistas para que ocupem o seu lugar nesta luta.
Álvaro Cunhal continua um estímulo para a luta dos comunistas
Perante uma entusiástica plateia de várias centenas de camaradas e amigos, Jerónimo de Sousa terminou a sua intervenção afirmando que o colectivo partidário tem que guardar a figura de Álvaro Cunhal «no mais fundo e solidário dos nossos corações e da nossa memória». E que tem ainda que agarrar nas suas ideias, no seu exemplo, na sua obra e as aplique, «recusando o fatalismo ou o fim da história, validando e actualizando o nosso projecto de transformação social». Cada militante, organização e todo o Partido terá de demonstrar que «a luta continua».
A seguir, nos habituais hinos com que terminam os comícios comunistas, os presentes demonstraram mais uma vez a sua determinação em continuar a luta. «Avante, camarada, avante, junta a tua à nossa voz», cantaram a plenos pulmões, prometendo, noutra canção, construir, «numa terra sem amos, a Internacional». Os punhos, bem cerrados de confiança no futuro, não conseguiam – e será que quereriam? – suster algumas lágrimas que caíam das faces de alguns militantes.
Na sua intervenção, o secretário-geral comunista lembrou o papel «insubstituível» da organização do Partido na «dinamização e organização da luta» dos vários sectores vítimas da política de direita deste e dos anteriores governos. E este papel é desempenhado «nas empresas, nos locais de trabalho, nas organizações de massas, nos movimentos sociais», destacou. Para Jerónimo de Sousa, os comunistas, «partindo dos problemas concretos e do que é justo, nas causas mais diversas e mais justas, devem assumir uma posição ofensiva, defendendo, lutando, mas consciencializando, propondo a ruptura com esta requentada política, para que se retome uma nova política, uma política de esquerda».
Para o secretário-geral do PCP, o lema da acção – «Basta de sacrifícios e desemprego. Nova política, mais produção» ajusta-se plenamente ao conteúdo da política do Governo e «traduz a justa aspiração dos trabalhadores e de largas camadas do nosso povo».
Reforçar o PCP e os seus valores
Antes de falar o secretário-geral do PCP, passaram pelo palanque António Tremoço, dirigente sindical e trabalhador da Bombardier/Sorefame, e Ana Avoila, dirigente sindical da Administração Pública. Ambos falaram dos combates em curso e da importância de lutar para obter algumas vitórias.
António Tremoço lembrou os recuos a que a multinacional canadiana Bombardier foi obrigada a cedências por pressão dos trabalhadores. Não tendo ainda atingido o objectivo de defender a produção de material circulante na Amadora, houve já algumas vitórias. Significativo, para António Tremoço, é que a primeira medida do Governo do PS para com os trabalhadores da ex-Sorefame tenha sido o envio para o local, durante uma vigília, da polícia de intervenção. «É a luta de classes que se agudiza em Portugal», destacou.
Ana Avoila falou da ofensiva sem precedentes contra os trabalhadores da administração pública e da resposta – também ela sem precedentes – dada pela sua luta. E destacou a solidariedade do PCP, que tudo continuará a fazer para manter e reforçar a unidade dos trabalhadores contra esta política e este sistema. Alexandre Teixeira, da DORL e do Comité Central, que dirigiu o comício, considerou que o reforço do Partido é «um objectivo que está ao nosso alcance».
Antes, um filme dedicado ao ex-secretário-geral do PCP, Álvaro Cunhal, recentemente falecido, voltou a trazer à tona, na massa humana ali presente a confiança no futuro e a necessidade da luta! Os punhos ergueram-se, algumas lágrimas caíram. Mas a luta continua, isso é certo!
A diferença é o «D»?…
A diferença entre o PS e o PSD em termos de políticas e soluções para o País, parece cada vez mais residir numa letra, o «D». Para o secretário-geral do PCP, não foram necessários cem dias para que os «trabalhadores e povo português verificassem que, com o novo Governo do PS, em vez da prometida mudança, do prometido novo rumo para o País, se prosseguia no essencial a velha política de direita e as mesmas e repisadas soluções dos governos dos últimos anos». Tal como, afirmou, não foram precisos cem dias de governo para que se percebesse «quanta hipocrisia se escondia naquela “surpresa” ensaiada do primeiro-ministro José Sócrates acerca do valor de défice das finanças públicas». São cem dias de governação, destacou, «que espelham bem o conteúdo de classe de uma política que a direita não desdenharia realizar e que não teria força nem condições para o fazer». Política esta marcada por um «cerrado ataque aos trabalhadores e de agravamento das condições de vida do povo», sustentou.
Reafirmando aquilo que o PCP dizia antes das eleições acerca dos riscos existentes em conceder ao PS uma maioria absoluta – que veio a verificar-se –, o secretário-geral destacou que o cenário se revela «mais preocupante do que aquele que se esperaria».
Para o PCP, há que prosseguir e reforçar a luta por outra política. Jerónimo de Sousa afirmou que a acção nacional em que o comício se inseriu «reafirma não só a possibilidade, mas também a necessidade de se encetar outro caminho, com uma nova política que aposte no crescimento e no desenvolvimento económico e na defesa da produção e aparelho produtivo nacional, na criação de emprego, no combate às deslocalizações, na valorização dos salários e das pensões». Na opinião dos comunistas – e é objectivo da acção nacional demonstrá-lo – não é apenas uma questão de justiça, mas da incapacidade desta política em «dar resposta aos grandes problemas e necessidades dos portugueses».
A seguir, nos habituais hinos com que terminam os comícios comunistas, os presentes demonstraram mais uma vez a sua determinação em continuar a luta. «Avante, camarada, avante, junta a tua à nossa voz», cantaram a plenos pulmões, prometendo, noutra canção, construir, «numa terra sem amos, a Internacional». Os punhos, bem cerrados de confiança no futuro, não conseguiam – e será que quereriam? – suster algumas lágrimas que caíam das faces de alguns militantes.
Na sua intervenção, o secretário-geral comunista lembrou o papel «insubstituível» da organização do Partido na «dinamização e organização da luta» dos vários sectores vítimas da política de direita deste e dos anteriores governos. E este papel é desempenhado «nas empresas, nos locais de trabalho, nas organizações de massas, nos movimentos sociais», destacou. Para Jerónimo de Sousa, os comunistas, «partindo dos problemas concretos e do que é justo, nas causas mais diversas e mais justas, devem assumir uma posição ofensiva, defendendo, lutando, mas consciencializando, propondo a ruptura com esta requentada política, para que se retome uma nova política, uma política de esquerda».
Para o secretário-geral do PCP, o lema da acção – «Basta de sacrifícios e desemprego. Nova política, mais produção» ajusta-se plenamente ao conteúdo da política do Governo e «traduz a justa aspiração dos trabalhadores e de largas camadas do nosso povo».
Reforçar o PCP e os seus valores
Antes de falar o secretário-geral do PCP, passaram pelo palanque António Tremoço, dirigente sindical e trabalhador da Bombardier/Sorefame, e Ana Avoila, dirigente sindical da Administração Pública. Ambos falaram dos combates em curso e da importância de lutar para obter algumas vitórias.
António Tremoço lembrou os recuos a que a multinacional canadiana Bombardier foi obrigada a cedências por pressão dos trabalhadores. Não tendo ainda atingido o objectivo de defender a produção de material circulante na Amadora, houve já algumas vitórias. Significativo, para António Tremoço, é que a primeira medida do Governo do PS para com os trabalhadores da ex-Sorefame tenha sido o envio para o local, durante uma vigília, da polícia de intervenção. «É a luta de classes que se agudiza em Portugal», destacou.
Ana Avoila falou da ofensiva sem precedentes contra os trabalhadores da administração pública e da resposta – também ela sem precedentes – dada pela sua luta. E destacou a solidariedade do PCP, que tudo continuará a fazer para manter e reforçar a unidade dos trabalhadores contra esta política e este sistema. Alexandre Teixeira, da DORL e do Comité Central, que dirigiu o comício, considerou que o reforço do Partido é «um objectivo que está ao nosso alcance».
Antes, um filme dedicado ao ex-secretário-geral do PCP, Álvaro Cunhal, recentemente falecido, voltou a trazer à tona, na massa humana ali presente a confiança no futuro e a necessidade da luta! Os punhos ergueram-se, algumas lágrimas caíram. Mas a luta continua, isso é certo!
A diferença é o «D»?…
A diferença entre o PS e o PSD em termos de políticas e soluções para o País, parece cada vez mais residir numa letra, o «D». Para o secretário-geral do PCP, não foram necessários cem dias para que os «trabalhadores e povo português verificassem que, com o novo Governo do PS, em vez da prometida mudança, do prometido novo rumo para o País, se prosseguia no essencial a velha política de direita e as mesmas e repisadas soluções dos governos dos últimos anos». Tal como, afirmou, não foram precisos cem dias de governo para que se percebesse «quanta hipocrisia se escondia naquela “surpresa” ensaiada do primeiro-ministro José Sócrates acerca do valor de défice das finanças públicas». São cem dias de governação, destacou, «que espelham bem o conteúdo de classe de uma política que a direita não desdenharia realizar e que não teria força nem condições para o fazer». Política esta marcada por um «cerrado ataque aos trabalhadores e de agravamento das condições de vida do povo», sustentou.
Reafirmando aquilo que o PCP dizia antes das eleições acerca dos riscos existentes em conceder ao PS uma maioria absoluta – que veio a verificar-se –, o secretário-geral destacou que o cenário se revela «mais preocupante do que aquele que se esperaria».
Para o PCP, há que prosseguir e reforçar a luta por outra política. Jerónimo de Sousa afirmou que a acção nacional em que o comício se inseriu «reafirma não só a possibilidade, mas também a necessidade de se encetar outro caminho, com uma nova política que aposte no crescimento e no desenvolvimento económico e na defesa da produção e aparelho produtivo nacional, na criação de emprego, no combate às deslocalizações, na valorização dos salários e das pensões». Na opinião dos comunistas – e é objectivo da acção nacional demonstrá-lo – não é apenas uma questão de justiça, mas da incapacidade desta política em «dar resposta aos grandes problemas e necessidades dos portugueses».