Confrontos no Nepal

A explosão de uma mina à passagem de um autocarro provocou pelo menos 25 mortos e mais de três dezenas de feridos, esta segunda-feira, em Madhi, no Nepal.
O atentado não foi reivindicado, mas as autoridades garantem que se trata de uma acção dos grupos rebeldes que desde 1996 enveredaram pela luta armada para derrubar a monarquia vigente no país e instaurar um regime republicano.
Nove anos de confrontos entre o Exército real e rebeldes causaram a morte a cerca de 12 000 pessoas, mas as acções de violência aumentaram desde o passado dia 1 de Fevereiro, data em que o rei Gyanendra dissolveu o governo, suspendeu as garantias constitucionais e assumiu poderes absolutos por um prazo de três anos. Estas medidas, consideradas pela oposição como um autêntico golpe de Estado real, foram tomadas a pretexto da incapacidade do executivo do primeiro-ministro Sher Bahadur em negociar com os opositores.
Desde então, cerca de 700 pessoas perderam a vida no Nepal, a maioria das vítima da repressão policial.
O monarca levantou o estado de emergência em finais de Abril, mas mantém o poder absoluto, não admitindo qualquer crítica à sua actuação.
Os protestos populares ganham no entanto cada vez mais força, apesar da repressão. Um dos sectores particularmente visado pelas medidas repressivas é o da comunicação social, sujeito a censura férrea e onde se sucedem as prisões.
No passado domingo, centenas de jornalistas protestaram nas ruas contra a situação que se vive no país, exigindo a libertação dos profissionais dos média presos e a restauração das liberdades civis, a começar pela liberdade de expressão e de informação.
Desafiando as autoridades, milhares de nepaleses têm respondido ao apelo dos partidos da oposição manifestando-se em defesa da democracia e exigindo a realização de eleições.


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