Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes

Preparação do festival prossegue

Com o lema «Pela Paz e a Solidariedade, Lutamos contra o Imperialismo e a Guerra», o 16.º Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes tem lugar em Caracas, na Venezuela, em Agosto. O comité português está a intensificar os preparativos.

Os jovens têm sido vítimas dos efeitos das políticas neo-liberais

O Comité Nacional Preparatório (CNP) do 16.º Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes continua a preparar a participação da delegação portuguesa no evento. Actualmente, o CNP é constituído por 31 organizações com distintas áreas de intervenção (ver texto), o que é apontado pela plataforma como um factor de grande riqueza. Qualquer associação juvenil pode aderir ao CNP. Para isso basta subscrever o apelo internacional ao festival.
Neste processo de preparação, a solidariedade com o povo venezuelano e o processo revolucionário bolivariano é muito marcado, procurando informar os jovens portugueses sobre a situação socio-política da Venezuela e os progressos sociais alcançados nos últimos anos.
«A juventude é a força catalizadora da transformação social e do progresso. O futuro de cada país depende da acção conjunta dos jovens, o que os torna um dos principais alvos da globalização capitalista e da ofensiva ideológica do imperialismo», lê-se no apelo internacional. «A juventude desempenha um papel efectivo na luta contra estas ofensivas. Em todos e cada um dos países há movimentos de resistência contra o imperialismo, lutando por novos sistemas sociais que rejeitem a ideia de que o capitalismo é a única opção e que apresentem o poder popular como alternativa real às políticas neo-liberais. As mobilizações massivas e globais contra a guerra do Iraque, a ALCA e a NATO foram expressões de resistência da juventude e do povos», afirma-se no documento.
«Com a alteração da correlação de forças no mundo, as potências imperialistas têm aumentado a sua agressividade, ao mesmo tempo que se unem mais nos seus ataques contra a humanidade e os recursos naturais. Para preservar e aprofundar a sua hegemonia, o imperialismo norte-americano e seus aliados lançaram uma cruzada militar contra todos os que a eles se opõem, sob a capa da chamada “Guerra ao Terror” e da ameaça de armas de destruição maciça. Esta política tem resultado na ocupação do Iraque, na sistemática agressão à Palestina e nos bloqueios económicos e ameaças contra Cuba, Venezuela, Coreia e Síria; tem causado sofrimento em África, em países como o Saara Ocidental, o Sudão e o Zimbabué pela imposição de sanções e interferências nos seus assuntos internos. A face verdadeira da agressão, da injustiça e da barbárie tem levado à militarização da sociedade e das economias contra o bem-estar dos povos», afirmam os signatários.
«Os jovens de todo o mundo têm sido vítimas dos efeitos das políticas imperialistas e neo-liberais de instituições internacionais como o FMI, a OMC, o G-8, a União Europeia e o Banco Mundial. Simultaneamente o fosso entre ricos e pobres, países desenvolvidos e subdesenvolvidos cresce cada vez mais. A exploração, a fome, o desemprego, a falta de cuidados de saúde, a pobreza e a miséria continuam a aumentar como resultado das medidas económicas, políticas e militares do imperialismo, resultando em efeitos catastróficos para milhões de pessoas em todo o mundo», refere o apelo.
«O 16.º FMJE afirma e reforça o seu carácter de evento internacional, anti-imperialista e político-cultural das massas juvenis e estudantis» e constituiu «um grande momento para reforçar a nossa acção, na base de causas e interesses comuns, intensificando a luta contra o imperialismo».

Comité português tem 31 associações

O comité preparatório nacional português até ao momento é composto por 31 associações, de sete distritos do país: Ajude, Almada pela Paz, Associação Borba Jovem, Associação de Estudantes da Escola Superior de Educação de Viseu, Associação de Estudantes da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Associação de Estudantes da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto, Associação dos Estudantes da Faculdade de Ciências de Lisboa, Associação de estudantes do Instituto Superior de Psicologia Aplicada, Associação Jovem Valor, Associação de Jovens «Carpe Diem» na Aldeia, Associação Juvenil Arruaça, Associação Portuguesa de BMX, Associação Rota Jovem, Clube Português de Artes e Ideias, Colectividade Sócio Cultural Barrense, Conselho Nacional de Juventude, Conselho Português para a Paz e Cooperação, Federação das Associações Juvenis do Distrito do Porto, Federação Nacional das Associações Juvenis, Grupo de Teatro «Lêndias D’Encantar», Ecolojovem, Interjovem, Juventude Comunista Portuguesa, Juventude Socialista, Move-a-Mente, Músicos Livres do Algarve, Onda-Verde, Opus Gay, Pioneiros de Portugal, Ordem da Cavalaria do Sagrado Portugal e SUL – Associação de Cooperação para o Desenvolvimento.

Programa geral do Festival

7 de Agosto: Chegada, acreditação e alojamento das delegações.
8 de Agosto: Cerimónia de inauguração do Festival.
9 de Agosto: Início do trabalho dos eixos temáticos; inauguração das Casas Regionais de Amizade; saída de delegações internacionais para o interior do país. Dia de África.
10 de Agosto: Continuação do trabalho dos eixos temáticos; início dos encontros sectoriais. Dia da América.
11 de Agosto: Continuação do trabalho dos eixos temáticos; conclusão dos encontros sectoriais; regresso de delegações internacionais a Caracas. Dia da Ásia e Pacífico.
12 de Agosto: Conclusão do trabalho dos eixos temáticos. Dia da Europa.
13 de Agosto: Instalação do Tribunal Anti-imperialista. Dia do Médio Oriente.
14 de Agosto: Fecho do Tribunal Anti-Imperialista. Dia da Venezuela.
15 de Agosto: Cerimónia de encerramento do Festival
16 de Agosto: Saída das delegações.

Os temas em debate

O festival tem encontros sectoriais e quatro eixos centrais de discussão, com vários sub-temas:

1. Paz, guerra e imperialismo:
- paz, segurança e um mundo livre de armas nucleares;
- prevenção e resolução dos conflitos;
- alianças militares e militarismo;
- solidariedade internacional e luta contra o imperialismo;
- bloqueios, embargos e sanções: crimes contra a humanidade;
- a cooperação internacional a nível regional;
- a cooperação do movimento juvenil e estudantil a nível internacional;
- fundamentalismo religioso, nacionalismo, terrorismo e intolerância;
- fascismo e nacionalismo;
- guerras civis;
- lutas pela soberania e a independência;
- luta pela paz;
- solidariedade internacional.

2. Educação, ciência, cultura e tecnologia:
- acesso à cultura;
- os meios de comunicação e informação;
- ciência e tecnologia;
- políticas públicas e saúde;
- educação;
- cultura popular;
- roubo de cérebros.

3. Emprego, economia e desenvolvimento:
- desenvolvimento sustentável;
- meio ambiente;
- saúde;
- desemprego;
- soberania alimentar;
- pobreza;
- haitação e habitat.

4. Democracia e direitos humanos:
- democracia, direitos humanos e justiça social;
- os direitos da juventude e dos estudantes e o Capítulo sobre Direitos da Juventude;
- a globalização capitalista;
- igualdade de género;
- os direitos da criança;
- direitos sexuais e reprodutivos;
- discriminação racial e xenofobia.

Encontros sectoriais:
- jovens sindicalistas:
- jovens empresários e profissionais;
- jovens parlamentares;
- jovens camponeses;
- jovens religiosos;
- jovens voluntários;
- estudantes;
- jovens que sofrem de repressão na sua luta pela democracia e direitos humanos;
- jovens deficientes;
- jovens indígenas;
- jovens desportivas;
- jovens intelectuais;
- jovens artistas.


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