Acção dos governos face à seca

Irresponsabilidade e incompetência

O quadro de seca severa que atinge o País, em particular o Alentejo e o Algarve, reclama que seja declarado o estado de calamidade pública. Em paralelo com esta medida, defendida pelo PCP em projecto de resolução, exigida é a criação de um fundo especial para concretizar, com a mobilização da engenharia militar e de outros recursos técnicos e humanos, a construção das inúmeras barragens há muito identificadas como necessárias.
Este projecto de resolução contendo um total de 12 medidas, consideradas indispensáveis para fazer face e minimizar os problemas e prejuízos originados pela seca, foi entregue pela bancada comunista na Mesa da Assembleia da República no próprio dia em que o tema foi objecto de um debate de urgência suscitado pelo PSD.
Apresentando-se de forma frenética como «os paladinos da luta contra a seca e as suas calamitosas consequências», como observou o deputado comunista José Soeiro, quem ouvisse PSD e PS seria levado a concluir que tudo o que dependia da sua acção no Governo foi ou tem sido feito. Tudo o mais é «algo de que só ao inacessível São Pedro poderemos atribuir responsabilidades e pedir contas», ironizou o deputado do PCP.
A verdade é que não é assim, como tratou de demonstrar a bancada comunista, que, depois de classificar as medidas timidamente adoptadas por aqueles partidos como «manifestamente insuficientes e de carácter conjuntural», considerou ser este um testemunho da «forma superficial como o PS e o PSD insistem em encarar um problema que é cíclico».
José Soeiro foi mesmo mais longe na crítica e considerou que teria sido possível reduzir drasticamente as consequências negativas da falta de precipitação nos últimos meses se, atempadamente, «tivessem sido tomadas medidas há muito conhecidas e que só a irresponsabilidade, a incompetência ou deliberado boicote de sucessivos governos, pelo PSD e pelo PS sustentados, não permitiu concretizar».
Reiterada pelo parlamentar comunista foi a convicção de que é possível - perante a ocorrência de secas que são uma realidade «previsível» e «frequente» em climas como o nosso - minimizar os efeitos, o que passa, sublinhou, por assegurar a captação de águas superficiais (para consumo corrente e como reserva para enfrentar situações de seca), preservando as águas subterrâneas como reserva estratégica para as situações extremas de seca.
Não tendo nunca o PSD e o PS assumido esta realidade, os resultados, esses, exemplificados por José Soeiro, estão à vista: «barragens que aguardam nalguns casos há mais de 30 anos para serem construídas, proliferação de furos com utilizaçção descontrolada dos aquíferos subterrâneos até à sua exaustão, prejuízos económicos, socais e ambientais incomensuráveis a cada novo período de seca».


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