Parlamento Europeu

Direita acirrada contra Cuba

Populares e liberais fizeram aprovar um relatório no Parlamento Europeu que «condena a mudança súbita de estratégia do Conselho» [Chefes de Estado e de Governo da UE] e «a suspensão das sanções a Cuba».
Em Janeiro último, os 25 Estados-membros decidiram suspender todas as sanções diplomáticas em vigor contra Cuba desde Junho de 2003, que incluíam restrições de visitas oficiais de alto nível, a redução da participação europeia em iniciativas culturais na ilha e o convite a representantes da oposição cubana para festas nacionais nas embaixadas da UE em Havana.
Na passada quinta-feira, dia 28, um dos parágrafos do relatório do deputado irlandês, Simon Coveney, do grupo popular, sobre a política da UE em matéria de direitos humanos, suscitou polémica no hemiciclo por condenar abertamente a normalização das relações da União com o Estado socialista de Cuba.
O documento, que acabaria por ser aprovado por 251 votos a favor, 64 contra e 255 abstenções, foi qualificado pela deputada do PCP, Ilda Figueiredo, com «hipócrita» não apenas por se ingerir nos assuntos internos de Cuba («é lamentável que o relatório não tenha uma palavra sobre o bloqueio americano), mas também «pela forma como esquece os curdos e os turcos, vítimas de repressão, ou as violações dos direitos fundamentais do povo do Saara Ocidental.
A deputada criticou ainda a referência que é feita à Venezuela, cujo Governo é instado a garantir «a liberdade de expressão e informação». Lembrando as duas visitas que realizou a este país durante o referendo revogatório, Ilda Figueiredo sublinha numa declaração escrita: «Pude constatar que quem tinha dificuldade de acesso aos órgãos de comunicação social, designadamente às diversas televisões existentes no País e controladas pela oposição, era o governo venezuelano. A própria delegação de deputados do Parlamento Europeu foi vítima disso».
Ainda a propósito deste relatório, elaborado anualmente pelo Parlamento Europeu, o deputado Pedro Guerreiro sublinhou que continua a ser «utilizado com arma de pressão e ingerência política, onde se salvaguardam os ditos “amigos” e se criticam os “outros”, aqueles países que os EUA e a UE apontam com alvo».
E assim se explica que neste «balanço» sobre os direitos humanos se tente branquear a ocupação militar do Iraque pelos EUA e seus aliados e que não se haja a mais leve condenação ao governo israelita pela presença da suas tropas na Palestina ou sequer pela construção do desumano muro.


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