Situação dos jovens quadros

Realizou-se no passado sábado, em Lisboa, um encontro promovido pela Confederação Portuguesa de Quadros Técnicos e Científicos, com a finalidade de analisar a situação dos jovens quadros, quanto à sua situação laboral, a sua formação e integração no mercado de trabalho, o seu papel no desenvolvimento económico e social de Portugal e a sua participação na vida sindical, como garantia dos seus direitos individuais e colectivos no âmbito profissional.
No debate foi sublinhado, entre outros factos, que o número de portugueses com o Ensino Superior completo duplicou em 10 anos, de 1991 para 2001, passando a representar 8,6 por cento da população com mais de 21 anos. Apesar deste aumento, Portugal ficava aquém da média da OCDE (29 por cento).
Quanto à situação laboral, constata-se que os quadros técnicos são cerca de 23 por cento dos trabalhadores por conta de outrem e quase 18 por cento têm contratos precários.
A taxa de desemprego dos trabalhadores diplomados do Ensino Superior foi a que mais cresceu desde 1998, passando de 3,5 para 5,5 por cento, em Dezembro de 2004. No final do ano passado estavam desempregadas mais de 35 mil pessoas com habilitação superior, isto é, 7,5 por cento do total de desempregados têm um curso superior.
Entre os jovens este números ganham maior expressividade, considerando que, do total de desempregados com formação superior, 74 por cento têm menos de 35 anos. Aumenta significativamente o número de quadros técnicos assalariados, esbatendo-se muito a superioridade do seu estatuto social e profissional.
Concluiu-se que Portugal não tem licenciados a mais, sendo que tanto os empresários como o próprio Estado têm desprezado o conhecimento, apostando nas baixas qualificações, nos baixos salários e na precarização das relações de trabalho dos quadros técnicos e científicos, contradizendo a necessidade de contar com estes trabalhadores para o desenvolvimento do País.
No documento de apoio ao encontro é salientado que a taxa de sindicalização de jovens quadros é baixa, em particular nos sindicatos verticais, necessitando estes de uma estratégia que procure identificar os problemas dos quadros e a promover a sua integração na actividade destes sindicatos.


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