Estudantes do secundário em protesto nacional

Os estudantes do ensino básico e secundário querem mais qualidade na educação e mais condições para estudar e aprender. Ontem, protestaram em todo o País.

O au­mento do fi­nan­ci­a­mento das es­colas é uma das rei­vin­di­ca­ções

Os estudantes do ensino básico e secundário realizaram ontem um dia nacional de luta, marcado no início de Março no Encontro Nacional de Associações de Estudantes, que decorreu em Setúbal. Ao fecho da nossa edição, estavam previstas acções de protesto em inúmeras localidades do País.
Os estudantes apresentam um conjunto de reivindicações ao Ministério da Educação, nomeadamente a imediata revogação da revisão curricular, a efectiva implementação da Lei da Educação Sexual e Planeamento Familiar e o fim dos exames nacionais no 9.º e 12.º anos, considerando que estes vão contra a lógica da avaliação contínua e que privam milhares de jovens de prosseguirem os seus estudos.
Exigem também a não aplicação da nova Lei de Bases da Educação, «porque vai no sentido da progressiva privatização do ensino, com todas as consequências negativas que esse processo traz: aumento generalizado dos preços, diminuição da qualidade do ensino, gestores nomeados nas escolas, uma maior elitização do ensino, ao invés de uma gestão democrática».
O protesto visa ainda reivindicar o aumento do financiamento das escolas públicas, de forma a melhorar as condições materiais e humanas das instituições.
Em comunicado, o Movimento Associativo dos Estudantes do Seixal lembra que na última jornada de luta concentraram-se mais de mil jovens no Parque das Paivas, naquela cidade, «com as mesmas bandeiras, porque os estudantes querem que com a mudança de Governo haja uma definitiva mudança das políticas educativas».
Por seu lado, as associações de estudantes do concelho de Oeiras sublinham que «esta luta serve para exigir ao novo Governo novas políticas para o ensino básico e secundário», com o objectivo de tornar real uma escola pública, gratuita e de qualidade, «e não como os anteriores governos tentaram: uma escola só para os que possam pagar, no caminho para a privatização, sem as mínimas condições para o sucesso escolar».


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