Adensa-se o cerco e a resistência...
Num quadro internacional de grande complexidade, em que por vezes o que parece não é, Bush visitou a Europa, avistando-se com dirigentes de alguns países. Ambos os blocos imperialistas fizeram «juras de amor eterno», tornando claro que é mais aquilo que os une do que aquilo que os separa. As alegadas divisões em relação à política externa, sobretudo em relação ao Iraque, fazem parte do passado e o entendimento actual permite a ambos os blocos negociar a divisão dos despojos do projecto fascista de dominação global. O nível de entendimento permitiu a Bush afirmar nos EUA perante as câmaras de televisão: «o mundo começa a falar a uma só voz». Ficam claros os seus propósitos e objectivos. A lógica do imperialismo é avançar com a subjugação dos Povos, utilizando todos os meios para atingir os seus desejados objectivos. A actual fase passa pelo avanço da pressão geo-estratégica e política sobre a Rússia, procurando isolá-la, como no caso de Yutchenco e da chamada «revolução laranja», onde, de uma forma muito clara, as pressões externas e a ingerência política terão manipulado a opção do povo daquele país. Os processos repetem-se, a metodologia e os meios modificam-se em função da conjuntura específica de cada país, das características da política interna, do impacto mediático e da capacidade de organização e resistência dos Povos. Criam-se dinâmicas de aparente mudança, ilusões políticas, demagogia e populismo, num cenário onde a burguesia vende os anéis para ficar com os dedos, que é como quem diz: sacrifica o interesse nacional e o desenvolvimento de políticas condizentes com esse mesmo propósito, ao seu interesse enquanto grupo, à sua sobrevivência política e à manutenção do status quo. Mudam-se as cores, ou os frutos - podem ser laranja, limão... -, e banalizam-se as palavras. A palavra Revolução ganha um cunho oportunista e a aparente mudança por si provocada é isso mesmo: aparente. Diz-se, por vezes de forma sustentada, que é necessário uma grande mudança para tudo ficar na mesma. Tal é o caso da Sérvia, Geórgia, Ucrânia...entre outros.
Este polvo continua a criar ramificações
A União Europeia e os Estados Unidos tentam agora exportar o mesmo modus operandi para outras zonas do globo. A situação que se vive actualmente no Médio Oriente é disso exemplo, sobretudo no que se refere ao Iraque, Palestina e Síria-Líbano. O «Grande Médio Oriente» dominado e avassalado pelo imperialismo é um objectivo antigo para o qual se têm mobilizado importantes meios. A pressão sobre a Síria no sentido de retirar as suas tropas de território libanês deve ser vista num plano mais geral, onde também Israel tem um papel de charneira. A presença das tropas sírias em território libanês faz parte de um acordo entre ambos os países, onde também interveio a Liga Árabe, com o objectivo de estabelecer a paz naquele país após uma sangrenta guerra civil e um outro conflito com Israel, que ocupou (e mantém ocupado) uma parte do seu território.
O assassinato do ex-primeiro ministro libanês, Rafic Hariri, em circunstâncias por clarificar, despoletou uma tensão interna entre vários grupos políticos e étnicos, não estando ainda claras as consequências deste facto para o futuro das relações entre estes dois países e para toda a região. Era necessário criar um facto político para justificar novamente a pressão sobre a Síria. O problema tem por base o chamado «eixo do mal» a que a administração Americana declarou «guerra», no qual se inseriam também a Coreia do Norte, o Irão, o Iraque e a Síria.
A Constituição Europeia:
um projecto com objectivos claros
O bloco imperialista europeu avança com o federalismo, o militarismo e a constitucionalização do neo-liberalismo através dos diferentes processos de ratificação do tratado que institui uma Constituição para a Europa. Este é um importante passo para, do ponto de vista interno, criar as condições político-jurídicas para aumentar o grau de exploração dos trabalhadores e aumentar o lucro do capitalismo em crise. No plano da política externa, a Constituição Europeia abre caminho a uma falsa unidade em que o interesse geo-estratégico dos grandes países e do capital europeu determinarão a política externa, acentuando o carácter agressivo do imperialismo europeu face aos países onde detenha interesses. A sua importância pode ser avaliada pelos meios que estão a ser mobilizados e de que são exemplos a proposta de orçamento rectificativo que o Parlamento Europeu se prepara para aprovar, contemplando 8 milhões de euros para a propaganda a favor da ratificação do Tratado Constitucional, assim como a visita do primeiro-ministro espanhol, Zapatero, ao parlamento francês, procurando influenciar o resultado final do referendo naquele país.
Cresce a agressividade do imperialismo, mas cresce também a resistência dos trabalhadores e dos povos e a sua capacidade de luta «por uma mudança a sério» na cena nacional e internacional. Porque é possível e necessário transformar revolucionariamente a sociedade em que vivemos.
Este polvo continua a criar ramificações
A União Europeia e os Estados Unidos tentam agora exportar o mesmo modus operandi para outras zonas do globo. A situação que se vive actualmente no Médio Oriente é disso exemplo, sobretudo no que se refere ao Iraque, Palestina e Síria-Líbano. O «Grande Médio Oriente» dominado e avassalado pelo imperialismo é um objectivo antigo para o qual se têm mobilizado importantes meios. A pressão sobre a Síria no sentido de retirar as suas tropas de território libanês deve ser vista num plano mais geral, onde também Israel tem um papel de charneira. A presença das tropas sírias em território libanês faz parte de um acordo entre ambos os países, onde também interveio a Liga Árabe, com o objectivo de estabelecer a paz naquele país após uma sangrenta guerra civil e um outro conflito com Israel, que ocupou (e mantém ocupado) uma parte do seu território.
O assassinato do ex-primeiro ministro libanês, Rafic Hariri, em circunstâncias por clarificar, despoletou uma tensão interna entre vários grupos políticos e étnicos, não estando ainda claras as consequências deste facto para o futuro das relações entre estes dois países e para toda a região. Era necessário criar um facto político para justificar novamente a pressão sobre a Síria. O problema tem por base o chamado «eixo do mal» a que a administração Americana declarou «guerra», no qual se inseriam também a Coreia do Norte, o Irão, o Iraque e a Síria.
A Constituição Europeia:
um projecto com objectivos claros
O bloco imperialista europeu avança com o federalismo, o militarismo e a constitucionalização do neo-liberalismo através dos diferentes processos de ratificação do tratado que institui uma Constituição para a Europa. Este é um importante passo para, do ponto de vista interno, criar as condições político-jurídicas para aumentar o grau de exploração dos trabalhadores e aumentar o lucro do capitalismo em crise. No plano da política externa, a Constituição Europeia abre caminho a uma falsa unidade em que o interesse geo-estratégico dos grandes países e do capital europeu determinarão a política externa, acentuando o carácter agressivo do imperialismo europeu face aos países onde detenha interesses. A sua importância pode ser avaliada pelos meios que estão a ser mobilizados e de que são exemplos a proposta de orçamento rectificativo que o Parlamento Europeu se prepara para aprovar, contemplando 8 milhões de euros para a propaganda a favor da ratificação do Tratado Constitucional, assim como a visita do primeiro-ministro espanhol, Zapatero, ao parlamento francês, procurando influenciar o resultado final do referendo naquele país.
Cresce a agressividade do imperialismo, mas cresce também a resistência dos trabalhadores e dos povos e a sua capacidade de luta «por uma mudança a sério» na cena nacional e internacional. Porque é possível e necessário transformar revolucionariamente a sociedade em que vivemos.