Tragicomédia em Santa Maria
O Sindicato da Função Pública considera irresponsável a gestão do hospital, onde o canalizador faz de electricista e as trabalhadoras grávidas são despedidas.
A incapacidade técnica e profissional do CA é notória
Entre o trágico e o cómico é como o Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública do Sul e Açores classifica a gestão da unidade hospitalar, «chefiada por um profissional vindo, ao que consta, directamente das minas de Aljustrel», pela mão do Governo PSD/PP.
O novo Conselho de Administração, CA, tomou posse há 18 meses e, segundo um comunicado do Sindicato de dia 24, tem implantado um clima intimidatório, «caracterizado pela arrogância e pela arbitrariedade», das quais não faltam exemplos.
Todo este conjunto de problemas deve-se, segundo a mesma estrutura, à profunda reestruturação orgânica encetada pelo CA, ao nível das direcções de serviços, das direcções operacionais e dos próprios serviços, tendo nomeado quem entendeu para o lugar dos afastados, sem critérios conhecidos, além da cor política.
Incompetência
Na manutenção eléctrica do hospital, foram introduzidos horários de refeição no trabalho por turnos, numa função que deve ser assegurada 24 sobre 24 horas, todos os dias do ano. O turno da noite do hospital tem apenas um electricista, pelo que, no período de refeição, ninguém pode acorrer a quaisquer anomalias eléctricas que ocorram. Estamos perante uma situação única na Europa, «e em mais três ou quatro continentes», ironiza o Sindicato no comunicado.
O CA chegou mesmo a emitir uma ordem de serviço a recomendar que: «quando o sr. electricista de serviço estiver no seu período de refeição, o sr. Canalizador, se não conseguir resolver o problema» – eléctrico, note-se - «chama o trabalhador electricista que está na central eléctrica do hospital». Acresce o facto de o canalizador pertencer a uma empresa privada, não podendo, por isso, desempenhar tarefas para as quais não se encontra qualificado como no caso da instalação eléctrica.
Em 18 de Novembro passado, o sindicato solicitou reunir com o CA, para discutir os horários dos electricistas. O encontro só teve lugar a 7 de Janeiro, mas o representante da administração disse não saber sequer qual era o motivo da reunião. Após esclarecimentos prestados pelos representantes dos trabalhadores, o mesmo responsável recusou, pura e simplesmente, sustentar a posição da administração, tendo dado fim ao encontro argumentando que «não estava em causa nenhuma ilegalidade», refere o comunicado sindical.
Sem perfil
Segundo a mesma estrutura sindical, a nova administração hospitalar não tem perfil profissional adequado às funções que desempenha. No lugar dos anteriores responsáveis por cada serviço foram empossadas pessoas contratadas por apenas três meses, «que confessam não perceber nada de hospitais», denuncia o comunicado, acrescentando que alguns não entendem sequer sobre quais são as suas funções. Os novos responsáveis chegaram ao desplante de emitir instruções em circulares internas, onde se lê: «posições de força, à vontade».
Além do presidente do CA, que antes administrava as minas de Aljustrel, existem ainda um vogal executivo, que foi assessor no Hospital Pulido Valente, e um outro que foi dispensado da banca.
Acidente e repressão
No passado dia 13 de Dezembro faleceu um trabalhador vítima de queda de um andaime, no hospital. Fazia parte de uma empresa exterior contratada pelo CA. O sindicato constatou a falta dos meios de segurança básicos, como as protecções da obra e o uso de capacete. Agora, o STFPSA pretende saber se existia plano de segurança na obra e o que foi feito para determinar quem são os responsáveis. A falta de condições de segurança para os profissionais do hospital ficou também comprovada com recentes agressões a uma trabalhadora que teve de recorrer à urgência.
Recentemente, foram despedidas três trabalhadoras grávidas. Tinham contrato a termo, embora fizessem falta no serviço de aprovisionamento. O sindicato dá ainda outro exemplo da política de gestão repressiva: uma trabalhadora administrativa foi posta, com a autorização do CA, a dobrar roupa e a passar a ferro.
O Sindicato da Função Pública considera que uma unidade hospitalar como Santa Maria não pode viver neste clima intimidatório.
Má gestão
A administração admite mesmo abandonar a central eléctrica com as consequências possivelmente trágicas que poderão daí decorrer em caso de avaria. «À frente da área de electricidade está...um engenheiro civil», denuncia o sindicato.
A irresponsabilidade demonstrada pelo CA afecta, inclusivamente, o normal funcionamento dos elevadores do hospital. O sindicato recorda, pelo menos, um caso que podia ter tido graves consequências para os doentes, resolvida de urgência com o rebentamento do quadro de electricidade e uma ligação do disjuntor.
O Sindicato da Função Pública considera também lamentável o desmantelamento do recém-construído parque de estacionamento, destinado ao serviço e aos utentes da urgência, agora transformado num parque de acesso geral. Como consequência, as viaturas que se dirigem às urgências estacionam, depois de trazer os doentes, onde conseguem encontrar lugar, por vezes bem longe da distância aconselhável.
O novo Conselho de Administração, CA, tomou posse há 18 meses e, segundo um comunicado do Sindicato de dia 24, tem implantado um clima intimidatório, «caracterizado pela arrogância e pela arbitrariedade», das quais não faltam exemplos.
Todo este conjunto de problemas deve-se, segundo a mesma estrutura, à profunda reestruturação orgânica encetada pelo CA, ao nível das direcções de serviços, das direcções operacionais e dos próprios serviços, tendo nomeado quem entendeu para o lugar dos afastados, sem critérios conhecidos, além da cor política.
Incompetência
Na manutenção eléctrica do hospital, foram introduzidos horários de refeição no trabalho por turnos, numa função que deve ser assegurada 24 sobre 24 horas, todos os dias do ano. O turno da noite do hospital tem apenas um electricista, pelo que, no período de refeição, ninguém pode acorrer a quaisquer anomalias eléctricas que ocorram. Estamos perante uma situação única na Europa, «e em mais três ou quatro continentes», ironiza o Sindicato no comunicado.
O CA chegou mesmo a emitir uma ordem de serviço a recomendar que: «quando o sr. electricista de serviço estiver no seu período de refeição, o sr. Canalizador, se não conseguir resolver o problema» – eléctrico, note-se - «chama o trabalhador electricista que está na central eléctrica do hospital». Acresce o facto de o canalizador pertencer a uma empresa privada, não podendo, por isso, desempenhar tarefas para as quais não se encontra qualificado como no caso da instalação eléctrica.
Em 18 de Novembro passado, o sindicato solicitou reunir com o CA, para discutir os horários dos electricistas. O encontro só teve lugar a 7 de Janeiro, mas o representante da administração disse não saber sequer qual era o motivo da reunião. Após esclarecimentos prestados pelos representantes dos trabalhadores, o mesmo responsável recusou, pura e simplesmente, sustentar a posição da administração, tendo dado fim ao encontro argumentando que «não estava em causa nenhuma ilegalidade», refere o comunicado sindical.
Sem perfil
Segundo a mesma estrutura sindical, a nova administração hospitalar não tem perfil profissional adequado às funções que desempenha. No lugar dos anteriores responsáveis por cada serviço foram empossadas pessoas contratadas por apenas três meses, «que confessam não perceber nada de hospitais», denuncia o comunicado, acrescentando que alguns não entendem sequer sobre quais são as suas funções. Os novos responsáveis chegaram ao desplante de emitir instruções em circulares internas, onde se lê: «posições de força, à vontade».
Além do presidente do CA, que antes administrava as minas de Aljustrel, existem ainda um vogal executivo, que foi assessor no Hospital Pulido Valente, e um outro que foi dispensado da banca.
Acidente e repressão
No passado dia 13 de Dezembro faleceu um trabalhador vítima de queda de um andaime, no hospital. Fazia parte de uma empresa exterior contratada pelo CA. O sindicato constatou a falta dos meios de segurança básicos, como as protecções da obra e o uso de capacete. Agora, o STFPSA pretende saber se existia plano de segurança na obra e o que foi feito para determinar quem são os responsáveis. A falta de condições de segurança para os profissionais do hospital ficou também comprovada com recentes agressões a uma trabalhadora que teve de recorrer à urgência.
Recentemente, foram despedidas três trabalhadoras grávidas. Tinham contrato a termo, embora fizessem falta no serviço de aprovisionamento. O sindicato dá ainda outro exemplo da política de gestão repressiva: uma trabalhadora administrativa foi posta, com a autorização do CA, a dobrar roupa e a passar a ferro.
O Sindicato da Função Pública considera que uma unidade hospitalar como Santa Maria não pode viver neste clima intimidatório.
Má gestão
A administração admite mesmo abandonar a central eléctrica com as consequências possivelmente trágicas que poderão daí decorrer em caso de avaria. «À frente da área de electricidade está...um engenheiro civil», denuncia o sindicato.
A irresponsabilidade demonstrada pelo CA afecta, inclusivamente, o normal funcionamento dos elevadores do hospital. O sindicato recorda, pelo menos, um caso que podia ter tido graves consequências para os doentes, resolvida de urgência com o rebentamento do quadro de electricidade e uma ligação do disjuntor.
O Sindicato da Função Pública considera também lamentável o desmantelamento do recém-construído parque de estacionamento, destinado ao serviço e aos utentes da urgência, agora transformado num parque de acesso geral. Como consequência, as viaturas que se dirigem às urgências estacionam, depois de trazer os doentes, onde conseguem encontrar lugar, por vezes bem longe da distância aconselhável.